quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Vem aí uma nova invasão?
Foto: Reprodução SportvFoto tirada do placar eletrônico do Pacaembu no jogo desta quarta. A esperança é a última que morre.
Agonia em branco-e-preto
O time tentou, tentou, tentou. Mas não conseguiu. Finazzi resolveria? Ninguém sabe. Mas é inegável que ele tem mais qualidade na hora de finalizar.
A preocupação corinthiana era evidente ao fim do jogo. O semblante dos torcedores era de tristeza misturado com frustração. Eles sabiam que tinham perdido a oportunidade de ouro. Decidir o rebaixamento com o Grêmio no Sul será difícil. Mas, já que o que resta é a esperança, há que se colocar as coisas em perspectiva: poderia ser pior, o Grêmio poderia estar brigando e não sonhando com a Libertadores.
A maior esperança corinthiana ainda é seus adversários. Goiás e Paraná têm se esforçado para caírem.
Fica uma pergunta: do jeito que o futebol corinthiano foi conduzido ao longo do ano, seria justo o time escapar do rebaixamento com uma rodada de antecedência?
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A seleção olímpica e a falhas da convocação.
Voltando ao tema. A seleção olímpica foi convocada nesta segunda para um amistoso contra a seleção dos melhores do campeonato brasileiro. Dunga já provou ser um bom selecionador. Convocou jogadores que não estavam na "mídia", resgatou bons jogadores e mostrou olho clínico em alguns casos, como na convocação desta segunda, para a Seleção Olímpica.
Ao mesmo tempo em que se mostrou um bom selecionador, mostrou também ser um péssimo treinador. O Brasil não tem padrão, e as estrelas não brilham. Além de escalar mal o time, como ficou provado contra o Uruguai, quando escalou Mineiro e Gilberto Silva, reservas em seus clubes, como titulares.
Mas, mesmo quando acerta, ele erra. A maioria dos bons jogadores que ele deixou de fora da seleção olímpica foi por um motivo: eles atuam fora do país, e não é data-FIFA. Ou seja, os clubes não precisam liberar seus jogadores. Mas ele deixou de fora bons nomes que atuam no país, como Hernanes e Arouca.
Vamos à convocação e aos comentários:
Goleiros: Renan (Internacional) Felipe (Santos) |
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Laterais: Apodi (Vitória) Nei (Atlético-PR) Leonardo (Portuguesa) Valmir (Palmeiras) |
Zagueiros: Breno (São Paulo) Rhodolfo (Atlético-PR) Leandro Almeida (Atlético-MG) Leonardo (Grêmio) |
Meio-campistas: Toró (Flamengo) Charles (Cruzeiro) Ramires (Cruzeiro) Maycon (Internacional) Thiago Neves (Fluminense) Pedro Ken (Coritiba) Diego Souza (Grêmio) Wagner (Cruzeiro) |
Atacantes: Alexandre Pato (Milan-ITA) Keirrison (Coritiba) Pedro Oldoni (Atlético-PR) Diogo (Portuguesa) |
No gol, Cássio (ex-Grêmio) e Diego (ex-Atlético Mineiro) têm que ter chances. Em especial Diego. Enquanto foi goleiro do Atlético, salvou o time várias vezes. E não tem desculpa porque ele é reserva do Almería. Todos os outros goleiros também são reservas nos seus times.
Na lateral-direita, Apodí é uma escolha interessante. Mas ao que tudo indica, Ilsinho e Rafinha do Shalke 04 da Alemanha serão convocados no futuro. Na esquerda, Marcelo do Real Madrid e Adriano do Sevilla têm tudo para serem titular e reserva respectivamente em Pequim. Carlinhos, do Santos, corre por fora.
Na zaga, faltou Lima, ex-Atlético Mineiro, hoje no Bétis da Espanha. Gladstone, ex-Cruzeiro, também tem chances. David do Palmeiras teve um ótimo primeiro semestre. Parece que as notícias sobre uma possível ida para o exterior mexeram com ele. Fez um péssimo jogo contra o Inter - falhou em pelo menos um dos 2 gols . Talvez por isso esteja de fora.
No meio, antes de falar dos estrangeiros, faltou Hernanes do São Paulo. Ele merece estar já na principal, que dirá na olímpica, já que tem idade. Arouca, do Fluminense é outro que merece ser chamado. Mesmo assim, eles seriam os reservas de Lucas, ex-Grêmio e Denílson, ex-São Paulo, também não convocados.
Nas meias ofensivas, Thiago Neves é um bom nome. Mas será que agüenta o tranco? Para a sua posição tem "só" Anderson do Manchester United, Diego do Werder Bremen e Willian, ex-Corinthians atualmente no Shaktar da Ucrânia. Sem contar os convocados Wagner e Diego Souza. O único porém é a convocação de Toró, sendo que, no mesmo Flamengo, Renato Augusto joga mais.
No ataque, Pato é nome certo. Keirrison é ótimo jogador e uma boa aposta, assim como Diogo. A interrogação fica por conta de Pedro Oldoni. Ele teve um bom início de campeonato brasileiro. E no ano passado. Rafael Sóbis, ex-Inter, Jô, ex-Corinthians e Guilherme do Cruzeiro são melhores que ele. Aliás, para uma seleção totalmente nativa - a exceção éo Pato, simplemente poruqe não pode jogar pelo Milan - é inexplicável a ausência do Guilherme.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
O bom filho à casa torna
O Brasil esteve mal nos dois jogos desta rodada. Mas, pasmem, por motivos diferentes. Enquanto a apatia foi o principal motivo para o empate contra o Peru, a boa apresentação uruguaia foi o motivo que impediu a seleção de brilhar no Morumbi.
Hoje em dia, qualquer time minimamente organizado dá trabalho ao Brasil. Um time que depende do trio encantado e que não tem saída pelas laterais nem com os volantes. Marcar o trio, vigiar volantes e laterais que pouco apóiam e pressionar a saída de Juan já é mais do que meio caminho andado para não perder do Brasil. Se tiver atenção nas bolas paradas, nas quais Juan, Lúcio (Alex) e Gilberto Silva vão bem, aí é quase certo que o Brasil não marque.
Se o time tiver ousadia e quiser vencer, também não é difícil. Explorar os Gilbertos, cruzar a bola na área para um cabeceador bom e chutar de fora da área, tomando o cuidado para não bater de frente com Juan, esses são os caminhos para vencer o desorganizado Brasil. E aproveitar os rebotes na frente da área brasileira.
O Uruguai ainda fez mais do que isso. eve o que muitos times não têm: brilho individual. Luis Suarez, Cristian Rodriguez, Lugano e Abreu se destacaram muito. A vitória brasileira foi injusta. O Uruguai não deixou o Brasil jogar. Fez pressão na saída de bola, às vezes com 4 jogadores marcando no ataque.
Júlio Cesar, apesar da falha no gol uruguaio, foi muito bem. Se não fosse ele, o Brasil teria acabado o primeiro tempo de forma vergonhosa, com uma goleada acachapante. Aí está também a explicação para a virada brasileira. Quando voce é muito superior a outro time, tem que fazer valer essa superioridade. Ou seja, fazer gols! O time não fez e, já no minuto 40 do primeiro tempo, percebia-se o cansaço no semblante dos uruguaios. Cansaço pelo ritmo alucinante com que jogaram.
Aí a sorte resolveu aparecer. Carini é um excelente goleiro. Mas cometeu falha clamorosa no primeiro gol de Luis Fabiano. Virar empatado um jogo no qual se teve o total domínio é péssimo.
Mas o Uruguai teve muita personalidade e voltou atacando no segundo tempo. Luis Suarez quase desempatou com 2 minutos. O Brasil não contava com o trio de craques e nem com sua dupla de volantes (ambos reservas em seus clubes). Pelas laterais, Maicon se esforçava mas, tirante o passe para o gol de Luis Fabiano, nada fazia. Gilberto, desacostumado a marcar, tomava um baile. A maioria das jogadas perigosas do Uruguai saíam por ali.
Josué teria que ter entrado no lugar de Gilberto Silva, com Elano no lugar de um dos três. Mas onde está Elano? Surpresa, Elano, o símbolo de Dunga, não ficou nem no banco de reservas. Poderia colocar Daniel Alves, como na final da Copa América. Mas só com Josué a coisa se resolveu. Josué rouba muitas bolas. Pressiona muito os adversários. E foi isso o que aconteceu, o Barsil passou a ter um pouco mais de desafogo. O Uruguai, também pelo cansaço, já não consegui pressionar tanto. E, um lance que começou com Josué, Maicon cruzou, Gilberto chutou torto e a bola caiu nos pés de Luis Fabiano. centroavante é isso: jogo truncado, poucas chances, duas bolas no seu pé, dois gols.
Luis Fabiano esteve no Morumbi e relembrou sua passagem pelo São Paulo. Na sua época, o São Paulo se garantia com Rogério no gol e com ele na frente. Com a seleção, só mudou o ator coadjuvante, entrou Julio Cesar. Palco e final foram os mesmos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
E o Brasil deixou o Peru crescer.......
Não foi o que aconteceu. Dunga treinou na Granja Comary marcação por pressão dos atacantes na saída de bola. Não aconteceu contra o Peru. O Brasil mais uma vez dependeu do brilho individual - contra o Peru brilharam Kaká e Juan - para conseguir o empate. Se formos pensar que o Peru não tinha feito gol nas eliminatórias, a coisa fica ainda mais feia.
O time alterna bons momentos com uma displicência ímpar. No primeiro tempo, Guerrerro, Pizarro e Farfán incomodaram a seleção. Nada de anormal. Mas incomodaram. O Brasil saiu na frente com um golaço de Kaká - que já havia dado um gol para Robinho desperdiçar.
Mas aí veio o segundo tempo, o técnico foi obrigado a tirar Guerrero, o melhor peruano. Entrou Palacios, com Pizarro jogando mais à frente. Pouco depois ele tirou Jayo e colocou Mendoza, outro atacante. E, pasmem, o Peru passou a dominar o Brasil.
O time de Dunga não articulava contra-ataques minimamentes razoáveis. E o Peru, mesmo sem chutar a gol, dominava o meio-campo. A bola brasileira não parava no ataque. Com isso o Peru conseguia chegar, conseguia escanteios. Em um desses escanteios, a zaga cortou mal e Vargas chutou. A bola seria defendida facilmente por Júlio Cesar. Mas havia um Lúcio no caminho. E a bola parou nas redes brasileiras.
No final, o Brasil voltou a pressionar. Teve uma série de escanteios perigosos a seu favor. No último deles, Ronaldinho cruzou na cabeça de Juan. Seria ótimo se o gol da vitória viesse justamente do melhor em campo. Mas, seria justo ganhar desse jeito, sembrilho algum, em mais uma burocrática atuação? Os "deuses" do futebol acharam que não, e a bela cabeçada de Juan explodiu no travessão peruano.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Ronaldo + Pato = Gols
A torcida que faz o time
Tudo começou em uma mesa de bar. O ex-jornalista esportivo William Brooks é a mente por trás da idéia.
- Numa noite numa mesa de bar eu percebi que com a colaboração de anônimos seria possível levantar um valor fenomenal de dinheiro na internet e que isso poderia ser uma forma fascinante de gerir um clube -, disse ele ao jornal inglês The Times. Foi fundado então o My Football Club.
São mais de 53 mil sócios até agora. Desses, 20 mil pagaram 35 libras. O montante arrecado foi de 700 mil libras - quase 1 milhão de Euros. Com isso eles conseguiram comprar 51% das ações do Ebbsfleet.
A idéia é gerir democraticamente o time dentro e fora de campo. Cada um dos 20 mil membros colaboradores terá direito a voto para decidir toda e qualquer questão do time.
O técnico atual do time será mantido. Não só mantido, como promovido. Liam Daish foi promovido para "chefe dos treinadores", ou seja, ela terá a responsabilidade de pôr em prática o que os internautas quiserem.
- Escolher onze jogadores e a formação do time não é uma ciência exata e, às vezes, a sorte tem um papel importante nisso. Durante e depois das partidas, os torcedores do Ebbsfleet costumam dar sua opinião sobre os jogadores que deveriam ou não ser titulares. Agora eles terão seu voto. Mas, assim como antes, o que acontecer nos treinamentos e no vestiário no dia da partida é de minha responsabilidade. O dinheiro dos torcedores financia este clube e paga o meu salário e o dos jogadores. Este é um bom argumento no momento de opinar sobre quem eles querem ver - disse Liam.
O Ebbsfleet está perto de se classificar à Football League, uma divisão que tem 3 sub-divisões, e que é considerada a 4ª divisão inglesa. Se isso ocorrer, será a primeira vez na história.
William Brooks, o idealizador do MyFootballClub, disse: - espero que agora os sócios do MyFootballClub e os torcedores do Ebbsfleet juntem suas forças para tornar o time mais sustentável para que ele obtenha sucesso maior.
No mínimo, curioso. Inovador sem dúvida. Seria sensacional se desse certo. Se ele chegasse na primeira divisão inglesa.
William Brooks: Mostrou aos times brasileiros como arrecadar dinheiro com sua torcida. Em 5 meses, conseguiu quase 3 milhões de reais
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Golaços
Aqui, uma coletânea de golaços em faltas ensaiadas. Aprecie.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Atitude normal de Bush e seus asseclas
O texto abaixo é retirado do blog de Sérgio Dávila, jornalista correspondente da Folha de São Paulo nos Estados Unidos. O blog você encontra aí nos favoritos.
Mostra bem como são feitas as coisas na administração Bush filho.
Um engodo. Literalmente.
Conheça "Bola Curva", o homem que começou a Guerra do Iraque
Rafid Ahmed Alfin. "Curve Ball". O "Bola Curva".
No momento em que o governo norte-americano volta a bater os tambores de guerra, desta vez contra o Irã, numa campanha muito semelhante à dos meses que antecederam a invasão de março de 2003, vale a pena conhecer a história desse iraquiano. Ele foi a principal fonte da CIA na construção da inteligência que "vendeu a guerra" ao público interno norte-americano e ao mundo ocidental.
As informações que "Bola Curva" forneceu indiretamente à agência de inteligência dos EUA eram a base principal da apresentação que o então secretário de Estado Colin Powell fez na ONU em fevereiro de 2003, aquela que dava conta de que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. A mesma apresentação que Powell definiria depois, já fora do governo, como "uma mancha" em seu currículo.
Para entender como um desconhecido consegue, em última análise, começar uma guerra que dura até hoje e já matou dezenas de milhares é preciso voltar a 1999. Naquele ano, um sujeito de 33 anos que se dizia engenheiro químico iraquiano pediu asilo na Alemanha. Tinha fugido de seu país natal por razões de consciência: lá, contou às autoridades de imigração alemãs, era chefe de uma fábrica secreta de armas químicas e biológicas, a serviço do então ditador iraquiano.
Ganhou asilo e o apelido. Foi interrogado semanalmente por um ano e meio. Com a importância recém-adquirida pelas histórias que tinha, o "Bola Curva" começou a contar casos mais grandiosos. As transcrições de seus interrogatórios eram enviadas a Washington, mas a identidade, preservada. Um episódio o fez cair nas graças dos norte-americanos. Um dia, em 1998, disse, algo deu errado em uma das repartições da fábrica e 12 funcionários morreram. Era a "prova" que os agentes buscavam.
Até que um conhecido físico nuclear iraquiano também se exilou no Ocidente. Desmentiu tudo o que "Bola Curva" disse. A fábrica era de purificação de sementes. Se Saddam tivesse condições de produzir armas do tipo, ele saberia. Os alemães colocaram o suposto informante na geladeira. Aí veio o telefonema, em dezembro de 2002. Na linha estava George Tenet, então diretor da CIA.
Ele tinha um encontro com George W. Bush em dois dias e queria levar não só o caso do "Bola Curva" como pedir para que ele próprio se apresentasse na TV. As autoridades alemãs proibiram o contato, preservaram sua identidade e aconselharam o norte-americano a não usar as informações, pois nunca tinham conseguido confirmá-las. Tenet foi em frente mesmo assim.
No dia 3 de fevereiro de 2003, Colin Powell disse ao mundo inteiro, da sede das Nações Unidas, em Nova York, que Saddam tinha de fato tais armas: "A fonte é uma testemunha ocular, um engenheiro químico iraquiano que supervisionou uma dessas fábricas. Ele estava presente durante testes de agentes biológicos. Ele também estava no lugar quando houve um acidente em 1998. Doze técnicos morreram com a exposição aos agentes biológicos".
Nos dias seguintes, a ONU mandou inspetores ao local. Não encontraram nada. Em 20 de março, as bombas começaram a cair em Bagdá.
Na semana passada, o programa "60 Minutes" descobriu a identidade do "Bola Curva". Rafid Ahmed Alfin nunca se formou em química. É um maníaco-depressivo conhecido por contar mentiras. Vive com outra identidade, provavelmente na Alemanha. Foi dos agentes de inteligência alemães que ganhou o apelido "Curve Ball". É uma jogada de beisebol capciosa, em que a bola jogada com a mão direita vira à esquerda ou vice-versa. Mas também gíria para algo inesperado. Ou feito para enganar.
Rafid Ahmed Alfin: um maníaco-depressivo causou a maior guerra do século.
Luis Fabiano de volta à seleção
Ele é o artilheiro do Sevilla nesta temporada, com 14 gols, sendo 8 no campeonato espanhol.
Era mesmo estranho Afonso ser convocado e Luis Fabiano não. ALiás, é a primeira vez que ele é chamado após Dunga assumir o cargo.
Luis Fabiano é anos-luz melhor que Afonso. Seu único porém sempre foi a sua vulnerabilidade à provocações. Esquentado, cansou de sair no tapa com adversários.
Já faz um tempo que não se mete em confusão - a última foi com o lateral Diogo, do Zaragoza.
A convocação é justa. Ele pode ser o 9 que falta ao time. Luis marcou 14 gols em 15 jogos nesta temporada.
E ao marcar um gol contra o Villarreal, ontem, igualou a marca histórica de um dos maiores goleadores da história do Sevilla, o austríaco Anton Polster, marcando 7 gols em cinco partidas consecutivas pelo Campeonato Espanhol.
- Não tinha um momento melhor do que esse para acontecer essa convocação e agradeço muito à comissão técnica por me dar essa chance. Vivo meu melhor momento no Sevilla e estou indo com muita vontade de trabalhar e buscar meu espaço na Seleção -, disse o atacante.
E o melhor é o Luis, se jogar, terá como palco o estádio onde mais brilhou até hoje: o Morumbi. Quando atuou no São Paulo, Luis era, de longe, o maior ídolo ao lado de Rogério Ceni. A Libertadores de 2004 mostrou isso. Era uma coisa monstruosa o grito, uníssono, de 70 mil pessoas: Luís Fabiano.
- É um dos sonhos da minha vida voltar ao Morumbi com a camisa da Seleção. Não esperava que isso pudesse acontecer nesse momento e por isso estou muito feliz -, falou Luis Fabiano, que, depois da eliminação do time para o Once Caldas, viu sua popularidade degringolar, assim como seu futebol. Vendido no mesmo ano ao Porto, não rendeu o que dele se esperava.
Sempre quando um dos 4 grandes clubes paulistas - Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo - vivia às turras com os gols, surgia seu nome para reforçá-los. Nada se concretizou e ele rumou para o Sevilla.
Hoje está muito bem lá. Enquanto Pato não é chamado, Luis Fabiano pode muito bem conquistar a titularidade do comando de ataque da seleção. Recuperando assim o tempo perdido. Por todos esses percalços acima descritos, Luis Fabiano perdeu a chance de ir à Copa da Alemanha. A continuar assim, estará em 2010.
sábado, 10 de novembro de 2007
Matéria no Herald Tribune sobre o Jô
Rob Hughes
Quando um morador de Moscou é conhecido apenas como "Jo", e é guiado em suas primeiras aventuras no futebol europeu por um homem chamado Vágner Love, nós poderíamos suspeitar de estarmos entrando no reino da fantasia.
Mas foi bem real no famoso estádio San Siro, na noite de quarta-feira, quando primeiro Jo, depois Love, marcaram gols maravilhosos que colocaram o CSKA Moscou dois gols à frente da Inter de Milão. O esguio e impressionante Jo -ou João de Assis Silva- é mais um brasileiro destinado a se destacar na Liga dos Campeões.
Mas sua aventura em Milão durou apenas poucos minutos, porque a vantagem de dois gols incitou a Inter a uma represália quase imediata. No intervalo, os gigantes italianos já tinham empatado o jogo. No final, a Inter já tinha invertido a situação, vencendo por 4 a 2, com dois gols do implacavelmente enérgico argentino Esteban Cambiasso, e dois do ocasionalmente refinado sueco Zlatan Ibrahimovic.
Ainda assim, mesmo em uma noite que confirmou o Manchester United e o Arsenal como os dois primeiros times a se garantirem nas oitavas-de-final, o destaque de Jo estabelece a agenda para os jovens na Liga dos Campeões.
Ele é alto. Ele é esguio. Ele vem de São Paulo. Ele parece à vontade jogando futebol com a cabeça, com o pé esquerdo e com o direito. Com apenas 20 anos, ele poderá vir a ser um Ronaldo, um verdadeiro centroavante, sem medo de chutar a gol de qualquer ângulo, absolutamente ciente de seu toque e dos espaços que até mesmo os melhores zagueiros deixam.
Uma fração de segundo é tudo o que é preciso para um jovem que não hesita e não precisa decidir se chuta com um pé ou o outro.
O Brasil também já o convocou para todas as categorias, das de base até a principal, onde estreou contra a Turquia, em junho.
A transferência do Corinthians de São Paulo para o CSKA em Moscou pareceu tranqüila, com Jo marcando 14 vezes em seus primeiros 18 jogos na Rússia.
Na quarta-feira, assim como na primeira partida contra a Inter há duas semanas, ele marcou. Seu gol ocorreu depois de uma troca de passes com Love, e então um arremate com o pé esquerdo da entrada da grande área sem que Júlio César pudesse impedir. O goleiro também é brasileiro.
Quando Love driblou e se virou para marcar o segundo gol em seu conterrâneo, parecia que aquele seria um resultado que sacudiria o futebol europeu.
"Eu acho que os dois gols nos acordaram", disse Roberto Mancini, o técnico da Inter. "Não havia muitos torcedores nesta noite e não estávamos com o foco mental apropriado. Felizmente, meus jogadores se saíram muito bem na rápida recuperação e se transformou em um jogo bonito."
O próprio Mancini corrigiu a postura tática do time, passando de três defensores para um sistema mais sólido com quatro. Seus jogadores responderam, com Ibrahimovic e Cambiasso marcando dois gols em dois minutos.
No segundo tempo, que Jo perdeu, machucado, tanto Cambiasso quanto Ibrahimovic marcaram de novo.
O último gol, uma jogada instintiva e um belo chute de fora da área no canto superior da rede por Ibrahimovic, fez lembrar Marco van Basten na melhor forma.
"Parabéns à Inter", disse o técnico do CSKA, Valeri Gazzaev. "Nós perdemos alguns jogadores por contusão, mas a experiência da Inter fez a diferença. Ela confirma o que eu disse sobre o futebol italiano -ele é campeão do mundo e campeão da Liga dos Campeões por um motivo."
O sábio Gazzaev possivelmente conta com um campeão em suas mãos, Jo, e sem dúvida sabe mais do que nós para onde seguirá o jovem brasileiro. Poderia ser o Chelsea, a equipe londrina com a qual compartilha o benfeitor, o bilionário Roman Abramovich? Será que Jo está sendo preparado para a liga inglesa, caso o atacante marfinense Didier Drogba cumpra a ameaça de deixar a equipe na primeira oportunidade?
A Liga dos Campeões é uma vitrine no momento para todos os talentos, e alguns dos jovens mais brilhantes, Lionel Messi e Wayne Rooney, falaram nesta semana do tédio e frustração de jogar contra adversários assustados demais com a habilidade deles a ponto de praticarem o "antifutebol".
Eles são jovens demais para saber que nos anos 60, Helenio Herrera, o técnico da Inter de Milão, organizava as táticas sufocantes que se entranharam tão profundamente na alma italiana que uma geração de técnicos ainda o copia, ou tenta.
Messi se queixava sobre o Glasgow Rangers, mas o parceiro de Ronaldinho riu por último na quarta-feira. Messi armou o primeiro gol do Barcelona para Thierry Henry, marcou o segundo e estabeleceu rapidamente a vitória de 2 a 0 contra o time escocês.
O Rangers não se aventurou, não se desculpou e nem fingiu que existia no mesmo patamar que o Barcelona. Sua meta era destruir, de forma impura e simples.
Há muito disso na Liga dos Campeões. Michel Platini, o francês que nunca se curvou a ninguém como jogador, busca expandir o torneio para contar com ainda mais clubes de ligas menos ricas, mas sua preocupação deveria ser o fato de que o Barcelona, Real Madrid, os milaneses, o Manchester United e alguns poucos outros estão em uma liga própria.
Como os Rangers em Camp Nou, os ucranianos do Dínamo Kiev foram a Old Trafford com nada em mente a não ser se defenderem. Não funcionou porque o United, apesar de ter poupado jogadores importantes, venceu facilmente por 4 a 0, e apesar do reconhecimento de Rooney de que mais parecia um jogo treino, ele se juntou a Carlos Tevez, Gerard Pique e Cristiano Ronaldo na marcação dos gols.
Os clubes ingleses, espanhóis e italianos dominam o cenário europeu. Os alemães têm dificuldade para competir no mesmo nível, com Schalke, Werder Bremen e Stuttgart eliminados na primeira fase.
Mas os franceses, pelo menos o Lyon, conseguiram continuar na luta. A busca por diamantes brutos no exterior é inevitável após uma venda por alto lucro, mas agora há um novo caminho.
Ele vem das categorias de base, dos jovens sendo preparados pelo Lyon para preencherem as lacunas deixadas pelas vendas. Dois em particular, Hatem Ben Arfa e Karim Benzema, foram promovidos, para o Lyon e para a França.
Ben Arfa, 20 anos, é descendente de tunisianos. Benzema, 19 anos, é argelino. Eles são a geração pós-Zinedine Zidane, seguindo seus passos, sem dúvida inspirados por ele mesmo antes de saberem.
Na quarta-feira, foi a vez de Ben Arfa se transformar em herói. Ele marcou dois na vitória em casa do Lyon por 4 a 2 contra o Stuttgart, e falou como um veterano.
"Nós começamos a acreditar e nos assustamos", ele disse. "Tivemos dificuldades quando o jogo estava em nossas mãos e permitimos que marcassem."
"No futuro, temos que apagar os erros que vimos nesta noite." Palavras bastante ponderadas para alguém tão jovem. Ben Arfa disse ficar contente com seus gols, mas a glória é da equipe. E quer que os jogadores de sua defesa entrem em forma.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
A Taça
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Ainda sobre o(s) Penta(s)
Por cortesia, o São Paulo deveria receber o troféu entregue pela CBF e o repassar ao Flamengo. A cortsia ficaria completa se o Mengão fizesse uma cópia idêntica e a entregasse ao Tricolor Paulista.
Mas isso só aconteceria na imaginação de alguns - eu incluso.
Por isso é que esse negócio não vai acabar bem. Segue abaixo o mais novo(?) capítulo. Foi recebido por mim, por e-mail. Da sempre competente Marilene Dabus, assessora de imprnsa do Flamengo. É datado de 31 de outubro. Devido ao feriado só vai ao ar, aqui, hoje.
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2007.
Excelentíssimo Senhor
Presidente do São Paulo Futebol Clube
Fax nº (11) 3749-8000
CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no C.N.P.J.(MF) sob o n.º 33.649.575/0001-99, estabelecida na Rua Borges de Medeiros, n° 997, Lagoa – Rio de Janeiro – RJ, através de seu diretor adiante firmado, vem, respeitosamente, promover a presente
NOTIFICAÇÃO
em face do SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, pelas razões DE FATO adiante expostas:
Como é de conhecimento público, o campeonato nacional de futebol do ano de 1987 foi organizado pelo Clube dos Treze, e foi denominado “Copa União”.
Como sabe Vossa Excelência, melhor do que ninguém, já que a Presidência do Clube dos Treze era à época dos fatos exercida pelo então Presidente do São Paulo, Sr. Carlos Miguel Aidar, o Clube dos Treze, do qual faz parte o São Paulo Futebol, por unanimidade, reconheceu, e reconhece, que o Flamengo sagrou-se Campeão Brasileiro do ano de 1987, sendo o vencedor da Copa União (módulo verde do campeonato).
Na época dos fatos, o próprio Clube dos Treze decidiu não aceitar o cruzamento entre os vencedores dos módulos verde e amarelo proposto pela Confederação Brasileira de Futebol.
Diante disso, nenhum dos clubes membros do Clube dos Treze deverá aceitar receber o troféu de pentacampeão brasileiro, pois eles reconhecem o Flamengo como campeão de 1987 e legítimo primeiro pentacampeão brasileiro.
Por esta razão, apesar de saber que o presente procedimento não seria necessário, tendo em vista que Vossa Excelência é um homem honrado e autêntico cavalheiro, e diante do estreito relacionamento entre os clubes, o Clube de Regatas do Flamengo vem notificar o São Paulo Futebol Clube para que se abstenha de receber o troféu referente à conquista de cinco campeonatos brasileiros (troféu de pentacampeão brasileiro), ou, se o fizer, providencie a imediata entrega do referido troféu na Gávea, na Avenida Borges de Medeiros, nº 997, Rio de Janeiro, único local onde legitimamente poderá ser exibido.
Michel Asseff Filho
Diretor Jurídico do Futebol
Uma briga desnecessária. O Flamengo é Pentacampeão. Do mesmo jeito que o Vasco foi campeão no ano 2000, ano da Copa João Havelange. Mas, se o São Paulo receber o troféu das bolinhas que está na Caixa Econômica Federal e quiser ficar com ele, é seu direito. Não é problema do São Paulo se a CBF não reconhce o Flamengo campeão em 1987. Só passa a ser um problema ético, já que o São Paulo estava junto com o Flamengo na criação do Clube dos 13 e da Copa União. E o Juvenal Juvêncio, atual presidente do São Paulo, ratificou, como presidente do clube, em 1988, a conquista do Flamengo. Por que mudar de posição agora?
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
É Penta!!!
Título mais do que merecido. Não adianta falarem que é o pior campeonato da história, que está tudo nivelado por baixo. Não há desculpas capazes de desabonar um time que sofreu 13 gols em 34 jogos. É o time que abriu a maior vantagem para o segundo colocado e é também o time que será o campeão mais cedo, faltando 4 rodadas para o fim do campeonato. Como falar mal deste time?
Tudo bem que o time foi, em parte do campeonato, sonolento e irritante. Mas, na maior parte foi competitivo e, às vezes, brilhante, como nas vitórias sobre Santos e Paraná no Morumbi. O time soube suportar como nenhum outro a pressão dos adversários. E bota pressão nisso. Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Vasco e mesmo contra o Sport, o São Paulo foi muito pressionado. Mas saiu com vitória em todos os jogos. Muricy acabou com a tese de que para ganhar o campeonato basta vencer em casa e empatar fora. Tem que vencer em casa e fora. E ninguém fez ambas as coisas tão bem quanto este São Paulo. Foram 11 vitórias em casa, 2 empates e 3 derrotas. Fora o time venceu 12 vezes. O segundo time que mais venceu fora, o Cruzeiro, conseguiu 7 vitórias. Um abismo que traduz o porque de o time ser campeão tão cedo, de ter aberto uma vantagem tão grande para os rivais.
Parabéns Tricolor!
OBS.: O blog pára no feriado. Atualizações só na segunda.
Abraços