quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O torneio da sobrevivência

Está na Folha de S.Paulo de hoje: O Rio Branco, finalista da copinha, já tem todas as suas revelações vendidas.

Leiam vocês mesmos:

Empresários já limparam a surpresa da Copa SP

Destaques do finalista Rio Branco foram vendidos antes de o torneio começar

Felipe, artilheiro do time, tem 40% de seus direitos com agente, enquanto pacote de cinco atletas foi negociado por R$ 230 mil

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Finalista da Copa São Paulo de juniores, o Rio Branco de Americana tem uma das equipes mais promissoras que disputaram a tradicional competição nos últimos anos -o título desta edição será decidido amanhã, contra o Figueirense, que eliminou ontem o São Paulo com uma vitória por 1 a 0.
Mas os clubes interessados nos jogadores da equipe do interior paulista, que está invicta, vão chegar atrasados.
Antes mesmo de entrar em campo pela "Copinha", empresários já tinham comprado vários dos destaques da equipe.
Principal artilheiro do time, com sete gols, o meia-atacante Felipe teve 40% de seus direitos adquiridos por Edison Fassina, empresário com forte presença no interior de SP.
Mais ousado ainda foi Delcir Sonda, dono de uma rede de supermercados que montou uma empresa para negociar atletas -o são-paulino Breno, recentemente vendido para o Bayern de Munique, foi um de seus melhores negócios (a transação lhe rendeu R$ 10 milhões).
No ano passado, ele desembolsou, segundo dirigentes do Rio Branco, R$ 230 mil para adquirir os direitos sobre cinco atletas das categorias de base do clube de Americana, incluindo outros destaques do time na Copa São Paulo, como Índio e Denis, e o atacante Joãozinho, tido como a maior revelação do clube nos últimos anos e que já ficou de fora do time que joga a Copa SP.
"A diretoria anterior vendeu os jogadores por preço de banana", diz Carlos Folha, um dos nove integrantes do colegiado que hoje administra o Rio Branco, que nunca antes havia ido tão longe na "Copinha".
Ele diz que Sonda pode tirar os jogadores do clube quando bem entender. "Está no contrato, e o clube cumpre seus compromissos", diz o cartola.
Clube com tradição de revelar atletas -de lá saíram, entre outros, os volantes Mineiro, Marcos Assunção e Marcos Senna, o atacante Marcelinho Paraíba e dois jogadores que ficaram famosos por serem "gatos", como Sandro Hiroshi e Anaílson-, o Rio Branco garimpou quase toda a equipe que agora brilha em sua região. Felipe, de Piracicaba, é exemplo.
A nova geração, mesmo com boa parte dela já nas mãos de empresários, é a esperança de o clube quitar sua dívida, que os dirigentes calculam hoje em R$ 5 milhões. O mesmo valor, segundo os cartolas, já teria caducado por ser relativo a débitos antigos com o INSS.
"Alguns atletas, como o centroavante Helerson, ainda são 100% nossos", diz Jair Camargo, outro membro do colegiado. "Quando acabar a Copa São Paulo, estamos abertos para qualquer negociação."
Se realmente vender o que ainda resta em suas mãos do elenco que brilha na Copa São Paulo, o clube tornará mais difícil o retorno de seu time profissional à primeira divisão do Campeonato Paulista.
A comissão técnica espera aproveitar oito ou nove jogadores que jogam a competição de juniores na equipe principal.

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