domingo, 17 de dezembro de 2006

Ú, uhú, Adriano Gabiru



Não, não se desespere, você não mora em Marte, mas sim na Terra e ela é vermelha. Pelo menos por um ano.

Desde 20 de Abril de 1961, quando Yuri Gagarin proferiu a célebre frase: "A Terra é azul", os colorados esperam ansiosamente por esse dia. E, nesse meio tempo, ainda viram o arqui-rival ser campeão do Mundo e bi da Libertadores.

O planejamento do Inter para esse dia começou em 2002, logo após se salvar do rebaixamento no campeonato brasileiro. Desde lá, o clube conseguiu reduzir mais da metade da dívida de R$ 50 milhões. Com um dos mais bem-sucedidos projetos de sócio-torcedor (mais de 40 mil sócios) o time que foi tricampeão brasileiro na década de 70 (até hoje o único invicto, em 1979) voltou a figurar entre os grandes do Brasil e, agora, do Mundo. Tudo isso investindo nas categorias de base e contratando com competência, não por grife.

Todo esse planejamento foi feito, à príncipio, para que o time comemorasse o seu centenário, em 2009, de uma forma digna e brigando por títulos, diferentemente da maioria dos times nacionais.

Mas deu frutos antes. Mais precisamente, três anos antes. E que frutos! A vitória maiúscula de hoje reflete bem o que é o Inter e, porque não, o futebol brasileiro (competente) de hoje. Suada, sofrida, sem craques e/ou grandes estrelas mas, extremamente merecida.

O time foi pressionado sim, teve poucas chances (na verdade, só uma) mas foi competente. Estatisticamante falando, foi perfeito.

O Barcelona dominou boa parte do primeiro tempo. Clemer fez boa defesa em chute de Van Bronckhorst. Gudjohnsen perdeu um gol de cabeça quando estava livre. Ronaldinho chutou duas bolas, uma na mão de Clemer e a outra para fora em um lance que, Deco passou livre na esquerda, mas o Gaúcho não tocou.

Na volta para o segundo tempo, o Inter com Vargas no lugar de Alex, passou a sofrer menos pressão. Ainda que Xavi concluiu de primeira uma bela triangulação já dentro da área.

Aos 20 e poucos, o jogo ganha contornos de drama quando, Fernandão sente fortes dores na batata da perna esquerda e Índio é atingido com violência no nariz por Edinho, logo o Edinho, seu compaheiro de luta, quero dizer, de time.

Índio volta, mas Fernandão tem que sair. E para o seu lugar, é chamado Adriano, O Gabiru. O meia campeão brasileiro pelo Atlético Paranaense em 2001, vendido ao Olympique de Marselha, que não deu certo no Cruzeiro e que era constantemente vaiado no Beira-Rio.

Nesse momento, acho impossível que nehum colorado tenha tido o seguinte pensamento: "Agora já era, o Gabiru no lugar do Fernandão. Estamos perdidos".

Bastaram apenas 5 minutos, isso mesmo, 5 minutos, para que esse pensamento se dissipasse da cabeça de todos os colorados. Bastou um contra-ataque. Bastou um drible. Bastou um passe. Bastou um chute de Adriano Gabiru, aos 36 minutos do segundo tempo para transformar o Internacional no Campeão do Mundo de 2006, batendo na final o todo-poderoso Barcelona. Bastou isso para Adriano Gabiru (nome dado no nordeste à espécie de rato-preto ou ratazana que vive sempre em grupo) fazer cair por terra todas as críticas destinadas a ele antes do Mundial.

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O Barcelona continua sendo o melhor time do Mundo. Mas não é "O" Campeão do Mundo. Aliás, o Barcelona não é um time acostumado a vencer finais. Em mundiais é a segunda derrota. Na Liga dos Campeões, perdeu uma partida inesquecível, na temporada 85-86 contra o Steua Bucareste, em Sevilha, praticamente em casa.

Além desta vez, perdeu do Benfica em 60-61 por 3 x 2 e para o Milan em 93-94, com um acachapante 4 x 0. Nesse jogo, Romário foi totalmente anulado por Baresi e, Savicevic fez um dos mais belos gols da história da Liga. Além disso, o Barça já foi 9 vezes vice-campeão da Copa do Rei. Ou seja, não é um time "copeiro".

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A escolha da FIFA ao final do jogo foi injusta. Iarley foi o melhor em campo. Deco foi o melhor do Mundial, mas o Iarley jogou muito. Principalmente após a saída do Fernandão, quando teve de conduzir o time ao título. E, no fim do jogo, ainda usou toda a catimba adquirida no Boca Juniors, segurando a bola na bandeira de escanteio, fazendo o tempo passar e, consequentemente, evitando que o Barcelona atacasse o Inter.

4 comentários:

Glauco disse...

O resultado da final talvez sirva para deixarmos de lado o recém-ressucitado "complexo de vira-latas" que nos faz achar que somos piores que os europeus. Apesar de Deco e Ronaldinho Gaúcho, acho que o Barcelona, nas outras posições, não tem uma equipe superior ao Inter. E, se tem, quase se equivalem. O Iarley não ser o melhor jogador é puro eurocentrismo. Prêmio de consolação pros catalães.

Anônimo disse...

O Inter se iguala ao Corinthians e São Paulo, que são campeões do mundo. Os outros são campeões intercontinentais.

Tribuna dos Esportes disse...

Parabéns pelo Blog, queríamos fazer uma parceria na troca de links,q tal ?.

Abraços.

Tribuna dos Esportes disse...

Thiago, parceria feita, já estamos com um link tb, qualquer coisa é só nos procurar, abraços.

Equipe Tribuna