Esse é um tema mais do que batido. E, mesmo assim, vira-e-mexe, volta à tona. Em especial quando os times brasileiros estão disputando a Copa Libertadores.
O Flamengo deu provas ontem, em Montevidéu, de que os times brasileiros continuam confundindo vontade, garra, com violência.
Para ganhar a Libertadores é óbvio que tem que ter vontade, ter garra, querer ganhar mais do que os outros. Mas isso não pode ser traduzido para violência dentro de campo.
O nervosismo do Flamengo no jogo de ontem foi irritante até para quem não é flamenguista. A expressão no rosto do técnico Joel Santana após as expulsões de Toró e Leonardo Moura, traduzem o desespero que estava por vir. Um jogo que estava indefinido - apesar da vitória parcial do Nacional por 1 x 0 -, se transformou em uma goleada que pode trazer sérios problemas à equipe.
Toró foi expulso justamente. Mas temos que falar que, naquele momento, ele não deveria ser o único expulso. O gandula Nicolás, de 13 anos, também deveria ter sido retirado de campo. Qual é a função do gandula? Repor a bola rapidamente para que os atletas possam continuarem o jogo. E o que o Nicolás fez? Foi brincar com o Toró. Por isso deveria ter sido retirado de campo. Toró, infantilmente caiu na provocação e foi expulso, depois de derrubar o gandula no chão.
O lance da expulsão de Leonardo Moura é emblemático. Por um ângulo se tem a impressão de que ele visa só o domínio da bola, que está alta demais e um pouco longe, por isso o salto com a perna esticada. Quando a imagem se aproxima, a sensação é de que ele quer mesmo atingir o adversário em uma voadora digna de filmes do Bruce Lee.
Depois das expulsões a derrota, que era parcial, ficou inevitável. Os 3 x 0 ficaram de bom tamanho. E somente duas expulsões também. Ainda no primeiro tempo, Fábio Luciano chutou - de leve, é verdade - o rosto de um dos atacantes do Nacional quando este se encontrava caído. Absurdo total.
Na Bombonera, Palermo fez história. E como é bom presenciar a história ser feita. Ao marcar de cabeça o terceiro gol da vitória do Boca sobre o Atlas, do México, por 3 x 0, Palermo marcou seu gol de número 181 com a camisa Xeneixe, tornando-se o maior artilheiro da história do time, deixando Varallo, com 180 gols, para trás. Os outros dois gols foram marcados por Palacio.
O Boca ditou o ritmo da partida do começo ao fim. Quando o placar apontava ainda 1 x 0, o Atlas até chegou a incomodar. Mas o Boca deu duas estocadas e acabou o jogo, no velho estilo Boca Juniors de vencer jogos. Fingiu-se de morto e, quando menos se esperava, matou o jogo.
Na outra partida da Libertadores de ontem, o Nacional de Medellín passou pelo Sportivo Luqueño fácil, fácil, com outro 3 x 0 - o terceiro da noite.
Chamou a atenção a violência do time paraguaio, que é o próximo adversário do São Paulo, no dia 20. Teve até carrinho no goleiro do Nacional, quando o jovem Ospina estava com a bola nas mãos.
O São Paulo terá trabalho na próxima partida.
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