sábado, 13 de setembro de 2008

Coração Valente

Não sei quantas pessoas lêem o blog. Mas para os poucos que o fazem, peço desculpas pela longa ausência.

Um misto de muito trabalho e pouco tempo.

Para reparar um pouco essa ausência, coloco uma matéria exclusiva para o blog. Minha, é claro.

Coração valente

Jogadores têm coração maior e mais pesado para agüentar o tranco que o futebol exige.

Foi na metade do século XX que estudos mostraram que os atletas em geral têm coração maior e mais pesado do que os não-atletas. Esse fato indica que o aparelho cardiovascular dos atletas se adapta mais facilmente ao esforço provocado pela a intensidade dos jogos de futebol. Por isso o preparo e o condicionamento físico são tão importantes hoje em dia. Um jogador corria, há 20 anos, cinco quilômetros por jogo. Hoje são 12 quilômetros em média.

Esse novo esforço tem trazido conseqüências graves. Ninguém se esquece de Serginho, que teve uma parada cardiorespiratória quando defendia o São Caetano, em 2004, em um jogo contra o São Paulo, no Morumbi, e veio a falecer por uma cardiopatia grave. “Por isso os exames prévios são importantes”, diz o médico Nabil Ghorayeb, coordenador do Sport Check-Up, do Hospital do Coração de São Paulo. É lá que alguns dos grandes times da capital paulista realizam seus exames de prevenção. Com a experiência de atuar no ramo por mais de 30 anos, Nabil garante que hoje as arritmias cardíacas são em maior número quando comparadas aos casos de 20 anos atrás. O aumento é de aproximadamente 10%. Segundo ele, esse aumento foi causado por uma mudança de perfil dos atletas. Os de antigamente, por exemplo, se cuidavam mais no quesito alimentação, eram mais regrados. Os de hoje adoram comidas gordurosas (sanduíches, churrasco, frituras), aumentado assim os níveis de colesterol. Somem-se a isso os altos níveis de álcool, o consumo de bebidas energéticas - que são moda em qualquer balada hoje em dia -, a intensificação dos exercícios físicos, e o estrago está feito. O excesso de treinamento praticado nos dias de hoje está minando a imunidade dos jogadores e, por isso, algumas viroses atingem o coração provocando miocardites, doenças do músculo cardíaco do coração. Um atleta que treina com uma simples gripe pode sobrecarregar seu coração a ponto de ele apresentar uma arritmia que o tire de combate por um bom tempo. Isso se não for para sempre.

Um estudo do COI (Comitê Olímpico Internacional) mostrou que entre 1966 e 2004 houve 1101 mortes em atletas com menos de 35 anos. Dessas mortes, 110 foram por infarto em atletas não-fumantes, mas com colesterol alto.
E a situação deve ficar pior. Os atletas que hoje são exigidos de forma hercúlea, vão sofrer mesmo é na hora da aposentadoria. O problema está na provável manutenção dos hábitos alimentares atuais sem a prática diária de exercícios. A tendência então é que eles ganhem peso, sobrecarregando ainda mais o coração. Aí entra em cena um novo marcador implacável: a pressão alta. Uma vez que a pressão alta aparece, ela geralmente dura a vida toda. A boa notícia é que ela pode ser controlada. O grande Dudu, ex-jogador do Palmeiras, que formava o meio de campo da “academia” com Ademir da Guia, descobriu, depois de ter parado, que sofria de pressão alta. Hoje com 68 anos ele controla o marcador implacável que não o deixa mais. “Procuro caminhar sempre que posso e ainda bato uma bolinha, mas é raro”, diz o ídolo palmeirense. Nos tempos de jogador, Dudu oscilava seu peso entre os 60 e 63 quilos. Hoje em dia seu peso varia de 70 a 72. “Sempre houve muito churrasco, muita bebida. A questão é que o jogador tem que se preocupar, tem que ter juízo, saber comer, saber beber. Os jogadores têm muita facilidade, são muitos convites para ir a festas, a churrascos. E, se não se cuidar, abusa mesmo. Aí daqui a pouco está com 80, 90 quilos e já não tem volta.”

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Morales não vem mais

A assessoria de imprensa do Flamengo acaba de divulgar nota oficial dizendo que o atacante uruguaio Richard Morales, que continua no Nacional de Montevidéu. O motivo: a família do atacante, depois de ver a manifestações dos torcedores rubro-negros na Gávea, ontem, não o deixou concluir o negócio.

Abaixo a nota oficial do clube.

Em razão da veiculação pela internet das imagens ocorridas no lamentável episódio ontem na Gávea, a familia do jogador Morales impediu sua transferência para o Flamengo.
O jogador já havia acertado suas bases salariais, sua passagem havia sido emitida e sua hospedagem reservada.
O incalculável prejuizo institucional promovido por vândalos fez com que o clube perdesse importante reforço para nossa retomada no campeonato brasileiro.
Rio de Janeiro, 6 de agosto de 2008
Kleber Leite
Vice Presidente de Futebol

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ronaldo no Japão?

O diário espanhol Sport, noticia na sua edição online desta sexta que o Kashima Antlers quer contar com o futebol do centroavente.

Segundo o jornal, o Kashima é, até agora, o único clube a fazer uma proposta oficial para contar com o futebol do atacante junto ao seu empresário, Fabiano Farah.

O jornal ainda diz que «os contatos começaram através de um brasileiro que trabalha no mercado japonês e que contactou o staff do atleta, para saber a possibilidade de Ronaldo encerrar a carreira no futebol do país». A resposta teria sido positiva e culminou com uma oferta formal ao jogador.

O Kashima, vislumbarndo a oportunidade de ter Ronaldo encerrando a carreira lá, teria oferecido um contrato vitalício para ele, com ganhos anuais de nove milhões de dólares. E Ronaldo ficaria livre para encerrar a carreira quando quiser. Depois de parar, ele seria embaixador do clube ao redor do mundo.

O Kashima Antlers é treinado por Oswaldo de Oliveira e conta com os brsileiros Danilo (ex-São Paulo) e Marquinhos no seu elenco.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Maradona bate pesado em Messi

«Acho que falta um pouco de caráter ao Messi.»

Essa foi a tônica da entrevista concedida pelo Pibe nesta sexta. Ele disse que «se estivesse no lugar dele (Messi), eu estaria treinando com a seleção que vai aos jogos olímpicos, em Pequim.»

Isso porque Messi está na Escócia, onde o Barcelona goleou o Hibernian na quinta por 6 a 0 e joga neste sábado com o Dundee United.

Abaixo, a matéria do jornal espanhol Marca.

Maradona: "A Messi le falta un poco de carácter"

"Creo que a Messi le falta un poco de carácter", dijo Diego Maradona, quien afirmó que si ocupara el lugar del futbolista del Barcelona "estaría con la selección" argentina que participará en los Juegos de Pekín. El Barça se resiste a ceder a Messi a la selección olímpica albiceleste, por lo cual el Comité de Estatuto de Jugadores de la FIFA tomará una decisión el próximo martes en Zúrich.

"No quiero caer en las comparaciones que suelen hacer los periodistas porque cada uno tiene su forma de ser. Pero lo que digo es que Messi tiene que decidir por él mismo. Es un momento para hacerse más hombre. Es una gran oportunidad para crecer", afirmó Maradona la noche del jueves a la prensa de la ciudad de Rosario. "Igual, el Barcelona lo va a esperar. Por eso le dieron la camiseta número 10, porque lo quieren. Si se la dieron, no fue porque Messi es un actor de cine, sino porque es un fenómeno, un gran jugador. La camiseta 10 era de Ronaldinho y ahora se la dieron a él", añadió.

"Yo me hubiera quedado acá con la selección, entrenándome y que me esperen en Barcelona. Pero son otros tiempos, otros compromisos, otros contratos. En su momento, si yo me llegaba a ir de Barcelona a Milán, como pasó con Ronaldinho, ardía todo", comentó el ex futbolista. "Creo que a Messi le falta un poco más de carácter. Ojalá, le ruego a Dios, que lo gane a través de su fútbol. Ojalá que cambie el temperamento porque no lo veo a Leo como para ir a luchar por los premios, como para decirle al compañero algo o motivarlo y pedirle: «Dámela a mí», comentó "Pelusa".

No ve a Messi como un líder

"No lo veo todavía. Ojalá, con el tiempo, se vaya haciendo más jugador de fútbol, más jugador de toda la cancha y más líder. Ojalá en dos o tres años tengamos que decir que Leo es líder", agregó al insistir en que Messi debería alzar la voz, fijar su posición e ir a los Juegos. Al referirse a la selección olímpica argentina, Maradona dijo que días pasados visitó al seleccionador Sergio Batista en el campo deportivo de la AFA. "Allí tengo las puertas abiertas, según dice Julio Grondona, que nunca me da las llaves", bromeó.

"Me dejaron pasar en la puerta porque creo que me conocen. El 'Checho' (Batista) tiene un gran grupo de chicos, que tendrán que hacerse hombres en la cancha", señaló. "Tiene grandes jugadores. Tiene un comandante como (Juan Román) Riquelme y arriba (Ezequiel) Lavezzi, el 'Kun' Agüero y Messi te matan. Por un lado, deben tener la pelota y poner mucho énfasis en el retroceso. Divertirse cuando tienen el balón y cuando no, volver rápido y pasar la línea de la pelota. Tiene un equipo de primer nivel para aspirar a lo mejor", comentó.

En cuanto a las presuntas diferencias entre Riquelme y Messi, dijo: "Me preocupé por lo que se habló de eso. Le pregunté a Batista cómo estaban a nivel de grupo y me dijo que no pasa nada". "Después hablé con Román y no creo que exista el problema. Antes se resolvía entre cuatro paredes, y el que salía bien, bien, y el que salía mal, mal. En la selección no se juega a ver quién es mejor persona, sino a ver quién es mejor jugador", afirmó. "Eso el 'Checho' Batista lo entiende bien. Y si no, viajo yo a Pekín", concluyó.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

C'est la vie

Hoje pela manhã, assistindo ao ótimo Pontapé Inicial, na ESPN Brasil, tive uma daquelas surpresas que chamamos de «extremamente desagradáveis»: o falecimento de um amigo e companheiro do jornalismo esportivo, Luiz Fernando Bindi.

Relutei muito em vir aqu escrever esse post. Muitas pessoas já escreveram homenageando-o. Muito mais amigas dele do que eu. Gente como o Vitor Birner, Mauro Beting, Marcelo Duarte, o pessoal da Trivela, todos links que você pode encontrar aí ao lado.

Mas o Bindi merece que eu venha até aqui para falar dele.

Conheci seu trabalho em 2006, quando o Loucos por Futebol fez uma matéria com ele. Ele mostrava sua grandiosa coleção de distintivos de futebol. Gigante, talvez seja um termo mais adequado. E contava histórias sobre os escudinhos, histórias como o porque tal país usar uniforme de tal cor, ou porque tal clube tem aquele escudo. Fiquei interessado em levá-lo para a rádio - na época, a Tupi AM - afinal, era ano de copa, poderíamos fazer uma matéria falando dos 32 países classificados. A matéria não rolou, mas ficamos amigos. Comecei a escrever colunas para o seu site, o Distintivos.com.br.

Naquele mesmo ano o conheci pessoalmente. Conversamos bastante e ele me falou da sua ojeriza aos comentários do João Carlos Assumpção. Eu, para falar a verdade, nunca havia prestado atenção, mas depois de alertado pelo Bindi, tive a certeza de que o Janca não serve para ser comentarista - mas é um excelente repórter!

Continuamos a encontrarmo-nos de vez em nunca. A última vez, se não falha a memória, foi no seminário de jornalismo esportivo do Comunique-se, no fim do ano passado.

Um jovem de 35 anos, vitimado por uma parada cardíaca. Que descanse em paz.

Abaixo, um vídeo no qual o Bindi é entrevistado pelo Marcelo Duarte, para o programa Guia dos Curiosos, do IG.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Fomos campeões?

Esse é o título do livro do jornalista argentino Ricardo Gotta. Em xeque a conquista argentina do Mundial de 78.

Na matéria para o diário argentino Olé, ele esclarece alguns pontos da partida que, para muitos, decidiu o mundial, o 6 x 0 da Argentina sobre o Peru, inclusive uma visita do General Videla, presidente argentino e do secretário de estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, ao vestiário peruano momentos antes do jogo. Veja a seguir:

¿Fuimos campeones?

El periodista Ricardo Gotta escribió un impactante libro sobre la noche en que Argentina goleó a Perú y de ese modo se clasificó para la final del Mundial 78. De la visita de Kissinger y Videla al vestuario visitante a la "llamativa" bomba que explotó en la casa del por entonces funcionario Juan Alemann, justo cuando llegó el cuarto gol en Rosario. Alta tensión, de arco a arco.

Fuimos Campeones, reza el título del libro que en los últimos meses sacudió la modorra de los futboleros. Pero, ¿fuimos campeones, realmente? El periodista Ricardo Gotta, en una minuciosa investigación, puso blanco sobre negro sobre un tema urticante: la legitimidad de Argentina como campeón del mundo en 1978, en medio de las atrocidades de la dictadura militar que gobernaba el país por aquellos tiempos.


El "partido envuelto por el misterio", aquella polémica goleada ante Perú en Rosario, fue el disparador que usó Gotta para reconstruir una historia plagada de misterio, de dudas, de contradicciones, de verdades, de mentiras, de fantasía, de realidades, de polémica, de reacciones. De todo, en definitiva. Ya más relajado, después de la presentación, el autor para la pelota y reflexiona acerca de este "otro hijo" que trajo al mundo: "Yo en ese momento, julio del 78, recién empezaba a dar mis primeros pasos como periodista deportivo. Trabaja en el diario La Prensa y en mi cabeza, como en la de tantos argentinos, había más que nada una euforia deportiva, más allá de lo que pasaba puertas afuera del Monumental o de cualquiera de los estadios sedes del Mundial. No nos olvidemos que a metros del estadio de River, donde se jugó el partido inaugural, la final y tantos otros, funcionaba el centro clandestino de la ESMA. Eso es muy fuerte. Los grupos de tareas seguían secuestrando y desde los aviones tiraban personas al mar... Mientras tanto, muchos de nosotros estábamos pendiente de lo que pasaba adentro de la cancha."


Hubo, recuerda Gotta, momentos tensos en los tres años que le llevó preparar este libro que publica la editorial catalana Edhasa. Uno, sin dudas, fue cuando entrevistó en un coqueto hotel de Puerto Madero a un ex integrante de aquel seleccionado peruano. Copa va, copa viene, el hombre dejó testimonios impactantes, en una madruga repleta de confesiones.


"Hay un momento del libro que genera escalofríos, incluso a mí que podría tener una actitud distante a partir del tiempo que me llevó estudiar el tema. Fue cuando Videla y Kissinger visitaron el vestuario de Perú, antes de comenzar el encuentro. Ninguno de los dos era precisamente un símbolo de paz. Uno presidente de facto de la Argentina y el otro secretario de Estados de los Estados Unidos. La presencia de ellos era toda una imagen de intimidación... Ese día, cuando el seleccionado de Menotti logra el cuarto gol que le aseguraba el pase a la final, explota una bomba en la casa de Juan Alemann, funcionario de la dictadura y abierto opositor a que jugara el Mundial."

O link da notícia no site do Olé e conta com um vídeo com uma entrevista do autor do livro. http://www.ole.clarin.com/notas/2008/07/17/seleccion/01717078.html

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vergonha

Às 16:30 de hoje, o Terra Magazine, colocou no ar uma matéria do excelente Bob Fernandes esmiuçando a segunda prisão de Daniel Dantas. O título: «Eu vou contar tudo! Vou detonar!» E o texto que segue: «Vou contar tudo sobre todos. Como paguei um milhão e meio para não ser preso pela Polícia Federal em 2004 (...), tudo sobre minhas relações com a política, com os partidos, com os políticos, com os candidatos, com o Congresso... tudo sobre minhas relações com a Justiça, sobre como corrompi juízes, desembargadores, sobre quem foi comprado na imprensa...»

Ou seja, Dantas estava disposto e prestes a «jogar merda no ventilador» em todas as instituições brasileiras.

Para a surpresa (e indignação) de todos, pouco menos de duas horas depois dessas declarações devastadoras, o ministro do Superior Tribunal, Gilmar Mendes, concedeu a Dantas novo Habeas Corpus.

Ele será solto!

Será uma simples coincindência a liberdade concedida para Dantas depois das ameaças públicas que ele fez?

Duvido.

Para ler tudo sobre o assunto, o melhor a fazer é ir ao Terra Magazine. Lá, quem é jornalista, terá uma aula de como fazer uma matéria. Bob Fernandes ensina, com riqueza de detalhes e apuração perfeita, que há, sim, salvação para a imprensa brasileira. Quem não é jornalista, encontrará a melhor fonte de informação sobre o caso. Perfeita cobertura.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Big Phil

Aqui um ótimo perfil do técnico Luis Felipe Scolari na Carta Capital. Ajuda a entender um pouco mais o técnico campeão por onde passou (menos em Portugal).

Por Phydia de Athayde
“Guri, faça o teu trabalho tranqüilo.” Com essas palavras, o treinador Luiz Felipe Scolari se apresentou ao preparador de goleiros do Palmeiras, Carlos Pracidelli. O mesmo que xinga, grita e é capaz de partir para a briga quando está na beirada do gramado, sabe como poucos exercer a humildade, a lealdade e manter uma equipe unida.

A partir de 1º de julho, o brasileiro assume o comando do Chelsea, time do milionário russo Roman Abramovich. Chega à Inglaterra depois de comandar a seleção de Portugal por cinco anos e meio. No período, o time português ficou entre os quatro melhores no Mundial de 2006 e a torcida resgatou um orgulho adormecido. Scolari era o quarto de uma lista de técnicos sondados pelo Chelsea e tratou de aceitar a proposta, estimada em 6,25 milhões de libras anuais por três anos, para confirmar que é o treinador brasileiro mais valorizado do mundo. Qual o segredo desse sucesso? Não há. Ou melhor, não é segredo algum.

O homem é muito simples, muito exigente, muito trabalhador. Também é um tanto rude, um tanto teimoso e outro tanto explosivo. Mas já mostrou ter bom coração e, coisa rara no futebol, é desprovido de ego. Aos 59 anos, Scolari carrega quatro décadas de experiência no futebol. Nesse tempo, aperfeiçoou-se a ponto de, por exemplo, aprender a ouvir opiniões diferentes da sua. Mas não mudou o essencial. “Ele sempre teve liderança. Como zagueiro, era o capitão e o xerifão do time”, diz o radialista esportivo Costa Cabral, que viu Scolari chegar ao Centro Sportivo Alagoano (CSA) para ser campeão estadual em 1981. “Ele não tinha técnica, ia para onde o nariz apontava. Mas tinha o time nas mãos.”

Quem treinava os alagoanos era Walmir Louruz, gaúcho como Scolari e amigo desde a juventude. “Ele não gosta muito de receber conselhos, mas, se é dito no momento certo, acaba ouvindo”, diz. Louruz sugeriu e providenciou que Scolari se tornasse treinador de futebol e, em 1982, estreasse no CSA. A experiência foi difícil, durou apenas dois meses. O novato pegou um “plantel de cobras-criadas”, na avaliação de Cabral, que acompanhava o time: “Por incrível que pareça, o Luiz Felipe, que é durão, foi tirado da equipe porque ainda não tinha esse impulso”. Mas deixou amigos no CSA.

Em 2005, o time estava na Segunda Divisão do alagoano. De passagem pelo estado para gravar um comercial e comprar um terreno na praia de Barra Nova, o ex-técnico fez uma preleção de luxo para os jogadores. Falou que o CSA é grande, que ele próprio já tinha vestido aquela camisa e, ao finalizar, pediu que os atletas dessem “sangue, suor e lágrimas” em campo. Não foi uma tirada imaginosa, mas o time ganhou por 1 a 0.

Sangue, suor, lágrimas e pancada. A fama de técnico que manda bater, e de retranqueiro, faz parte do currículo de Scolari. “Jogador meu tem de ir na bola como se fosse o último prato de comida”, costuma dizer. Ele não é treinador de receber elogios dos fãs do chamado futebol arte. “Jogando feio e ganhando, tudo fica lindo”, ironiza. Seja como for, o futebol de resultados o levou à seleção brasileira (que se encontrava em estado de calamidade em 2001) e rendeu o pentacampeonato ao Brasil, na Copa de 2002. Era o 16º título em 26 finais disputadas pelo técnico.

Scolari é especialista em mata-matas. Gosta de jogar sob pressão e sabe, como poucos, despertar os jogadores. Em 1999, antes de um jogo contra o Corinthians pela Libertadores, vazou para a imprensa o áudio do técnico palmeirense. Felipão mandava chegar junto, “quebrar, chutar, cuspir”. O Palmeiras, mesmo com menos time, superou o rival.

Entre o acanhado treinador do CSA e o vitorioso que chega ao Chelsea, o caminho foi longo e trabalhoso. Entre outros times, ele treinou o Al Shabab da Arábia Saudita e os gaúchos Brasil de Pelotas, Juventude e Pelotas. Em 1987, chegou ao Grêmio pela primeira vez e foi campeão gaúcho. Voltaria ao clube em 1993. Antes, treinou o Goiás (GO), o Al Qadsia (do Kuwait) e a seleção daquele país. Em 1991, foi campeão da Copa do Brasil com o Criciúma (SC) e, no ano seguinte, retornou ao Oriente Médio. A segunda passagem pelo tricolor gaúcho rendeu títulos como a Copa do Brasil (em 1994) e o Campeonato Brasileiro (1996), além da Copa Libertadores da América, em 1995. Em seguida, perdeu a final do Mundial Interclubes, disputada em Tóquio, para o Ajax da Holanda. Em 1999, com o Palmeiras campeão da Libertadores, o Mundial escapou na derrota para o Manchester.

Por onde passou, Scolari deixou boas histórias. Antonio Carlos Verardi, supervisor de futebol cuja história se confunde com a do Grêmio, lembra de quando ele era apenas o zagueiro, “grosso, muito grosso”, do Flamengo de Caxias. O ano era 1977. Em um amistoso contra o Grêmio treinado por Telê Santana, desentendeu-se com um adversário, o zagueiro Oberdan Vilain. “A bola furou a rede pelo lado de fora e o juiz validou o gol. Ele armou um sururu, queria chegar às vias de fato com o Oberdan, era muito voluntarioso”, conta Verardi, entre risos. “Eu me perguntava: ‘esse camarada não se contém?’”

Anos depois, o já técnico Felipão trazia o espírito brigador para o Grêmio. Verardi confirma que, no dia-a-dia, ele é o próprio “sargentão”. E destaca que a maior qualidade do treinador é ter controle total do grupo. Scolari é um obstinado e, com o mesmo ímpeto que se doa, exige entrega incondicional dos comandados. O Grêmio de Scolari ficou marcado como um time violento, como ocorreria com o Palmeiras (onde chegou em 1997, após deixar o Rio Grande do Sul para treinar o Jubilo Iwata, no Japão). O fã Verardi relativiza a violência em campo: “Futebol é um esporte de contato. Interromper um lance pode enfear o espetáculo, mas é buscar a vitória”.

O gremista relata outro episódio, ocorrido durante uma excursão à Europa. Sob o comando de Scolari, o time enfrentava o Estrela Vermelha, da Romênia, e um jogador em especial estava comendo a bola. Ao lado do campo, apontando para o sujeito, o treinador gritou alto e claro para um dos seus: “Vais deixar este filho da p... jogar?” O problema é que o romeno compreendeu. Se não integralmente, por certo a parte que lhe dizia respeito. Veio pra cima de Felipão, Felipão pra cima dele. Outra enorme confusão. Daquela vez, o Grêmio perdeu.

O estilo agressivo deixou hematomas históricos na trajetória de Scolari. Em 1995, durante um confronto entre Grêmio e Palmeiras, o técnico por pouco não partiu para o corpo-a-corpo com Vanderlei Luxemburgo, então treinador do clube paulista. Em 1997, com o Palmeiras, devolveu uma bola que saiu pela lateral jogando-a na cara do jogador do Vasco, Válber. No ano seguinte, ainda no Palmeiras, em uma coletiva após um treino do time, o técnico se estranhou com o jornalista Gilvan Ribeiro. Trocaram provocações e o repórter recebeu um soco no queixo.

Resolver desavenças na base do punho fechado é um instinto que Felipão ainda não aprendeu a controlar. Em setembro do ano passado, no encerramento de uma tensa partida entre a seleção de Portugal e a da Sérvia pelas Eliminatórias da Eurocopa, Scolari tentou esmurrar o jogador sérvio Dragutinovic. Por sorte não acertou, mas as câmeras e toda a Europa flagraram a tentativa de agressão. Está no YouTube.

“Desculpem, não sou infalível. Foi um reflexo após várias provocações, e eu quis proteger meus jogadores”, justificou-se após a ocorrência. O assessor de imprensa do treinador, Acaz Fellegger, ajudou a preparar uma estratégia de mídia para minimizar as conseqüências do destempero. Além do pedido de desculpas, aceitas pelo sérvio, o treinador participou de um respeitado talk show na tevê portuguesa, ocasião em que pôde explicar o enredo completo das provocações que culminaram no soco fora do alvo. A tese da defesa, que é a mais crua verdade, baseou-se na palavra-chave dos relacionamentos pessoais e profissionais de Felipão: lealdade.

“Ele morre por você.” Fellegger diz algo que poderia ser repetido por qualquer um que tenha sido comandado por Scolari. E a lealdade tem um preço: “Se você errar com ele, esqueça. Não uma falha humana, mas proposital. Acabou”. O assessor é um confesso admirador do técnico e guarda na lembrança o momento em que ele disse que o apoiaria no clube (então, o Palmeiras), mas que ele deveria fazer o mesmo. “Foi dito e feito”, conta Fellegger. Assim que o contrato com o clube paulista terminou, foi convidado a trabalhar diretamente com o treinador. E lá se vão oito anos.

Com a mesma intensidade que cobra e exige, Scolari zela pelos seus. No vestiário, é o tipo de treinador que se preocupa com os problemas pessoais de cada jogador. Sabe os nomes de cor e sempre pergunta como andam os filhos, a esposa, a família. “Ele tem um coração enorme, é muito sensível”, diz Verardi, e faz uma análise da relação entre os boleiros: “O principal adversário do jogador de futebol é o reserva da posição. É muito difícil administrar o emocional do vestiário, e o Scolari sabe como ninguém manter o espírito do grupo unido”.

Pracidelli tem 14 anos de Palmeiras. Nesse período, viu uma infinidade de técnicos entrarem e saírem do clube. Nenhum se parece com Scolari. Profissionalmente, diz, é exigente e detalhista acima da média. “Pessoalmente, ele é um pai. Chama a sua atenção, mas te pega no colo, te protege para toda a vida”, diz o preparador de goleiros, que acaba de ser anunciado como primeiro reforço no Chelsea de Felipão. O treinador já o havia chamado para integrar a equipe técnica da seleção brasileira na Copa de 2002 e agora repete o convite. Como na vez anterior, Pracidelli foi surpreendido por um telefonema de Felipão, a quem chama de “Seu Luiz”. Sensibilizado e feliz pelo reconhecimento, aceitou sem pestanejar.

Se a relação do treinador com os dirigentes é mais distante (“Eles cuidam do que é deles, do campo cuido eu”), o calor humano de Scolari extrapola fácil o vestiário para se estender ao porteiro, à copeira, aos funcionários que aparam o gramado. Pracidelli traduz: “Todos se sentem importantes. Ele faz a sua dor ser a dor dele. Não dá para não aceitar esse pacto. Quando acontece uma derrota, ele chora junto com os jogadores, mas é o primeiro a abraçar todo mundo e levantar o moral da equipe”.

Bom gaúcho, Scolari adora um churrasco. Nas confraternizações entre jogadores e equipe técnica, é sempre um dos que mais participam. Fica na churrasqueira, faz questão de salgar a carne, toma lá uma cervejinha, uma caipirinha e é um ótimo contador de piadas. Enquanto viveu em Portugal, durante as visitas ao Brasil, não era raro aproveitar a escala em São Paulo e telefonar, do aeroporto, para Pracidelli. “Junta a rapaziada!”, era a senha para mais um almoço na churrascaria Fogo de Chão, próxima ao centro de treinamento do clube.

Além de Pracidelli, Felipão tem uma legião de amigos e parceiros a quem é muito fiel. E todos respondem com a mesma lealdade. Entre eles, o inseparável auxiliar técnico Flávio Murtosa, o preparador físico Paulo Paixão, o ex-dirigente do Grêmio Luiz Carlos Silveira Martins e o autor de sua biografia, Ruy Carlos Ostermann. Há, ainda, o presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff, que, assim como Ricardo Teixeira na CBF, está no cargo há décadas após sucessivas e protocolares reeleições.

Em política, fica entre a ingenuidade e o desinteresse. Durante entrevista a uma rádio, em 1998, Scolari não escondeu a simpatia pelo ex-ditador chileno Augusto Pinochet, que, conforme disse, “fez coisa boa também. Ajeitou muitas coisas lá (no Chile)”. Nunca declarou preferência partidária. “Não tenho partido. Não quero saber dessa história de direita e esquerda. Costumo votar nos meus amigos.” Pano rápido.

Scolari é um profundo respeitador da hierarquia interna nos clubes, mas não recebe bem críticas vindas de fora. Em 2000, após uma derrota do Palmeiras para o Cruzeiro, o palmeirense e então ministro da Saúde José Serra o chamou de “retranqueiro”. A resposta foi curta e grossa: “Boa é a situação da saúde no Brasil. Minha sorte é que eu tenho um bom plano”.

Em 2002, não deu para Romário. Felipão, que cumprira a missão de classificar a seleção brasileira para o Mundial daquele ano, foi pressionado por Ricardo Teixeira para que convocasse o genioso craque. Teixeira, a quem Scolari se referia como “doutor Ricardo”, ouviu um sonoro não. Ou melhor, um: “Tudo bem. Ele entra, eu saio”. O cartola preferiu manter o técnico e Romário ficou fora da Copa do Japão-Coréia. Os escolhidos pelo treinador rapidamente entraram no esquema “sangue, suor e lágrimas” e receberam a alcunha de “Família Scolari”. Na Ásia, como se viu, a disciplinada família venceu todos os sete jogos.

De volta ao Brasil, o devoto Scolari pagou uma promessa à Nossa Senhora de Caravaggio e percorreu, a pé, os 18 quilômetros que separam Caxias do Sul do santuário de Farroupilha. Como em outras ocasiões, escalou o velho companheiro Louruz, que também é devoto, para acompanhá-lo. “Eu mesmo não prometo caminhadas, mas já o acompanhei duas ou três vezes. Sempre que ele faz promessa, me chama”, conta o amigo, para quem Felipão, apesar de todas as conquistas, não mudou nada. Nem com o sucesso na seleção brasileira, nem com o trabalho na de Portugal, nem mudará ao assumir o milionário Chelsea. “Mudou a vida dele, mas ele continua o mesmo cara, chato e ranzinza”, diz. Como o amigo, sem meias palavras.

Entre o afago e o safanão, sempre sem cerimônia, Scolari segue fazendo história. Nesses anos todos, sempre preservou a família do assédio da imprensa. É casado com Olga e pai de dois filhos, Fabrício e Leonardo, de 16 e 25 anos. A família prepara-se para viver os próximos três anos na Inglaterra e depois, quem sabe, retornar a Canoas, a 14 quilômetros de Porto Alegre. Mas Felipão não considera o Chelsea o último desafio da carreira. No horizonte não tão distante está a Copa de 2014, a ser realizada no Brasil. Não deixa de ser uma tentação e um sonho para o especialista em mata-matas. E em emoção.

sábado, 21 de junho de 2008

Dunga chuta a canela da Rede Globo

O técnico da seleção brasileira de futebol Carlos Caetano Bledorn Verri, mais conhecido por seu apelido que lembra um dos sete anões, deu entrevista reveladora a Luciano Borges, do Blog do Boleiro, no Terra Magazine. Borges também é diretor do programa Propaganda Futebol Clube, do canal Bandsports.

Na entrevista, Dunga revela que suas decisões de como tratar a imprensa geraram um mal-estar com o pessoal da "poderosa". E que, por isso, eles querem sua cabeça (basta ver a "campanha feita pelos comentaristas do Sportv e por Galvão Bueno, de que a coisa não pode continuar do jeito que está).

Abaixo a entrevista, retirada do Blog do Boleiro, no Terra Magazine:

Dunga: “Estou puto, mas estou tranquilo”


Por Luciano Borges

O técnico da seleção brasileira tem um jeito Dunga de explicar como está se sentindo: “Estou puto, mas estou tranquilo”. Em casa na cidade de Porto Alegre, o treinador pensa e repensa tudo o que passou nos últimos dias com a equipe do Brasil. E acha que está sendo pressionado para ceder nas restrições que impôs à imprensa, especialmente à TV Globo.

Em conversa por telefone com o Blog do Boleiro, Dunga explicou porque não utilizou atletas em idade olímpica nos quatro últimos jogos, porque dispensou Kaká, o que achou do desempenho da seleção nas partidas das eliminatórias e também se foi mesmo atropelado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na convocação antecipada de Ronaldinho Gaúcho para a equipe olímpica.

Dunga, como você está?
Tranqüilo. Estou puto, mas estou tranqüilo. Sei que querem a minha cabeça porque criei uma zona de desconforto para quem estava acostumado a cobrir a seleção brasileira sem sair de casa. Porque tinham a escalação, o time, as preferências do treinador. Mas isto mudou.

De quem você está falando?
Queira ou não queira, a poderosa manda e os caras que trabalham para ela acham que mandam. Não digo que seja a TV Globo, mas alguns profissionais que trabalham lá e estavam acostumados com privilégios e não têm mais. Lá nos Estados Unidos, vieram pedir para entrevistar um jogador à uma da manhã. Disse não. Eles foram à loucura. Um câmera ficou dizendo que ia falar com A, B ou C, mas falei que não. Não tenho culpa se os caras chegaram atrasados em três dos quatro treinos que dei. Não é meu problema se o cara perdeu a hora passeando no shopping. E eu disse para o cara: “Não vai jogar a responsabilidade em cima de mim”. Depois dizem que o Dunga é carrancudo. Tenho senso de justiça.

As relações entre você e os jornalistas estão estremecidas?
Comigo, os repórteres perguntam tudo e eu respondo tudo. O que fiz foi atender o que 95% da mídia pediu e 100% da população brasileira queria: coloquei ordem, acabei com a festa que foi na Copa do Mundo de 2006. E estou atendendo o que o meu patrão determinou.

Mas a reclamação não é só dos profissionais da Globo.
Veja como são as coisas. Os caras que a vida toda reclamaram dos privilégios de uma emissora, agora se juntam com ela para meter o pau. Quem reclamava das tendas de algumas tevês que cobriam os treinos e faziam entrevistas na hora que queriam, agora tem tratamento igual. Mesmo assim, reclamam. Mas não vou dar nada para ninguém. Mas está tudo dez. Sei que os caras vão fazer leitura labial comigo, mas não mudo de posição. Estou tranqüilo.

Você está na corda bamba?
Já disse. Esta pergunta deve ser feita para o presidente da CBF. Mas, veja bem, quando o Ricardo Teixeira me contratou, ele deixou claro que nossa conversa seria direta, sem interlocutores. Falo direto com ele. E não fazemos nada sem planejamento. O Ricardo recebe relatórios de tudo o que vamos fazer, quem convocamos, porque convocamos, qual o nosso objetivo. Funciona como uma empresa.

Quando você conversou com ele pela última vez?
Ontem à noite, por telefone.

Você sabia da convocação do Ronaldinho Gaúcho para a Olimpíada?
Esta idéia vem amadurecendo na comissão técnica há três meses. Passamos para o presidente Ricardo Teixeira e ele assumiu o encaminhamento dela. A gente teve que deixar o cara bater no fundo para ajudá-lo. Mas eu não podia ir até o jogador, me expor. Por isso, o Ricardo disse: ‘Deixe que eu mesmo falo com ele’. Ele não está machucado. Mas não joga há três meses. Por isso, o Paulo Paixão (preparador físico) vai trabalhar com ele. Agora, o Ronaldinho sabe que vai viajar na classe econômica, junto com o resto do time. E tem que estar disposto a treinar.

O que você pode dizer sobre este caso do Kaká? Você está realmente chateado com ele?
Não estou. Eu quero contar com os melhores. Não sou maluco. Não sou doente. O que eu falei foi o seguinte: ele precisa estar bem para disputar os dois jogos das eliminatórias. O que eu ouvi foi que para o primeiro jogo não dava e talvez desse para o segundo. Aí não seria possível. Ele não está bom para jogar hoje.

Ele disse no programa “Bem Amigos”, no Sport TV, que não gostou muito do jeito como foi cortado.
É mas ele mesmo disse também que jogou machucado em 2006 e não faria isto mais. Mas eu pergunto: por que jogou cinco meses no Milan com o problema no joelho? O que eu ouvi era que ele talvez pudesse, talvez não pudesse jogar os dois jogos. Ou tem ou não tem condições. Ou então chega e diz “eu vou pro pau”. Agora, para impedir o Kaká de ir à Olimpíada, é o Milan que decide. Mas para jogar nas eliminatórias, é o Kaká que decide.

O que houve então, um mal entendido?
Eu sempre digo aos jogadores que eles só podem acreditar naquilo que sai da minha boca. Só vale quando eu falar. Nunca disse que não queria o Kaká ou o Ronaldinho Gaúcho. Quero contar sempre com os melhores. Quero os melhores, em condições de jogar.

Mas o Ronaldinho nem está jogando.
Esta situação é uma exceção, fizemos um planejamento para ele jogar. Para mim, todo mundo é importante, do Júlio César ao Ronaldinho, passando pelo Maicon, Lúcio, Juan, Anderson, todo mundo.

No meio desta situação, a Olimpíada veio para atrapalhar?
Não vai atrapalhar, vai ajudar.

Mas até para este amistoso no Rio você já teve que dispensar dois jogadores.
O Fluminense divulgou quando ia viajar para o Equador? Não. Quando eles pediram a dispensa do Thiago Neves e do Thiago Silva, não me opus. Não vou atrapalhar a vida de ninguém.

Vocês dispensaram o Alex Silva e o Hernanes do São Paulo?
Não. Até porque ninguém falou comigo. Se falassem comigo, dissessem que precisam deles, a gente podia fazer um acordo. Eles jogariam uns 60 minutos no sábado e eu os colocaria para jogar uns 40 minutos no domingo.

Esta má fase que a seleção está passando não pode queimar jogadores como, por exemplo, o Diego?
Eu sempre digo: seleção é pressão. O cara não pode se queimar. Eu dou oportunidade. Veja o caso do Luisão: nos quatro anos antes de eu assumir, ele jogou dois jogos pela seleção. Comigo, em dois anos, já disputou seis. É saber aproveitar. Tem cara que diz que precisa de sequência de jogos. Isso vale para times e não para seleção. Seleção é confiança. O jogador tem que dizer “tenho cinco, dez minutos para jogar e vou dentro”. Viu o Anderson? Como ele entrou contra o Paraguai?

Contra o Paraguai, a seleção não conseguiu parar o contra-ataque e a jogada de bola parada.
Isso é o mesmo que dizer que a Itália joga no contra-ataque. Todo mundo sabe disso. A gente sabia que o Paraguai tem essa característica. Mas sofremos dois gols em falhas que acontecem no jogo. Contra a Argentina, sabíamos que dos oito gols que eles tinham marcado nas Eliminatórias, seis foram em jogadas de bola parada. No Mineirão, eles repetiram estas jogadas várias vezes. O que aconteceu? Nada. O time melhorou. Comparando com os argentinos, eles somaram dois pontos e nós um nestes dois últimos jogos.

O Brasil não jogou mal?
Contra a Venezuela, jogou mal mesmo. Contra o Paraguai não fomos bem. Mas contra a Argentina, o time melhorou. A gente queria ganhar o jogo, mas enfrentamos a Argentina.

Por que você não aproveitou os amistosos nos EUA (contra Canadá e Venezuela) para testar jogadores em idade olímpica?
É outra crítica que fazem sem saber que planejamos tudo, pensamos antes de tomar decisões. Para as eliminatórias, os jogadores estavam no final de temporada, 15 dias parados. Se coloco um time olímpico, eles iam ficar mais 15 dias. Como o time poderia ir bem nas eliminatórias? Assumimos um risco calculado. Se a gente tivesse certeza seria melhor.

Você está se sentindo pressionado?
Não pela CBF. Sei que os caras querem me botar contra a parede para que eu ceda. Mas não vou mudar. Já me reuni com eles, eles falam que tem os melhores profissionais, os melhores equipamentos, mas isso não muda nada do que me propus fazer na seleção. Queriam seriedade e temos seriedade.

Os jogadores entendem isso?
O grupo é muito responsável. Temos alguns atletas experientes como o Gilberto Silva, Gilberto, Lúcio e Juan que orientam os mais novos. Eles sabem que só quero que eles tenham responsabilidade. Trato os caras com o maior respeito. O próprio grupo puxa quem está se desviando um pouco. É uma tarefa importante jogar pelo Brasil. A situação do país requer algumas mudanças. Tenho a oportunidade de mudar esse aspecto. Ninguém leva vantagem aqui. Para mim, o que vem primeiro é a seleção brasileira.

Você teme ser demitido?
Sou bem sucedido na vida. O que tenho dá para viver. Sempre digo que Deus me deu um dom, que é o de jogar bola, e eu acrescentei algumas coisas. Eu estou na seleção porque sempre achei que seleção não é escolha, é missão. Para mim, primeiro é o trabalho e não o emprego. Mas estou tranqüilo. Aquilo que me propus a fazer, renovação e o fim das mordomias de alguns setores da mídia, estou fazendo.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A verdade sobre o afastamento de Felipe e William

O primeiro afastado foi o goleiro Felipe. Há muito tempo ele estava na berlinda. Desde a problemática renovação de contrato dele, para ser exato. Na época o diretor de futebol do Corinthians, Antônio Carlos, queria negociá-lo com o Fluminense. Só não o fez por temer uma reação indignada da torcida. Mas Felipe ficou de sobreaviso, na primeira oportunidade, seria "fritado".

E não pensem que a fritura foi por causa da falha do goleiro no segundo gol do Sport, o gol do título pernambucano na Copa do Brasil. A coisa é mais grave.

Antes do jogo contra o Sport, no Recife, o zagueiro William (capitão do time e homem de confiança do Mano, desde os tempos de Grêmio) e o goleiro Felipe tiveram uma conversa com o técnico Mano Menezes. Eles disseram que a melhor tática para o jogo era atacar o Sport desde o início. Disseram também que se o Corinthians jogasse atrás não aguentaria a pressão pernambucana. Mano bateu o pé e falou que o time jogaria recuado.

No intervalo, já com os 2 x 0 para o Sport, o vestiário corinthiano ferveu. William e Felipe foram para cima de Mano Menezes, para tirar satisfação com o técnico sobre o ocorrido. Como que dizendo "e aí, e agora? sua tática não deu certo".

O primeiro afastado foi Felipe, na semana passada. Quando Júlio Cesar jogou - e bem - contra o Palmeiras no Paulistão, a diretoria do Corinthians soltou foguetes. A transferência do goleiro é vista com ótimos olhos pela diretoria do time.

Nesta semana foi a vez de afastar o segundo jogador que peitou Mano Menezes: William. Só mesmo isso explica o fato do técnico de afastar do time seu capitão e homem de confiança que, ainda por cima, foi o melhor em campo na partida contra o Brasiliense.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O peso da tradição

Tradição é uma coisa engraçada. É dela por exemplo que vem o tabu. E quando falamos em tabu, muitos rapidamente dizem que "tabu foi feito para ser quebrado".

Mas, de novo, a tradição.

Nesta semana tivemos alguns confrontos esportivos bem tradicionais.

Na NBA, Boston Celtics e Los Angeles Lakers decidiram o título. 16 títulos dos verdes, 14 dos amarelos de Los Angeles.

Haviam decidido a NBA em outras 10 oportunidades. 8 a 2 para os Celtics. O Lakers chegou credenciado ao título por causa de como venceu o San Antonio Spurs na final de conferência. Mas o que aconteceu? Pesou a tradição e os Celtics venceram a série por 4 a 2.

Pela Eurocopa, dois confrontos marcados pela tradição. Itália e França jogaram para decidir uma vaga nas quartas-de-final da competição. A Itália, com muito mais história que a França, venceu por 2 a 0 e classificou-se.

Hoje Portugal e Alemanha jogaram já pelas quartas. O time de Felipão terminou seu grupo em primeiro, jogando um futebol muito bom. Enquanto isso, a Alemanha sofreu na primeira fase. Perdeu da Croácia e só conseguiu a classificação na última rodada.

No jogo de hoje, não deu chances para Portugal e venceu por 3 a 2. Com isso, Felipão deixa a seleção portuguesa após uma derrota doída.

No sábado, outro jogo que exemplifica muito isso. Espanha e Itália jogarão por uma vaga na semifinal. A Espanha foi a primeira colocada em seu grupo, jogando muito bem. Tem o artilheiro da Euro - David Villa -, tem uma geração de jovens e muito bons jogadores - Puyol, Fabregas, Xavi, Iniesta, Villa, Torres. Ou seja, etá muito bem.

Por outro lado, a Itália só conseguiu a clssificação na última rodada, depois de ser goleada pela Holanda na primeira partida por 3 a 0. Mas está longe de ter um time ruim. Tem um goleiro excepcional, uma zaga boa, com bons laterais, um meio-campo que marca muito e um atacante, Luca Toni, que sabe marcar gols - fez 24 só na Bundesliga. O time terá dois desfalques. Um, importantíssimo: Andrea Pirlo. O outro é Gattuso.

Mas o porque um time assim venceria o outro, em melhor fase? Primeiro, porque o esporte em questão é o futebol. E nenhum dos esportes coletivos é tão imprevisível.

Segundo, a Espanha não vence a Itália em partidas oficias entre seleções adultas desde 1920, quando ganhou dos italianos na olimpíada de Antuérpia. Some-se a isso a eterna tradição espanhola de amarelar em momentos decisivos...Tudo pronto mais uma vez para uma final entre Itália e Alemanha.

domingo, 15 de junho de 2008

Quer ser estrela, vai jogar tênis!

Essa é para Iziane, a pseudo-estrela do basquete feminino do Brasil.

Depois de ser colocada para fora da quadra e da seleção brasileira que disputa o pré-olimpíco de basquete em Madrid, após se recusar a entrar em quadra contra a Bielorrúsia, a ala ainda teve a capacidade de dar a entrevista que vocês podem ver abaixo:



É muita petulância. Errou, deveria ter pedido desculpas. Ponto para o técnico da seleção, Paulo Bassul, que a expulsou da quadra, da concentração e disse que "se o Brasil conseguir a classificação para Pequim, ela estará fora."

Talvez, com o tempo, ela veja a grande besteira que fez.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Manda Bala!!!

Tenho que confessar uma coisa para vocês: eu não acreditava no Sport.

Na minha cabeça, Mano faria contra o Sport o mesmo que fez contra o Santos, pela Libertadores no ano passado. Marcaria pressão no início de jogo, e essa pressão só arrefeceria quando marcasse o gol, que lhe daria o título, possivelemente.

Não foi o que aconteceu. Em estádios como a Ilha (ou BombonoIlha, como queiram) jogar todo o tempo atrás é uma fria. E foi isso que aconteceu com o Corinthians.

Além de ter errado na postura do time, Mano também errou ao final do jogo, quando responsabilizou a arbitragem pela derrota. Já havia sido assim contra o Botafogo, no Rio e na época da eliminação do campeonato paulista.

Mano, você tem que saber perder.

Ao Sport Clube do Recife, os mais sinceros parabéns, foi uma conquista irreparável.

Venceu todos os jogos em casa, sempre com, no minímo, dois gols de diferença. E venceu os dois grandes favoritos da competição: Internacional e Palmeiras.

E viva o profético Carlinhos Bala que, no saguão do Morumbi, ao final do primeiro jogo, sentenciou: "Enílton fez o gol do título"

terça-feira, 3 de junho de 2008

O perigo chamado Sport

O Corinthians é favorito ao título da Copa do Brasil, por inúmeras razões, mas também por uma só: Mano Menezes.

O que ele fez com esse time não é brincadeira. E não é só uma defesa bem postada, é o time todo, é a bola parada, muito forte.

O Corinthians é favorito por tradição, pelo que está jogando e por sua história na Copa do Brasil (chegou em três finais, venceu duas - ambas com o segundo jogo fora de casa - e perdeu uma).

Mas o Sport também vem muito forte, com um ótimo conjunto, bons jogadores.

Para falar mais sobre o Sport, o Craque de Blog abre espaço para José Neves Cabral, jornalista pernambucano dos bons, que entende muito do que acontece no futebol de lá. Aproveitem!

Pelo que vem demonstrando, e acho que vocês aí no Sul já perceberam, o time do Sport chega à decisão com um espírito de quem está determinado (ou predestinado?) a ganhar o título, tantos foram os obstáculos que superou até se classificar à final.

Não é fácil chegar em Sáo Paulo e arrancar um empate do Palmeiras e depois goleá-lo na Ilha. Como não é fácil perder de pouco em Porto Alegre (1x0) e fazer 3x1 no Recife com um gol de falta de um zagueiro que, até então, nunca havia acertado. E o time já estava com um a menos devido à expulsão de Luciano Henrique. Coisa do destino ou de quem está predestinado. E o pior ou o melhor: o Sport eliminou o Inter na Ilha sem Romerito, seu principal jogador neste primeiro semestre.

Mas por que o tecnicamente limitado Romerito tornou-se ídolo do Sport? É simples: há uma mística na Ilha do Retiro de que às vezes o time vence sem demonstrar muita raça e é vaiado, mas, às vezes, perde e é aplaudido.

Romerito encarnou muito bem essa mística. Ele é competitivo e ao mesmo tempo solidário, assim como Dutra, Sandro Goiano, Durval, Carlinhos Bala, Igor. O espírito de competição e solidariedade tomou conta do Sport.. Somemos a isso um maciço apoio da torcida que enche o estádio. O goleiro Marcos chegou a comparar a Ilha do Retiro ao estádio de La Bombonera, não por acaso.

Os pontos fracos existem, claro. O lateral-direito Luizinho Neto dá evidentes sinais de que já não consegue competir em alto nível, embora seja utilíssimo nas bolas paradas. O ataque do Sport é claudicante, pois Leandro Machado ainda não encontrou a forma ideal, mesmo 'beliscando" vez por outra. E o técnico Nelsinho Baptista tem poucas opções para mudar o quadro, pois tem no banco para o ataque apenas Enilton e Roger, ambos abaixo do nível de Leandro.

Mas o ponto forte do Sport é mesmo o conjunto, que tem como base uma defesa sólida com Durval e Igor formando dupla há mais de um ano e um goleiro que vem superando todas as expectativas. Magrão é hoje um dos grandes ídolos do clube, depois de ter vencido a desconfiança da torcida, desconfiança que o fez ficar na corda bamba por um bom tempo na Ilha. Hoje ele é inquestionável.

Outro ponto forte do time e isso vem fazendo a diferença é a experiência de jogadores como Dutra, Durval e Sandro Goiano, o terceiro de tantas batalhas vencidas pelo Grêmio e que hoje empresta seu profissionalismo ao Leão. É isso aí.

Não dá pra dizer que o Sport vai ser campeão de véspera. Afinal, o Corinthians é o Corinthians e jamais será pequeno, nem se descer à Terceira Divisão.

Mas é possível enxergar a disposição para a batalha em cada um dos jogadores.

Quanto ao caso Romerito, tenho ouvido poucas declarações da diretoria do Sport. Em todas, fica claro que o clube fez o que estava a seu alcance.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Que falta faz uma "caixa de bombons"

O Fluminense conseguiu um ótimo resultado nesta quarta: empatou com o Boca, na Argentina, por 2 a 2. No jogo de volta, no Maracanã, o zero a zero e o 1 a 1 classificam o time para a inédita final da Libertadores.

Mas que o torcedor do Flu não se engane, o Boca é um daqueles raros casos de times (talvez seja o único) que jogam ainda melhor fora de casa e sobre pressão.

De cabeça, agora, lembro de três oportunidades nas quais o Boca veio para o Brasil com um resultado considerado ruim e reverteu a situação: contra o Palmeiras em 2000 e em 2001. Nas duas vezes, empatou por 2 a 2 em casa e venceu nos pênaltis. A primeira no Morumbi, a segunda no Palestra. E em 2003, o Paysandu venceu o Boca na Bombonera. É isso mesmo, venceu lá por 1 a 0, gol de Iarley. No jogo de volta Guillermo Barros Schellotto fez chover no Mangueirão: 4 a 0 com três gols dele. Neste mesmo ano, os Xeneizes eliminaram o América de Cali, na Colômbia, também no segundo jogo, também com goleada, 4 a 1, só que desta vez o show foi de Tevez.

Por tudo isso, o Fluminense tem que tomar muito cuidado no próximo jogo. Mesmo que esse seja o pior Boca dos últimos anos, um time muito forte na frente, mas muito fraco do meio para trás, com uma zaga deficiente e goleiros muito instáveis.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Preocupação mundial

A BBC mostra uma matéria hoje sobre o número de ingleses que começam os jogos como titulares em suas equipes. São 170 ingleses que começam como titulares na Premier League, de um total de 498 jogadores. Ou 34.1% dos jogadores dos 20 times da Premier League. Abaixo, um gráfico mostrando a diminuição desse número da temporada 2000-2001 para cá:


O time que, em média, mais conta com ingleses em campo desde o início do jogo é o West Ham, com uma média de 6.61 jogadores ingleses. O Arsenal é o time que menos conta com ingleses. Por partida, em média, 0,34 jogadores ingleses entram em campo desde o início do jogo vestindo a camisa dos Gunners.

O técnico da seleção inglesa, Fabio Capello, disse não estar muito preocupado com isso. Para ele, "o importante é a qualidade dos jogadores, e não a quantidade." Mas ele ressalvou que é melhor que esse número bata os 40% na temporada seguinte, "porque é daí que eu escolho quem convocar."

Sepp Blatter, presidente da FIFA, já deu seu parecer sobre o caso. Para ele, "é necessário estabelecer um limite para jogadores estrangeiros desde o início em campo. Cinco estrangeiros está bom."

A Premier League discorda. Em comunicado, os dirigentes da Federação disseram que "nós precisamos é elevar o nosso nível, não criar um 'sistema de cotas' que valoriza os jogadores medianos ao invés dos que têm o nível para os nossos clubes."

Capello citou que, na final da Liga dos Campeões, havia 9 jogadores ingleses nas escalações iniciais. Ele disse que esse mesmo problema também existe na Itália e na Espanha.E quando perguntado se a Inglaterra, mantendo esse número baixo de ingleses nos seus times, pode vencer um dos torneios grandes de seleções (Copa do Mundo e Eurocopa), ele disse "que isso dependerá dos trabalhos das academias de futebol, as escolinhas, e da preparação desses jovens na base dos clubes."

E agora Juvenal?

Juvenal Juvêncio não se mostra disposto a trocar de técnico. Segundo fontes de dentro do Tricolor, o presidente não vê, no Brasil, nenhum técnico melhor do que Muricy para assumir o São Paulo. O único é Luxemburgo, que tem suas portas fechadas no Morumbi. Dos outros nomes ventilados (Paulo Autuori, Leão e Cuca), nenhum empolga Juvenal. Ele tem restrições a todos eles. Contra Autuori, ainda que ele tenha sido campeão da Libertadores e Mundial, pesa um episódio ocorrido na véspera do jogo contra o Liverpool. Ele decidiu que tiraria Edcarlos do time e promoveria a entrada de Souza, para surpreender os ingleses. Juvenal respondeu que “o São Paulo era como um castelo de cartas, que tirando uma das cartas, o time poderia desmoronar.” Autuori seguiu o conselho, manteve Edcarlos e o time foi campeão. Contra Leão pesa o fato da diretoria não gostar do estilo do técnico, que quer ter controle sobre tudo. Eles avaliam que Leão e Muricy estão no mesmo nível. Mas o Muricy já tem uma rotina, todos conhecem e têm um bom relacionamento com ele. Contra Cuca, um técnico que Juvenal gosta bastante, pesa o fato de ele pilhar muito o time, passar muita emoção nas horas decisivas.

Uma coisa é certa: é tempo de mudança. E isso o Juvenal sabe. E, no fundo, ele também sabe que errou na montagem do time neste ano. Que deixou escapar por entre os dedos o Rodrigo para o Flamengo e Henrique para o Palmeiras. Isso porque resolveu esperar o fechamento da janela de transferências em janeiro para ver se os preços abaixavam. A mesma coisa aconteceu com Conca e Macnelly Torres, que fez ótima Libertadores ano passado pelo Cúcuta e assinou com o Colo-Colo. Muricy não queria Juninho. Para ele, era melhor trazer Chicão, mais rápido e melhor no jogo aéreo. Juvenal preferiu Juninho. Vitor Birner revela agora que o time poderia ter trazido Dudu Cearense ao invés de Fábio Santos. Grande diferença. Se o time seria campeão da Libertadores com esses nomes, é impossível dizer. Mas melhor que apostar em Carlos Alberto seria.

A oposição não engole Muricy e a recíproca é a mesma. A novidade agora é a oposição do São Paulo culpar Rogério Ceni pela a eliminação. Chegaram a dizer, não se sabe se em tom de deboche ou seriamente, que cobrariam dele a premiação que o time deixou de arrecadar como campeão da Libertadores. A coisa é séria.

Alguns nomes aparecem como possíveis reforços. Rodrigo, Mineiro, Danilo, Filipe (do La Coruña), e um meia misterioso, de fora do Brasil, que só o Juvenal, o Muricy e o João Paulo de Jesus Lopes sabem quem é. Mas é feita a ressalva que, eles só virão em agosto e se ninguém no exterior quiser que eles fiquem por lá. No caso do meia misterioso, pode ser Cleber Santana. Ele está mal no Atlético de Madrid e é empresariado por Juan Figer, que tem ótimo relacionamento com essa atual direção Tricolor. E o São Paulo já queria ter contado com ele, antes da passagem dele pelo Santos.

A situação agora é de mudança. Como o São Paulo vive um regime muito presidencialista, as mudanças vão acontecer pontualmente. Primeiro com jogadores. Depois, se necessário, com a comissão técnica. Muricy é cascudo e agüenta o tranco. Se ficar, levará o time de novo para brigar pelo título. Mas, mesmo que ganhe, é muito difícil que ele fique no ano que vem.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Obrigado Guga!


Precisa dizer mais alguma coisa?

Guga recebeu do presidente da Federação Francesa de Tênis um pedaço da quadra central de Roland Garros.

Melhor troféu, impossível!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Imparável?!

Empatou por 2 a 2 em casa.

Empates por 0 a 0 e 1 a 1 no jogo de hoje, fora de casa, o desclassificaria.

Não tinha um bom retrospecto jogando no país do confronto de hoje: 6 jogos, 1 vitória e 5 derrotas.

Necessitava vencer.

Fez 3 a 0 fora de casa, contra o Atlas, um bom time.

Palermo fez chover, 3 gols. O terceiro, um golaço!

Esse é o Boca Juniors, mais uma vez na semifinal da Copa.

Competência e sorte andam lado a lado

O Manchester United conquistou nesta tarde sua terceira Liga dos Campeões. Derrotou, nos pênaltis, o Chelsea. No tempo normal, 1 a 1. Nas penalidades, 6 a 5 para os Red Devils.

O time foi campeão invicto e teve o artilheiro - Cristiano Ronaldo, com 8 gols.

Mas por pouco, muito pouco, a história não teve um final diferente.

No primeiro tempo o Manchester foi soberano. Sir Alex Ferguson deslocou Cristiano Ronaldo da direita para a esquerda, afim de dificultar a subida do "lateral" dos Blues, o ganês Essien. Deu certo, Essien não subia par armar o jogo e o português deitava e rolava por ali.

Na direita do ataque vermelho, Hargreaves armava o jogo e segurava Ashley Cole.

No meio, Carrick cuidava de Lampard e Scholes vigiava Ballack. Joe Cole e Malouda, apagados, não incomodavam o Manchester.

Drogba era vigiado de perto por Vidic e Ferdinand.

O ataque do Manchester dependia de Cristiano Ronaldo e das subidas de Hargreaves, Scholes, Evra e Brown. Rooney e Tevez, pagados, pouco faziam.

Em uma das subidas de Brown pela direita, ele tabelou com Scholes e cruzou. Cristiano Ronaldo, sozinho, subiu e escolheu o canto: 1 a 0 Manchester.

O que se viu depois foi o Manchester com gana de marcar e definir o jogo logo no primeiro tempo. Só não foi possível porque Petr Cech estava inspirado e fez três grandes defesas.

Já no fim do primeiro tempo, o lance fortuito que mudou o panorama da partida. Essien recebeu na intermediária do Manchester, avançou e chutou. A bola desviou duas vezes, em Vidic e em Ferdinand, e sobrou limpa, dentro da área para Lampard, que não perdoou: 1 a 1.

No segundo tempo o jogo foi outro. O Chelsea empurrou o Manchester para seu campo de defesa. Não havia contra-ataque para o time vermelho. O time londrino começou a chutar perigosamente de fora da área, criando oportunidades de gol. Drogba, que continuava apagado, acertou a trave de Van der Sar.

Só com 30 minutos do segundo tempo que o Manchester foi conseguir acalmar o jogo. No fim do jogo, Giggs entra no lugar de Scholes. É agora o jogador que mais vestiu a camisa do Manchester: 759 jogos.

A prorrogação começa e o Chelsea avança. Lampard, em uma linda virada, acerta o travessão de Van der Sar.

O Manchester responde com Evra e Giggs. O francês faz linda jogada pela esquerda e cruza, na saída de Cech, para trás. Giggs chega batendo com o gol sem goleiro. Mas havia um John Terry no meio do caminho. O capitão do Chelsea tira de cabeça.

No segundo tempo, Tevez arma um salseiro. O Chelsea colocou a bola para a lateral para que Ricardo Carvalho fosse atendido - ele sentia cãimbras. Na hora de devolver a bola, Carlitos jogou para a lateral e chamou todo o time do Manchester para fazer pressão. Terry não gostou e o tempo fechou. Drogba deu um tapinha no rosto de Vidic e foi expulso.

Anderson e Belletti entraram no fim da prorogação só para baterem pênaltis. Cristiano Ronaldo, o artilheiro da Europa, artilheiro da Premier, artilheiro da Champions, bateu com paradinha e perdeu. No último pênalti, o da consagração dos Blues, John Terry, o capitão, escorrega e manda para fora.

Nas cobranças alternadas, Anelka bate forte, mas Van der Sar acerta o canto e dá o título para o Manchester, seu terceiro título (1968, 1999). O segundo de forma invicta (1999).

Cristiano Ronaldo chora sozinho, deitado no meio do campo. Terry é consolado por seus companheiros. Coisas do futebol.

Por mais que a final tenha sido muito disputada, o Manchester merecia mais o título. Só pelo fato de chegar à final invicto, é um grande feito. Ser vice-campeão invicto seria muito injusto.

Cristiano Ronaldo é favoritaço aos títulos de melhor do mundo no fim do ano. Até porque seus maiores concorrentes (Kaká e Messi) não disputam a Eurocopa. Messi pode brilhar, no máximo, nas Olimpíadas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Lição de vida da sexta: superação

A semana foi bem corrida por causa de alguns compromissos meus.

Nesta sexta, por exemplo, estive no Congresso de Medicina Esportiva da Sociedade Paulista de Medicina Esportiva.

Lá uma palestra em especial chamou a minha atenção: a da médica Ana Boscarioli, a primeira mulher brasileira a escalar o Monte Everest.

Superação, determinação e vontade foram, sem dúvidas, as palavras mais usadas por ela para relatar o feito.

Na mesma linha superação, hoje a Corte Arbitral do Esporte reviu a sentença da IAAF que não permitia que o sul-africano Oscar Pistorius, que tem as duas pernas amputadas, tentasse o índice para as olimpíadas de Pequim. Até que enfim!

A notícia é do Globoesporte.com:

O atleta paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius, também conhecido como "Blade Runner", ganhou a apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), nesta sexta-feira, sobre uma eventual participação nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em janeiro, a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, em inglês) proibiu Pistorius, que utiliza próteses no lugar das pernas, de lutar por uma vaga na competição.

- O TAS admitiu a apelação feita pelo atleta sul-africano Oscar Pistorius contra a decisão do Conselho da Iaaf em 14 de janeiro - informa o TAS.

O Conselho da Iaaf vetou a presença de Pistorius em competições organizadas sob as regras da entidade, com base nos estudos de um cientista alemão, que considerou que o corredor dos 400m rasos obtém vantagens com suas próteses de fibra de carbono.

Um mês mais tarde, Pistorius apresentou um recurso contra a decisão ao TAS, afirmando se basear em um "relatório muito sólido", graças aos estudos realizados por sua própria equipe de cientistas.

Segundo ele, "vários institutos americanos (...) responderam que não estavam obrigatoriamente de acordo com os resultados dos testes do laboratório alemão".

Atleta tem maiores chances no revezamento 4 x 400m

Para participar dos Jogos Olímpicos de Pequim em agosto, Pistorius deverá obter o índice olímpico imposto pela Iaaf: 45s95, ou 45s55 se outro sul-africano correr abaixo desta marca. O melhor resultado de Pistorius até agora é de 46s46.

Em entrevista coletiva em Milão, na Itália, o sul-africano reconheceu que será difícil conseguir a classificação na prova na qual é especialista.

- Agora posso tentar alcançar meu sonho de participar das Olimpíadas. Se não for em Pequim 2008, será em Londres 2012.

Para as Olimpíadas de Pequim, as maiores chances do atleta estão no revezamento 4 x 400m. Pistorius poderá fazer parte da equipe da África do Sul se conseguir um dos quatro melhores tempos da distância em seu país. Em 2007, ele foi o segundo colocado dos 400m no campeonato nacional.

- Fiquei atrás na preparação (desde janeiro, não podia participar de competições da Iaaf) e os dois meses que faltam para Pequim não são suficientes para conseguir uma classificação (individual), ainda que eu trabalhe duramente - admite Pistorius.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O segredo do Boca

Matéria bem legal do diário argentino Olé, mostrando como o Boca sempre consegue superar as adversidades e vencer na casa dos adversários - ainda mais quando é no Brasil.

Por qué siempre Boca? ¿Qué hace? ¿Qué tiene? ¿Qué lo convierte en el equipo argentino copero por excelencia? La realidad es que gestas como la de Belo Horizonte ya no deberían sorprender, pero lo que llama la atención es justamente la repetición de logros y la vigencia ganadora sin fecha de vencimiento de un plantel que, ya desde el túnel mismo, parece mentalizarse diferente a los demás. Ahí, en esa ronda de abrazos, en ese beso-ritual que Palermo y Riquelme les dan a los demás, en la intensidad con la que viven los momentos previos, en ese "vamos a estar juntos y concentrados", en ese compromiso de "ayudar al compeñero y ser siempre solidario", Boca parece sacar una ventaja que se traslada minutos después a la cancha. En realidad, eso que se ve ahí es una consecuencia de cómo se muestran y se mentalizan en las horas previas. Y acaso una de las tantas frases que dejó Ischia colabore con la causa: "Sabía que íbamos a pasar. No se puede pensar en otra cosa cuando tenés los jugadores que tenés".

Hay fe, confianza, decisión y armonía de intereses en este Boca. Y sobre todo, una costumbre y una forma de pensar indiscutiblemente ganadora. Vayamos al caso Belo Horizonte: bastaba con ver a los jugadores en el hotel Ouro Minas para darse cuenta de que la misión Cruzeiro, que se había pronosticado como una seria amenaza de eliminación para el campeón, ellos no la tomaban de ese modo. La única inquietud que tenían pasaba por las dimensiones del campo. Pero enseguida se alzaban las voces de confianza que se iban repartiendo en cada rincón. Mientras a Palermo ya se lo escuchaba decir con seguridad, en pequeñas charlas, que iban a clasificarse, Morel arreglaba con Ischia que sí, que estaba bien para jugar más allá de algunas molestias en su rodilla porque el equipo así lo necesitaba, y en otro costado los demás opinaban de la necesidad de meter un gol en las pocas chances que iban a tener en un primer tiempo de dientes apretados. Es decir, todas miradas positivas, nada de defender con temores en el Mineirao el 2-1 conseguido en la Bombonera.

Después, el efecto contagio que los grandes supieron trasladar es cada vez más notorio. Así, a Dátolo se lo ve tan cerca de Riquelme que no por casualidad en la cancha parece otro. Así obliga Palermo con su sacrificio a que otros corran tanto como él, incluso Rodrigo. Y las críticas tan típicas de la exigencia del Mundo Boca también son un elemento que parece alimentar el espíritu de este grupo como ningún otro. Dice Palacio, tras otra noche memorable en Brasil: "A este equipo nunca le faltó gol, lo que pasa es que a veces quieren que hagamos cinco por partido y eso no se puede, nadie lo hace". Dice Morel Rodríguez tras otra jornada épica en esta tierra colorada en la que los argentinos no ganaban desde el 96 (Vélez): "Se habla mucho de este plantel, que nos falta fútbol, que esto, que lo otro, pero nosotros, callados, les respondemos a todos dentro de la cancha".

Y es entonces como Boca pasa de ser un equipo light contra San Lorenzo a liquidar con marcha firme y vigorosa a Cruzeiro acá y allá y a River después de casi tres años. Y es entonces como Boca pasa en una semana de la crisis segura a ser otra vez el candidato de todos en la Libertadores. Y logra lo que no pudieron Lanús y Estudiantes. Y consigue lo que no puede la mismísima Selección en cada partido contra los brasileños. Y sigue, y va, y no para "Acá hay una realidad: el Boca de las Copas siempre estuvo, lo que pasa es que a veces no es fácil jugar contra rivales que quieren salvar el año ganándonos. Eso pocos lo entienden. Pero la ventaja es que tenemos las cosas claras y que existe un contagio de grandes a chicos y de chicos a grandes. Hoy este plantel es otro comparado con el de Bianchi, pero la mentalidad es la misma: volver a Japón. Este grupo te enorgullece", asegura Palermo.

Tal vez sea esa ambición otro de los secretos. Porque el Loco habla de Japón pero también de Estudiantes y de seguir peleando el torneo. Y lo mismo dice Riquelme. Y lo mismo Ischia, quien sabe aprovechar y manejar muy bien los códigos internos de un plantel que, bien llevado, marcha solo. En definitiva, no hay un último paso, siempre hay un próximo. Por eso no exageran en la despedida de Belo Horizonte, ni en la llegada a Buenos Aires más allá de la felicidad lógica (ver Un lugar...) . Todos saben bien que en pocas horas hay que volver a reunirse en el túnel, abrazarse, comprometerse y salir a demostrar que el secreto del éxito está intacto. Hoy más que nunca...

Santos forte na Libertadores

Há de se elogiar o trabalho de Emerson Leão à frente do Santos. Pegou um time desmontado , com jogadores abaixo da média, classificou a equipe para as oitavas e agora está nas quartas-de-final da competição.

Dos brasileiros, foi, sem dúvida, o que menos sofreu para conseguir sua classificação. E o resultado (2 a 0), foi pouco ontem. Só no primeiro tempo, o time teve outras quatro grandes oportunidades para marcar.

No outro jogo da noite pela Libertadores, o River confirmou a sua sina de nadar, nadar e morrer na praia.

Los Millonarios precisavam de 1 a 0 para avançarem. Fizeram dois e, de quebra, com 2 jogadores a mais. Permitiram o empate do San Lorenzo e estão eliminados. Provavelmente o time conquiste o Clausura mais uma vez - é o maior campeão argentino -, mas isso não basta para a torcida, que vê o Boca com 6 Libertadores e 3 mundiais, enquanto o River tem 2 Libertdores e nenhum mundial.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ronaldo Highlander

Ronaldo, o fenômeno, é um verdadeiro Highlander - o personagem imortal interpretado por Christopher Lambert no cinema.

Ronaldo se caracterizou, ao longo dos anos, pelo futebol vistoso, pelos gols e por suas voltas por cima.

Nada nem ninguém garante que ele dará mais uma volta por cima após essa lesão no joelho e esse escândalo envolvendo garota(o)s de programa. Mas ele tem crédito de sobra para que não duvidemos de sua força de vontade.

Abaixo, um vídeo com seus gols e a música "Sou Ronaldo", de Marcelo D2.

Dilma Forte

Saindo um pouco do esporte por uma causa nobre.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, está depondo na Comissão de Infra-estrutura do Senado. O depoimento, em princípio, seria sobre o PAC - Programa de Aceleração de Crescimento.

Um engodo, evidentemente. O assunto, não o PAC. O grande assunto era o dossiê feito pela Casa Civil sobre os gastos com cartões corporativos do governo FHC (1995-2002).

Mas o melhor do dia foi a resposta da ministra ao senador José Agripino Maia (DEM-RN), que citou uma declaração da ministra, na qual ela admitia que havia mentido durante a ditadura.

"Me orgulho imensamente de ter mentido, o que estava em questão era a minha vida e a de meus companheiros".

Dilma foi presa política por três anos e foi torturada nesse período. Na década de 60, ela participou da luta armada contra a ditadura e, inclusive, integrou o Comando de Libertação Nacional (COLINA).

"Aguentar tortura é dificílimo. Pau de arara, choque elétrico, não há possibilidade de um diálogo. Qualquer comparação só pode partir de quem não dá importância à democracia".

Independente das preferências políticas de cada um, eu gostei muito da declaração da ministra. Mostrou ser uma pessoa honrada, com valores éticos bem estabelecidos e respeito por seus companheiros de luta.

Brigas são mais comuns do que pensamos

Quem acha que é só no Brasil que jogador discute com dirigente e que só aqui o jogador é influenciado pelos empresários, se engana. É só ver essa notícia retirada do Terra Magazine.

Gomes "por um fio" no PSV, diz imprensa holandesa


Arnild Van de Velde
De Amsterdã, Holanda

O noticiário esportivo da Holanda, nesta terça-feira, destaca o possível desligamento do goleiro Heurelho da Silva Gomes de seu time, o PSV de Eindhoven. Em meados de abril, falando à revista Voetbal International, a maior do gênero no país (mais de um milhão de leitores) o jogador deu um ultimato ao clube: ou ele ou o dirigente Jan Reker. Na época, Gomes aceitou a condenação a uma multa, mas se recusou a retirar o que havia dito - atitude que chateou mais ainda a diretoria do time da Phillips.

Na segunda, 5, o PSV mandou avisar: Reker fica. Na seqüência, o clube admitiu "erros administrativos" e se comprometeu a melhorar a "comunicação interna". A tentativa de envolver o diretor em questões técnicas, "mais pertinentes ao treinador", foi especialmente desagradável. "Isso é ir longe demais com ele", diz a nota dos conselheiros. Com a entrevista, Gomes tornou-se o porta-voz dos que "peitam" o diretor dentro do PSV. Prata da casa (ele é de Eindhoven), o dirigente já tem experiência em queda-de-braço: quando era diretor do Coaches Betaald Voetbal (uma organização de treinadores de futebol profissional), ele teria sido responsável pela demissão do treinador Louis van Gaal, depois de este ter criticado a atuação do então técnico da seleção holandesa, Marco van Basten.

Ao recado seguiu-se um comunicado da Associação dos Torcedores do PSV, divulgado hoje. Seguindo uma linha já adotada por setores do time, a entidade acusa o goleiro de estar "mal influenciado" por seu empresário Vlado Lemic. Para a associação, "95% das declarações" do brasileiro são baseadas em "mal-entendidos, traduções equivocadas e suposições" a partir das quais Gomes teria criado sua "versão dos fatos". No comunicado, a liderança da torcida enfatiza: há "uma fresta" (da porta do PSV )aberta ao jogador. "A chave está nas mãos dele" - neste caso, a chave é o pedido público de desculpas e a retirada das declarações, coisa que Gomes se recusa a fazer.

Na geladeira

De acordo com o jornal "AD", Gomes já estaria no Brasil de onde o PSV "não faz o menor esforço" para chamá-lo de volta, embora as partidas do momento não exijam a presença do goleiro na Holanda. O jornal arriscou dizer que Gomes já teria feito seu último jogo no time, que conquistou o campeonato holandês pela 21a. vez e comemora o terceiro ano consecutivo de lucros. Na briga com Reker, Gomes não está sozinho: outros seis nomes ligados a Vlado Lemic também estão metidos na confusão. O motivo, especula-se, é dinheiro. Com as manobras de Lemic, o PSV já teria gasto "muito mais com empresários" do que o Manchester United, time europeu de despesas astronômicas, disse o presidente da liga de torcedores.

Terra Magazine

terça-feira, 6 de maio de 2008

Herrera e Dentinho dão vantagem ao Corinthians

O Corinthians venceu o São Caetano na noite desta terça-feira no Morumbi, em jogo válido pelas quartas-de-final da Copa do Brasil. Com a vitória de 2 a 1, o time pode empatar no segundo, na próxima terça-feira, em Ribeirão Preto, que se classifica. Derrota por um gol de diferença, contato que marque pelo menos dois gols, também classifica o time. A repetição do placar de hoje leva o jogo para os pênaltis. Ao São Caetano basta o 1 a zero para avançar para a semifinal.

Os corinthianos que foram ao Morumbi esperando a repetição dos 30 minutos mágicos contra o Goiás, na semana passada, ficaram extremamente desapontados. O São Caetano dominou por, pelo menos, 15 minutos. A partir daí, o Corinthians foi se organizando. Mas o time só passou a mandar no jogo após a expulsão de Wilton Goiano, aos 33 do primeiro tempo.

Coincidência ou não, o motor do time contra o Goiás, o meia Diogo Rincón, fez uma partida apagada, sendo substituído no intervalo por Acosta. Também no intervalo, Mano sacou Perdigão e promoveu a estréia de Eduardo Ramos. O Corinthians passou então a ter um só volante - Fabinho. O time começou a acuar o São Caetano, que não tinha contra-ataques. Assim, era uma questão de tempo para o gol sair. Lulinha foi na linha de fundo e cruzou. O goleiro Luis falhou e Herrera cabeceou livre, sem dificuldades. 1 a 0 Corinthians.

O time continuava a pressionar. Pouco depois, um "milagre" aconteceu no Morumbi. Em bola alçada por André Santos na área do Corinthians, Luis defendeu uma bola praticamente impossível. Aos 38 minutos, talvez como castigo por não ter conseguido fazer um gol tão feito como o defendido incrivelmente por Luis, o Corinthians sofreu o empate. Acosta perdeu a bola no meio e o Azulão armou o único contra-ataque no jogo todo. A bola foi lançada para Luan. William deu uma vacilada e o atacante do Azulão pôs na frente, invadiu a área e chutou em cima de Felipe, que aceitou. Era o empate.

4 minutos mais tarde, Dentinho fez ótima jogada pela esquerda e cruzou na cabeça de Herrera. O argentino só desviou de Luis e marcou o segundo.

********************

Na Libertadores, o Fluminense entrou bem devagar em campo e fez o mínimo, literalmente. 1 a zero, gol do zagueiro Roger. O Flu espera agora o resultado de São Paulo e Nacional, para ver quem enfrentará nas quartas-de-final.

Na argentina, o tricampeão Estudiantes foi eliminado pela LDU, do Equador. O time argentino, que havia perdido a primeira partida no Equador por 2 a zero, venceu, mas o 2 a 1 de hoje foi insuficiente. Mais um argentino eliminado. Los Hermanos correm o risco de chegarem nas quartas só com um representante, que sairá do clássico argentino entre River Plate e San Lorenzo.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Estratégia uruguaia

O Lance! publicou ontem uma matéria interessante sobre como os gandulas do Nacional pretendiam enervar os jogadores do São Paulo - em especial Adriano.

A reportagem é de Alexandre Lozetti.

'Vamos tirar o Adriano', diz gandula uruguaio

A Copa Libertadores tem servido para dar fama aos gandulas do Nacional (URU). Depois de provocar a expulsão do volante Toró, do Flamengo, e de um jogador do Cienciano (PER), o alvo da turma desta quarta-feira à noite era imperial.

- Vamos tirar o Adriano! - repetia insistentemente Jose, de 15 anos, um dos 15 garotos selecionados para a partida.

Desde que andavam pelos arredores do Parque Central, duas horas antes do início do jogo, os garotos demonstravam a clara intenção de expulsar o camisa 10 são-paulino. Bem-humorados, porém assustados pela proibição de dar entrevistas, revelaram o segredo para tirar o Imperador do sério.

- Vou deixar que ele me empurre - afirmou um dos adolescentes, pouco preocupado com a força física de Adriano.

Os gandulas, todos com a mesma faixa etária, jogam na equipe juvenil do Nacional. Como há um rodízio dos garotos que trabalham nas partidas, Nicolas, que provocou polêmica no Brasil ao causar o cartão vermelho de Toró, não estava no Parque Central, ontem. Além do revezamento, ele é o único que não mora em Montevidéu, capital uruguaia. E, depois de meia-noite, não há meios de transporte para deixar a cidade.

Depois do incidente com Toró, Nicolas levou um "gancho" da diretoria e ficou alguns jogos sem trabalhar. Porém, só não esteve no estádio nesta quarta por causa do horário. Seus amigos, no entanto, o representaram bem e provaram que os uruguaios aprendem muito cedo a provocarem os adversários.

- Adriano? O Richard Morales é muito mais jogador, ele é nosso ídolo - comparou Rodrigo, já liberado a falar com jornalistas.

Mas, e Rogério Ceni? O goleiro não preocupava os meninos?

- Ah, quando ele for bater um tiro de meta a gente dá um soco nele - disparou Jose, para logo em seguida se retratar:

- É brincadeira (risos)...

De acordo com Adriana Puertas, secretária do clube uruguaio, os meninos não recebem nada para trabalhar nas partidas.

Quer entrar em campo em um jogo de futebol?

Então veja o novo comercial da Nike. O realismo é impressionante.


Que venham mais dias como o de ontem

O dia de ontem - 31 de abril de 2008 -, ficará marcado por algum tempo como a quarta-feira mais longa da história.

Para quem gosta de futebol, dias como esses são como aquela viagem inesquecível para um lugar paradisíaco.

Teve de tudo e para todos os gostos. Liga dos Campeões com os ótimos elencos de Chelsea e Liverpool; Copa Libertadores com jogo na Bombonera, vitórias fora de casa de Flamengo e Fluminense; jogos pegados entre São Paulo e Nacional e San Lorenzo e River; e a Copa do Brasil com o Corinthians goleando e o Palmeiras conhecendo a força do Sport.

Lampard homenageando a mãe falecida na semana passada: de longe, a imagem da quarta-feira. Foto: Getty Images

Na Liga dos Campeões, um jogaço. O 1 a 1 do tempo normal já tinha sido muito bom. O 2 a 1 na prorrogação então.

Drogba mostrou mais uma vez que é decisivo. Marcou dois gols difíceis e importantes. Lampard, de pênalti, marcou na prorrogação e fez desabar de emoção Stamford Bridge. Por dois motivos: pela importância do gol e pelo seu significado. Emocionante.

O segundo gol do Liverpool, de Babel, já no fim da prorrogação, foi um lance que não víamos há muito tempo: uma falha de Petr Cech. Coisa rara.

Agora Manchester e Chelsea fazem a final no dia 21 em Moscou, casa de Roman Abramovich, o dono do Chelsea.

******************

Pela Libertadores, o Cruzeiro entrou desatento na Bombonera e, com 6 minutos, já perdia por 1 a zero, gol de Riquelme. O que se viu desde o começo do jogo até o gol de Fabrício, para o Cruzeiro, diminuindo o placar para 2 a 1 foi o Cruzeiro perdido em campo, e o Boca perdendo boas chances de matar a a classificação já no primeiro jogo. Não fez. E agora vai sofrer no Mineirão.

O Flamengo venceu bem o América do México. Mas poderia ter sido muito mais. O time cansou de perder gols e quase se complica. Mas o América, em situação lamentável - é o último colocado no campeonato mexicano - e com Sebá Domínguez na zaga, não ofereceu muita resistência.

O Fluminense, em seu primeiro jogo de mata-mata na Libertadores, voltou com uma importante vitória na bagagem. Fruto do pênalti e, conseqüentemente, da expulsão do goleiro do Atlético Nacional, o jovem Ospina. O 2 a 1, salvo alguma catástrofe, classifica o Flu para as quartas.

o São Paulo sofreu. A pressão e a violência estiveram no roteiro do Nacional para vencer o jogo. Mas o time brasileiro suportou a pressão enorme da metade até o fim do primeiro tempo. No segundo, se organizou melhor e teve chances para vencer o jogo. Poderia jogar mais tranquilo na próxima quarta.

****************

Pela Copa do Brasil, o Corinthians fez o que muitos - não sei por que - achavam impossível: reverter o placar do jogo de ida contra o Goiás. A goleada e a forma avassaladora que o time jogou no primeiro tempo, isso sim foi surpresa. Mas a classificação não. Agora é tomar cuidado e não se empolgar como aconteceu em anos anteriores, como quando o time reverteu o resultado contra o Cianorte e foi eliminado na sequência pelo Figueirense.

O Palmeiras de Luxemburgo, assim como em 1996, encantou - não tanto quanto aquele time - e só venceu o Paulista. Quer dizer, ainda nem o Paulista. Jogou mal ontem, Romerito estava inspirado como na semifinal de 2004 da Copa do Brasil, quando o Santo André eliminou o Palmeiras em pleno Palestra. O 4 a 1 para o Sport serviu para abaixar um pouco a bola da diretoria, comissão técnica, jogadores e torcida. E para mostrar que o time, apesar de bom, não é lá essas coisas.

terça-feira, 29 de abril de 2008

O avanço de Vanderlei

Em semana de jogos decisivos, passou desapercebida uma notícia.

O IWL (Instituto Wanderlei Luxemburgo) firmou uma parceria com a Federação Catarinense de Futebol.

A parceria tem o intuito de aperfeiçoar os 40 árbitros pertencentes ao quadro da Federação Catarinense.

Segue o release da notícia:

O Instituto Wanderley Luxemburgo (IWL), que oferece cursos na área esportiva em 40 cidades do País, acaba de firmar uma parceria com a Federação Catarinense de Futebol. A partir de maio, 40 árbitros do quadro da federação farão o curso para Arbitragem como aperfeiçoamento.

Pelo compromisso firmado ontem (24/8) com o presidente Delfim Pádua Peixoto Filho, a federação cederá o local e o Instituto entrará com o conteúdo ministrado pelos professores Anselmo da Costa e Roberto Perassi, integrantes dos quadros da CBF e da FIFA e grandes autoridades no assunto.

O IWL tem a iniciativa inédita no País de oferece cursos de pós-graduação, extensão universitária, cursos livres, preparatórios e de aperfeiçoamento voltados ao esporte com corpo docente de excelência. São mais de 45 cursos divididos em diversas especializações, sendo a disciplina de Técnicas e Táticas de futebol ministradas pelo próprio Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras.

Ao que parece, Anselmo da Costa resolveu abandonar de vez a arbitragem profissional, já que Marcos Marinho, chefe da arbitragem no estado de São Paulo havia lhe dito que escolhesse entre ser árbitro ou professor do Instituto Wnaderley Luxemburgo.

domingo, 27 de abril de 2008

I know, it's only football, but i like it!

Que jogo entre Chelsea e Manchester United neste sábado.

A vantagem do Manchester - que bateu nos 5 pontos na última semana - hoje está no saldo de gols: 53 a 37 para os "Diabos Vermelhos".

No jogo de ontem, o Manchester mais uma vez jogou para empatar, como já havia feito no meio da semana contra o Barcelona.

Mas desta vez teve um agravante: Sir Alex Ferguson deixou Cristiano Ronaldo, Tevez e Hargreaves no banco. Scholes, Evra e Park, nem no banco ficaram.

O time então contava somente com Rooney na frente, auxiliado por Nani e Giggs. Anderson também deveria auxiliar. Mas não foi possível.

O Chelsea não deixava o Manchester respirar. Era como um treino de ataque contra defesa. Tudo bem que os "Blues" não ameaçavam o gol de Van der Sar, mas eles estavam sempre por ali, rondando a área. O time azul de Londres sentiu, e muito, a falta de Lampard, liberado do jogo por causa do falecimento da sua mãe no meio da semana.

Mas o time pressionava e, em um lance de Joe Cole, acertou o travessão do Manchester, que só se defendia. Como o time, além de ter ótimos jogadores, se defende bem, fechando as laterais, sobravam poucas opções para o Chelsea, que vivia dos cruzamentos improdutivos de Paulo Ferreira.

Quando alguém mais qualificado colocou a bola na área do Manchester, saiu o gol. Foi no fim do primeiro tempo. Drogba, cansado de esperar a bola, saiu da área e cruzou na cabeça de Ballack. O alemão tocou no contrapé de Van der Sar. O que se viu depois foi comovente: os jogadores do Chelsea com uma camisa número 8 com o nome de Pat Lampard, mãe do meia do Chelsea.

No segundo tempo, o Manchester resolveu ser mais ousado. Um pouco, pelo menos. Então Nani e Giggs encostaram em Rooney. Por mais que o gol tenha saído de uma pixotada de Ricardo Carvalho, foi a pressão do ataque do Manchester que permitiu a falha do zagueiro português, que recuou errado a bola e ela sobrou limpa para Rooney empatar. No lance ele se machucou e virou dúvida para o jogo da próxima terça contra o Barcelona.

Cristiano Ronaldo veio para campo, no lugar de Rooney. Para jogar da mesma maneira que havia feito - sem sucesso - na quarta, em Barcelona: isolado no ataque.

Mais uma vez o Manchester recuou. Ferguson tirou Anderson, apagado, e colocou O'Shea.

O Chelsea pressionava no jogo aéreo e em cobranças de falta. Em uma delas, Ballack e Drogba discutiram feio para ver quem cobraria. Drogba venceu a disputa e colocou no ângulo para linda defesa de Van der Sar.

Aos 40 do segundo tempo, o lance capital. Cruzamento na área do Manchester e o bandeira marca toque de mão de Carrick. Pênalti que Ballack bateu e converteu. Seu sexto gol na liga.

O Manchester então foi para o abafa em busca do ponto que lhe permitiria ser campeão já na próxima rodada. O Manchester pega o West Ham (c) e o Wigan (f). Enquanto o Chelsea pega o Newcastle (f) e o Bolton (c).

E as chances são grandes deles se enfrentarem em Moscou, pela final da Liga dos Campeões.

O Chelsea teve em Ashley Cole e em Shevchenko seu salvamento. Primeiro em chute de Cristiano Ronaldo que entraria no cantinho da meta de Petr Cech. Ashley Cole estava lá para salvar. Dois minutos depois, Fletcher cabeceia no chão, sem nenhuma chance para Cech, mas Shevchenko afastou, de novo em cima da linha.

A situação agora é que os dois estão empatados com 81 pontos. Mas a vantagem é do Manchester, pelo saldo de gols.

Faltam duas rodadas.