terça-feira, 29 de abril de 2008

O avanço de Vanderlei

Em semana de jogos decisivos, passou desapercebida uma notícia.

O IWL (Instituto Wanderlei Luxemburgo) firmou uma parceria com a Federação Catarinense de Futebol.

A parceria tem o intuito de aperfeiçoar os 40 árbitros pertencentes ao quadro da Federação Catarinense.

Segue o release da notícia:

O Instituto Wanderley Luxemburgo (IWL), que oferece cursos na área esportiva em 40 cidades do País, acaba de firmar uma parceria com a Federação Catarinense de Futebol. A partir de maio, 40 árbitros do quadro da federação farão o curso para Arbitragem como aperfeiçoamento.

Pelo compromisso firmado ontem (24/8) com o presidente Delfim Pádua Peixoto Filho, a federação cederá o local e o Instituto entrará com o conteúdo ministrado pelos professores Anselmo da Costa e Roberto Perassi, integrantes dos quadros da CBF e da FIFA e grandes autoridades no assunto.

O IWL tem a iniciativa inédita no País de oferece cursos de pós-graduação, extensão universitária, cursos livres, preparatórios e de aperfeiçoamento voltados ao esporte com corpo docente de excelência. São mais de 45 cursos divididos em diversas especializações, sendo a disciplina de Técnicas e Táticas de futebol ministradas pelo próprio Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras.

Ao que parece, Anselmo da Costa resolveu abandonar de vez a arbitragem profissional, já que Marcos Marinho, chefe da arbitragem no estado de São Paulo havia lhe dito que escolhesse entre ser árbitro ou professor do Instituto Wnaderley Luxemburgo.

domingo, 27 de abril de 2008

I know, it's only football, but i like it!

Que jogo entre Chelsea e Manchester United neste sábado.

A vantagem do Manchester - que bateu nos 5 pontos na última semana - hoje está no saldo de gols: 53 a 37 para os "Diabos Vermelhos".

No jogo de ontem, o Manchester mais uma vez jogou para empatar, como já havia feito no meio da semana contra o Barcelona.

Mas desta vez teve um agravante: Sir Alex Ferguson deixou Cristiano Ronaldo, Tevez e Hargreaves no banco. Scholes, Evra e Park, nem no banco ficaram.

O time então contava somente com Rooney na frente, auxiliado por Nani e Giggs. Anderson também deveria auxiliar. Mas não foi possível.

O Chelsea não deixava o Manchester respirar. Era como um treino de ataque contra defesa. Tudo bem que os "Blues" não ameaçavam o gol de Van der Sar, mas eles estavam sempre por ali, rondando a área. O time azul de Londres sentiu, e muito, a falta de Lampard, liberado do jogo por causa do falecimento da sua mãe no meio da semana.

Mas o time pressionava e, em um lance de Joe Cole, acertou o travessão do Manchester, que só se defendia. Como o time, além de ter ótimos jogadores, se defende bem, fechando as laterais, sobravam poucas opções para o Chelsea, que vivia dos cruzamentos improdutivos de Paulo Ferreira.

Quando alguém mais qualificado colocou a bola na área do Manchester, saiu o gol. Foi no fim do primeiro tempo. Drogba, cansado de esperar a bola, saiu da área e cruzou na cabeça de Ballack. O alemão tocou no contrapé de Van der Sar. O que se viu depois foi comovente: os jogadores do Chelsea com uma camisa número 8 com o nome de Pat Lampard, mãe do meia do Chelsea.

No segundo tempo, o Manchester resolveu ser mais ousado. Um pouco, pelo menos. Então Nani e Giggs encostaram em Rooney. Por mais que o gol tenha saído de uma pixotada de Ricardo Carvalho, foi a pressão do ataque do Manchester que permitiu a falha do zagueiro português, que recuou errado a bola e ela sobrou limpa para Rooney empatar. No lance ele se machucou e virou dúvida para o jogo da próxima terça contra o Barcelona.

Cristiano Ronaldo veio para campo, no lugar de Rooney. Para jogar da mesma maneira que havia feito - sem sucesso - na quarta, em Barcelona: isolado no ataque.

Mais uma vez o Manchester recuou. Ferguson tirou Anderson, apagado, e colocou O'Shea.

O Chelsea pressionava no jogo aéreo e em cobranças de falta. Em uma delas, Ballack e Drogba discutiram feio para ver quem cobraria. Drogba venceu a disputa e colocou no ângulo para linda defesa de Van der Sar.

Aos 40 do segundo tempo, o lance capital. Cruzamento na área do Manchester e o bandeira marca toque de mão de Carrick. Pênalti que Ballack bateu e converteu. Seu sexto gol na liga.

O Manchester então foi para o abafa em busca do ponto que lhe permitiria ser campeão já na próxima rodada. O Manchester pega o West Ham (c) e o Wigan (f). Enquanto o Chelsea pega o Newcastle (f) e o Bolton (c).

E as chances são grandes deles se enfrentarem em Moscou, pela final da Liga dos Campeões.

O Chelsea teve em Ashley Cole e em Shevchenko seu salvamento. Primeiro em chute de Cristiano Ronaldo que entraria no cantinho da meta de Petr Cech. Ashley Cole estava lá para salvar. Dois minutos depois, Fletcher cabeceia no chão, sem nenhuma chance para Cech, mas Shevchenko afastou, de novo em cima da linha.

A situação agora é que os dois estão empatados com 81 pontos. Mas a vantagem é do Manchester, pelo saldo de gols.

Faltam duas rodadas.

sábado, 26 de abril de 2008

Criatividade

Um post fora da esfera esportiva.

A tradicional loja Hut-Weber via que as vendas de chapéus estava em queda. Por isso, resolveu apostar em publicidade para voltar a vender.

Encomendou então para a agência Serviceplan Hamburg que fizesse um anúncio criativo.

A agência fez então essa obra-prima.

Comparou dois personagens, em princípio, incomparáveis: Adolf Hitler e Charles Chaplin. E chegou à conclusão que a diferença deles é o chapéu. Brilhante.

Hitler e Chaplin: a diferença, para a Hut-Weber, é o chapéu.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Se perdemos esse campeonato, corto a minha perna.

Seria melhor matarmos-nos."

A frase acima é do zagueiro/lateral espanhol Sérgio Ramos, do Real Madrid. E se deve ao fato de que o time Merengue está 10 pontos na frente do vice-líder, o Villarreal. E faltam 5 jogos, ou 15 pontos.

Teoricamente, ainda dá para o Villarreal chegar. Mas o Real está a duas vitórias de comemorar o bi na Espanha.

Agora, dá para imaginar algum jogador brasileiro dando uma declaração dessas?

Cansaço

O São Paulo não tem jogado bem, é fato. Na quarta, contra o Atlético Nacional, outra partida que o time mostrou altos e baixos. Em parte pela instabilidade demonstrada até aqui no ano. Mas não só por isso.

Na quarta o cansaço falou alto. Principalmente no segundo tempo. E , para comprovar isso, é só ver o jogo do Palmeiras contra o Sport.

Mesmo com o Luxemburgo poupando alguns jogadores, o time sentiu o golpe do cansaço. Poucos estavam inteiros. Valdívia era um deles. Mas o resto do time não acompanhava a velocidade do chileno - que no domingo correu muito atrás de Hernanes.

A semifinal de domingo foi uma batalha entre os dois times. E em campo pesado. Por isso o São Paulo vacilou muito na quarta e o Palmeiras empatou com o Sport. Tudo bem, o Sport jogou direitinho, se aproveitando do fato do Palmeiras ter entrado só com Leandro de lateral, que foi marcado por Luisinho Netto e Carlinhos Bala.

Mas o cansaço atrapalhou sim São Paulo e Palmeiras nos jogos deste meio de semana.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Assuntos pendentes

São tantos os assuntos pendentes aqui no blog. Em parte pela correria, em parte por causa do Vírtua, que anda dificultando bastante as coisas.

Vamos primeiro para a Libertadores.

O São Paulo venceu o Nacional de Medellín e se garantiu na próxima fase em primeiro no grupo. Nas oitavas pegará outro Nacional, só que o de Montevidéu do Uruguai. Adversário que o São Paulo enfrentou na mesma fase em 1992. Naquele ano, duas vitórias por 1 x 0 e o São Paulo caminhou tranqüilo rumo ao seu primeiro título da Libertadores. Um confronto que, se não será fácil, tampouco será dos mais difíceis. E o Tricolor fará a segunda partida em casa.

Dos outros brasileiros, Cruzeiro, Santos e Flamengo têm paradas indigestas. O Cruzeiro porque pega o Boca, time que tem o melhor trio ofensivo da América do Sul: Riquelme, Palácio e Palermo. E por causa da temível La Bombonera. Não é nada demais, é só um estádio, como disse Mano Menezes depois de perder a Libertadores do ano passado. Mas é incrível como o estádio tem um efeito alucinógeno, que faz com que os jogadores visitantes percam os sentidos e cometam erros primários. Esse é o maior adversário do Cruzeiro: a possível desatenção na Bombonera.

O Santos porque enfrenta o perigoso Cucuta com a segunda partida na Colômbia. Macnelly Torres e o centroavante Urbano são os jogadores especiais da boa equipe colombiana, semifinalista no ano passado.

E o Flamengo porque viaja para a Cidade do México e enfrenta um adversário que, se não é dos melhores, tem um time ajeitado e um grande goleiro, Guillermo Ochoa.

O Fluminense joga com o Atlético Nacional, time que deu muito trabalho ao São Paulo nos dois jogos. Mas que tem uma defesa muito vulnerável ao jogo aéreo. Washington, Cícero e Thiago Silva podem fazer a festa.

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Na Liga dos Campeões, um jogão na terça e um joguinho na quarta. Liverpool e Chelsea mostraram que querem muito essa conquista. O Liverpool foi agressivo, marcou no campo de ataque boa parte do jogo, roubando bolas importantes - como a que deu origem ao gol de Kuyt -, mas vacilou no fim. Já aos 49 do segundo tempo, John Arne Riise marcou contra o gol que deu o empate aos Blues do Chelsea. Assim o empate em zero a zero na próxima quarta classifica o Chelsea para a final da Liga em Moscou. Roman Abramovich tem grandes motivos para festejar a possível ida de seu time para a final. Só lembrando que o Chelsea não perde em casa desde 2006, quando perdeu para o Barcelona pela Liga dos Campeões. Pela Premier League o time não perde desde 2004, ou 80 jogos. E, para piorar, o Liverpool não marca gols em Stamford Bridge a 8 jogos. Ou seja, está muito difícil o Liverpool vencer sua 6ª Liga dos Campeões.

Na quarta, Barcelona e Manchester fizeram um jogo de gato e rato. Ao Manchester coube o papel do rato. O Barcelona acuou o time inglês. É verdade que Cristiano Ronaldo perdeu um pênalti com 3 minutos de jogo. Mas a proposta de Sir Alex Ferguson era mesmo jogar atrás. E jogou. Era sempre 10 jogadores atrás da linha da bola. Cristiano Ronaldo era o atacante mais adiantado da equipe - jogava dentro do círculo central. Tevez e Rooney jogaram como autênticos defensores.

O Barcelona tentava, mas não conseguia penetrar na defesa inglesa. As laterais eram bloqueadas pelas duplas Hargreaves-Rooney na direita e Evra-Park na esquerda. Isso impossibilitava ao Barça a execução das suas jogadas características pelos lados do campo. Restava então as tabelas pelo meio congestionado com as presenças de Ferdinand, Brown, Carrick, Scholes e Tevez. Com isso o Barcelona não tinha espaço para criar, nem para chutar a gol. O Manchester conseguiu o que queria, que era não perder. Mas será o suficiente? Em casa, na próxima terça, terá que se expor para vencer - nenhum empate serve. O zero a zero leva para os pênaltis. Com isso os espaços que faltaram ao Barcelona em casa podem fazer a diferença.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

De novo Boca!

Desculpem pela falta de atualização do blog. A última semana foi complicada e com o feriado, o que dificultou a postagem de notícias.

Ao Palmeiras e à Ponte, felicitações pela classificação para a final do campeonato paulista.

O episódio - lamentável - do gás, tem que ser investigado.

Ódio é a palavra que melhor traduz a relação entre as diretorias de Palmeiras e São Paulo. E isso vem desde a década de 40. E produz coisas absurdas. A última delas é esse gás.

Em princípio, o Palestra deveria ser interditado. A responsabilidade é do mandante.

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Mas o que interessa é falar do Boca e da sua classificação para a segunda fase da Libertadores.

Pelo segundo ano seguido a equipe precisava golear para conseguir sua classificação. Mas o time foi beneficiado pelo empate entre Colo Colo e Atlas, em Santiago e, por isso, o 3 x 0 contra o fraco Maracaibo foi suficiente. Segurem o Boca!

domingo, 13 de abril de 2008

Sem tirar o foco do mais importante: o jogo


A foto acima, de Sérgio Neves, da Agência Estado, mostra claramente com que parte do corpo Adriano fez seu primeiro gol no Morumbi nesta tarde. Mostra também que, não há como a bola ter batido na mão dele, como alegou Paulo Cesar de Oliveira no fim do jogo. Todos sabem que, quando um jogador vai para um lance desses disposta a cabecear rente ao chão, o popular "peixinho", o jogador se projeta para a frente com os braços para trás, até para ter mais impulsão. Não foi o que aconteceu com Adriano. Ele estava pronto para cabecear a bola e marcar, quando percebeu que não chegaria na bola. Por isso esticou o braço. Por isso marcou.

Isto posto, vamos falar do jogo em si. De como Muricy, mais uma vez, conseguiu armar um time extremamente competitivo e vencer um Palmeiras com ótimo poder ofensivo. E depois voltaremos a falar do juiz.

O jogo começou com uma (ótima) novidade: Alex Silva entre os titulares. Sua volta foi importante para o desempenho do São Paulo no jogo. Todo mundo do Palmeiras que poderia criar perigo era marcado de perto por alguém do São Paulo. A marcação implacável, que começava desde o ataque, era a seguinte: Joílson e Jorge Wagner bloqueavam Leandro e Élder Granja; Valdívia era seguido por Zé Luís; Diego Souza tinha Richarlyson como marcador; Alex Mineiro e Kleber eram marcados por Miranda e Alex Silva e Léo Lima, quando avançava, era marcado por Hernanes. Esse foi o bloqueio do São Paulo.

Com isso o Palmeiras não conseguia penetrar na defesa do São Paulo. A falta de criatividade e, principalmente, de mobilidade fez com que o Palmeiras não conseguisse criar. Tirando a bola na trave de Alex Mineiro pouco depois do gol de Adriano e um chute de Pierre defendido por Rogério, o time teve a posse de bola mas não sabia o que fazer com ela.

O São Paulo, antes do gol, já havia levado perigo com Rogério Ceni. Jorge "bola parada" Wagner colocou a bola mais uma vez para Adriano marcar. Sua décima assistência no ano. E contando.

O Palmeiras tinha a posse de bola, mas era o São Paulo quem controlava as ações, forçando o Palmeiras a fazer o que ele, São Paulo, queria.

Dagoberto teve a chance de ampliar e Rogério bateu mais uma falta que assustou os palmeirenses.

No segundo tempo, logo no começo, Gustavo entregou a bola nos pés de Jorge Wagner que, de primeira, lançou Adriano. O Imperador avançou, protegeu-se de Pierre e tocou por cima de Marcos. Décimo-primeiro gol do atacante no paulista.

Bateu o desespero em Luxemburgo. Ele tirou Pierre, Kléber e Élder Granja. Não todos ao mesmo tempo, mas em questão de minutos. Entraram Martinez, Denílson e Lenny, respectivamente. Com Denílson e Lenny, Luxemburgo obviamente pretendia uma única coisa: anular a "sobra" do São Paulo.

Enquanto isso, o cansaço começava a bater no São Paulo. Assim o time recuou ainda mais, permitindo os constantes ataques palmeirenses. Mesmo assim, desperdiçou alguns contra-ataques preciosos para marcar o terceiro e matar o jogo.

Lenny era o único que levava perigo. Por isso Muricy mudou o sistema. O que era 3-5-2 se transformou em 4-4-2, com André Dias aberto pela direita marcando Denílson, Alex Silva e Miranda se revezando para marcar Alex Mineiro e Richarlyson na esquerda marcando Lenny.

Mesmo com essa preocupação toda, Lenny invadiu a área e foi derrubado. Alex Mineiro cobrou e marcou o gol que dá vida ao Palmeiras no próximo domingo, no Palestra. Sem esse gol os palmeirenses já podiam procura outra coisa para fazer no domingo que vem.

As mancadas de Paulo Cesar

O cartão para Richarlyson com 3 minutos de jogo. O lance - uma leve puxada na camisa de valdívia - não era para cartão amarelo.

O gol de Adriano. Não adianta falar que foi bola na mão. Não foi. Falta e cartão para Adriano.

Anarelo para Valdívia. O lance não era para cartão. Mas, se ele deu, é porque enxergou na jogada agressão do chileno. Ou seja, se foi agressão, era para vermelho.

Pixotada de André Dias e falta de Hernanes. Não foi nada. Kléber - que está com ódio mortal do São Paulo, o qual ele acha que não lhe deu o devido valor - foi desarmado lealmente por Hernanes.

Vermelho para Pierre. Certamente. Adriano sofreu falta, Paulo Cesar deu a vantagem. A bola sobrou para Dagoberto que foi levantado por Pierre. O palmeirense já tinha cartão e o falta era para amarelo.

Segundo gol de Adriano. Normal. Pierre, bem mais franzino, tentou tomar a bola de Adriano sem falta porque já tinha amarelo. Não conseguiu.

Pênalti em Lenny. Disctutível. Que existe o choque, é inegável. Alex Silva toca Lenny. reparem que o verbo é tocar, não bater. Foi um toque, não muito sutil mas, mesmo assim, um toque. A cena que vem depois de Lenny se jogando é patética.

Ou seja, no resumo, a arbitragem foi prejudicial para os dois times. E aí venceu o jogo quem estava mais preparado no jogo. Muricy preparou o São Paulo melhor.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Derrota doída no Chile

Antes de começar o jogo entre Audax e São Paulo, a sensação era que, ao fim do jogo, a classificação do São Paulo para as oitavas de final estaria assegurada afinal, bastava um empate. O Audax, fraco por natureza, ainda não podia contar com seu melhor jogador, Villanueva. E vinha de um desgastante clássico no domingo, onde jogou com um a menos boa parte do jogo. Ou seja, quase impossível não conseguir ao menos um empate.

Pois é. Quase. O São Paulo conseguiu fazer uma partida horrorosa, a ponto do Muricy dizer na entrevista coletiva que foi uma das piores do time. E, mesmo assim, o São Paulo teve ótimas chances de sair do Chile com a vitória. Tal a fragilidade do Audax. Éder Luis, Adriano, Hernanes e Dagoberto quase marcaram. Ao Audax, uma única chance, com Orellana, que chutou em cima de Rogério.

Com essa inesperada e sofrida derrota, a situação se complicou demais para o time. Em termos práticos e teóricos.

Em termos práticos, porque o time tem que, na Libertadores, vencer o Atlético Nacional de qualquer jeito, no Morumbi. Se não vencer, corre sério risco de não se classificar. Sabe desde quando o São Paulo não passa da primeira fase da Libertadores? Desde 1987, quando ficou em último lugar no grupo que tinha Cobreloa (o primeiro colocado), Colo-Colo (o segundo) e o Guarani. Na época, só os campeões de grupo passavam para a fase semi-final, também disputada e grupos.

Em termos teóricos porque o time poderia chegar na semi-final com o Palmeiras bem mais tranquilo, pensando exclusivamente nos dois jogos desta semi-final. E, eventualmente, poupando algum jogador no jogo contra o Atlético Nacional, caso se o time se classifique para a final do Paulista.

Mas não, agora o time terá que conviver com a desconfiança até da própria torcida sobre o futuro na Libertadores. Perder nunca é bom. Mas tem derrotas que machucam mais. E essa contra o Audax, machucou.

E uma eliminação frente ao Palmeiras - que é totalmente possível, pelo que os times estão jogando e pelo que estão passando - pode abaixar de vez o moral da equipe, que ainda terá que vencer, qualquer jeito, o Atlético Nacional na última rodada. Não que vencer o time colombiano seja o mesmo que correr descalço a Maratona de Nova York, não é. Longe disso. Em qualquer outro momento, seria até fácil. Não agora. Não com o Atlético Nacional fechado por um empate para passar de fase. Porque se o Atlético Nacional perder e o Audax vencer, quem fica fora é ele, Atlético Nacional.

Complicado. Problemas criados pelo São Paulo acabaram por dificultar a permanência do time na Libertadores em um grupo que tinha tudo para ser fácil.

E agora Boca?

O Colo-Colo venceu o Maracaibo ontem, no Chile, por 2 x 0. Com isso, foi a 9 pontos - o líder Atlas tem 10. O Boca tem 7 pontos. O time argentino recebe o Maracaibo na última rodada. O Colo-Colo, de novo em casa, joga contra o Atlas.

Um empate classifica os mexicanos como primeiros do grupo - vão a 11 pontos.

O Colo-Colo, para se classificar sem sustos, precisa vencer o Atlas. E assim seria o líder do grupo.

O Boca precisa vencer o Maracaibo. Com isso vai a 10 pontos. Torce por um empate no jogo do Chile, contanto que vença por 3 ou mais gols de diferença. Se o Colo-Colo vencer o jogo, o Boca terá que descontar um saldo do Atlas. Hoje o saldo do time mexicano é de 5 gols. Mas, se perder para o Colo-Colo, o saldo cai de 5 para, pelo menos, 4 gols. Ou seja, o Boca terá que fazer 5 gols no Maracibo, se não quiser se preocupar de jeito nenhum com o resultado do jogo de Santiago.

Só lembrando que, no ano passado, o Boca chegou na última rodada precisando vencer o Bolívar, na Bombonera, por 4 gols de diferença. Fez 7 e arrancou para o sexto título na Libertadores. Aqui o vídeo do massacre na última rodada do ano passado.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Home, sweet home

A Federação Paulista decidiu na quarta que a segunda partida da semifinal entre Palmeiras e São Paulo será no Palestra Itália.

Nada mais justo. Nos últimos 3 anos, o São Paulo foi lá 3 vezes. E, em duas delas, para disputar jogos pelas oitavas de final da Libertadores.

O que a FPF queria é mostrar que ela tem mais força que as outras confederações. O que é uma mentira.

O Palmeiras tem todo o direito de jogar na sua casa e o São Paulo não tem que reclamar. Tem que acabar com esse revanchismo, o São Paulo tem que tratar bem o São Paulo no Morumbi, e o Palmeiras fazer o mesmo no Palestra. Se bem que, no caso desses dois times, é quase impossível, pelo histórico. Palmeiras e São Paulo não são rivais, são inimigos. E isso vem desde a década de 40.

Agora, do mesmo jeiro que o Palmeiras tem todo o direito de mandar o segundo jogo em casa, o São Paulo tem o direito de reservar só 10% da capacidade do ingressos do Morumbi, no primeiro jogo. Se só 2 mil e poucos são-paulinos poderão acompanhar o São Paulo no Palestra, o certo é que só 6 mil e poucos palmeirenses vejam o jogo no Morumbi.

FIFA ameaça Andrew Jennings

Para quem não o conhece, procure conhecer. Andrew Jennings é um jornalista inglês cuja a especialidade é expor a sujeira no mundo do futebol. Leia-se na FIFA. Ele fez, em 2006, dois documentários expondo a corrupção na hora da escolha da sede do mundiais e o escândalo da venda de ingressos para a Copa do Mundo por comissários da FIFA. Os vídeos estão no YouTube (A pressa não me permite achá-los agora).

Hoje o Terra Magazine mostra uma matéria falando sobre um lobby que a FIFA está fazendo para a Inglaterra ser a sede da Copa de 2018. E tem também uma ameaça do assistente do presidente da FIFA, Joseph Blatter, para o simpático velhinho Andrew Jennings. Palmas para Jennings, só ele é capaz de desvendar tudo isso. Leia a seguir a matéria do Terra Magazine.



Fifa faz lobby para Inglaterra sediar Copa-2018


Ezequiel Fernández Moores
De Buenos Aires, Argentina

"Se você é suficientemente homem, nos vemos cara a cara. Farei você saber quando e onde". O autor da ameaça bem poderia ser um barra pesada do futebol argentino. Mas não. Trata-se do assessor especial do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e também "assessor estratégico" da Associação de Futebol da Inglaterra (FA), que aspira a ser sede da Copa do Mundo de 2018. O homem que exerce essa dupla função se chama Peter Hargitay. E o receptor de sua fúria é o jornalista britânico Andrew Jennings, autor do livro Foul!, sobre corrupção na Fifa.


A fúria recente de Hargitay contra Jennings se produziu quando o jornalista perguntou à FA se havia contratado o assessor por seus vínculos com a ABI, uma agência de seguros especializada em rastrear contas bancárias secretas, eventuais pagamentos de subornos e inteligência financeira.

A FA, que perdeu a sede do Mundial de 2006 em uma dura disputa com a Alemanha, respondeu a Jennings que Hargitay não tem vínculos com a ABI, mas com a firma ECN, e considerou apenas uma coincidência o fato de que ambas as empresas tenham compartilhado escritórios e telefones em Zurique há um tempo. Hargitay já divulgou a ECN como uma firma com "poderosas estratégias" para manipular a imprensa.

Seja com a ABI, que descobre contas secretas e pagamentos de subornos, ou com a ECN, que manipula a imprensa, Hargitay, segundo sugeriu Jennings no diário escocês Sunday Herald, poderia ser um homem ideal para que a Inglaterra não se deixe surpreender outra vez e obtenha ao preço que for a sede do Mundial de 2018.

Foi essa sugestão que alterou o humor de Hargitay, que ameaçou Jennings da maneira que indica o início dessa reportagem e o acusou de lançar "mentiras patológicas, insinuações e livres interpretações", segundo uma carta que o jornalista inglês retransmitiu a Terra Magazine.

Em 2002, pouco antes de assumir como assessor de Blatter, Hargitay ofereceu a Jennings que se somasse a uma suposta equipe de comunicação da Fifa. Apresentou-o no hotel Ritz de Madri, dizendo quem era e o que fazia, e poucos dias depois ofereceu esse posto quando voltaram a se reunir no bar El Pirata, de Londres. Disse também que estava "impressionado pelo seu trabalho profissional".

Jennings não aceitou a oferta, mas pediu a Hargitay que lhe desse as notificações judiciais que a Fifa recebeu pela quebra da ISL, sua ex-agente comercial. Hargitay respondeu que isso era impossível, mas convidou Jennings para participar de uma reduzida coletiva de imprensa com Blatter, que acabou se enfurecendo ante as perguntas do jornalista britânico.

As tentativas para seduzir, neutralizar ou comprar o silêncio de Jennings com um posto de trabalho caíram definitivamente quando o jornalista começou a rastrear o passado de Hargitay, o homem contratado primeiro por Blatter e depois pela Federação inglesa.

O primeiro dado inquietante que encontrou Jennings foi que Hargitay, filho de uma família que deixou a Hungria em 1956 e com estudos na Suíça, havia sido contratado pela Union Carbide. Trata-se de uma empresa norte-americana que buscou cuidar de sua imagem depois da acusação de ter provocado a tragédia mais grave da história do mundo industrial: um vazamento de gás tóxico em 1985 em Bhopal, Índia, que matou cerca de 16 mil pessoas e afetou outras 500 mil.

O segundo foi ter trabalhado para fazer a imagem de Marc Rich, um empresário condenado nos Estados Unidos por evasão e chantagem e que colaborou com o regime racista que governou durante décadas a África do Sul do apartheid. O próprio Hargitay chegou a ser preso em 1995 na Jamaica, acusado e finalmente declarado inocente de tráfico de cocaína.

Durante essa averiguação, Jennings suspeitou que seus telefones estavam grampeados e a própria polícia confirmou que ele mesmo estava sendo investigado por desconhecidos. "Para quê a FA contratou um homem como este?", perguntou Jennings em um artigo recente publicado no Sunday Herald. "Saberá a FA que corre o risco de ser acusada de contratá-lo para espiar pessoas que, eventualmente, podem se opor à postulação inglesa pelo Mundial de 2018? Ou que o contratou para que espie contas secretas dos líderes da Fifa para descobrir se aceitaram subornos?", questionou Jennings.

Seu artigo apareceu somente horas depois que finalizaram, na semana passada, as audiências na cidade suíça de Zug pela quebra da ISL, o ex-agente comercial da Fifa. O caso impressionou o mundo dos esportes, semanas atrás, quando um dos três juízes do tribunal, Marc Siegwart, denunciou que a ISL pagou propina a dirigentes por uma valor de US$ 140 milhões.

O único dirigente com o nome mencionado e acusado de receber duas transferências num total de US$ 130 mil foi o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Conmebol, que se reuniu há alguns dias em Assunção para debater o veto da Fifa a jogos na altitude e outras questões, mas que segue em silêncio absoluto sobre esse tema.

A última sessão de um juízo que é quase ignorado pela maior parte da imprensa esportiva se celebrou em 3 de abril em Zug. Nela, Daniel Beauvois, um dos seis executivos do processo, acusou diretamente a Fifa de haver provocado a quebra da ISL para criar uma nova empresa que assumiu os direitos dos Mundiais de 2002 e 2006.

O tribunal suíço censurou a imprensa a não difundir dentro daquele país os nomes dos acusados, segundo estabelecido por estritas leis de privacidade. Mas todos os meios já haviam citado especialmente a Jean Marie Weber, ex-diretor da ISL, velho amigo de Blatter e, segundo os demais processados, o único homem que sabe perfeitamente quais dirigentes esportivos receberam as propinas pagas pela empresa quebrada. A sentença do tribunal será conhecida no próximo 2 de julho.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

De novo Boca?

O Boca repete o que aconteceu no ano passado e está perto de ser eliminado da Libertadores na primeira fase. Como no ano passado, o Boca pode chegar à última rodada precisando de uma goleada para se classificar.

A derrota de ontem, para o Atlas, no México, por 3 x 1, complicou demais a situação. Isso porque o time mexicano alcançou 10 pontos em 5 jogos. O Boca tem 7 pontos, com o mesmo número de jogos. Hoje o Colo-Colo - 6 pontos em 4 partidas - enfrenta o combalido Maracaibo em Santiago. Um vitória leva os chilenos para 9 pontos. A "sorte" do Boca é que o seu último adversário é o Maracaibo na Bombonera. E também o fato de que o Atlas vai jogar sua última partida com o Colo-Colo, no Chile, querendo um empate para se classificar sem sustos. Se acontecer esse empate entre Colo-Colo e Atlas, o Boca "só" teria que descontar a diferença de gols. Hoje, Colo-Colo e Boca estão empatados no saldo de gols, ambos têm zero gols de saldo.

Mas, vai que o Colo-Colo enfia uns 5 no Maracaibo hoje. O Boca teria que golear o Maracaibo por 5 x 0 dependendo de uma vitória simples do Colo-Colo sobre o Atlas, na última rodada.

Aqui os melhores momentos da vitória do Atlas sobre o Boca ontem. Reparem no gol que Palermo, o maior artilheiro da história do Boca, perdeu no fim do primeiro tempo (minuto 3'10" do vídeo)

Árdua missão de torcer para o time mais fraco

Geralmente quando sentamos em frente à tv para ver um jogo que não é do nosso time, torcemos para o time considerado mais fraco. E como é angustiante!!!

Ontem o fato se repetiu mais uma vez.

O jogo era Chelsea e Fenerbahçe. A impressão que deu é a de que o Brasil todo torcia para o time turco. Os flamenguistas, por causa do Zico; os são-paulinos, por causa do Lugano; santistas por causa do Maldonado e do Deivid e os cruzeirenses por causa do Edu Dracena. E, todos os amantes do futebol, por causa do Alex.

Mas o craque do time, mais uma vez não esteve bem e isso foi fundamental para a eliminação do time turco. Fundamental também foi a qualidade do Chelsea. E o gol logo aos 3 minutos de jogo. Isso porque Zico já havia alertado que o Chelsea costuma marcar gols no início dos jogos.

Esse gol abalou e muito a equipe turca, que não conseguia passar pela forte marcação do que o Chelsea fazia no meio de campo.

O único lance de perigo do Fenerbahçe no primeiro tempo foi em uma falta cobrada por Alex, da intermediária, na cabeça de Lugano, que cabeceou para fora.

O Fenerbahçe só foi chutar sua primeira bola no gol inglês aos 35 do segundo tempo. Pouco depois, o Chelsea fez o segundo gol com Lampard. E a parada estava resolvida. O time de Zico mostrou que ainda é uma criança brincando com adultos.

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No outro confronto da tarde, o Liverpool mostrou que é favorito para seu sexto título da Champions. O Arsenal, como de costume, começou o jogo melhor. E saiu na frente após bela troca de passes envolvendo Fabregas e Hleb que tocou para Diaby invadir a área do Liverpool e marcar.

A partir daí o Liverpool passou a pressionar a saída de bola do Arsenal em busca do empate. Em uma dessas roubadas de bola, Fábio Aurélio desceu pela esquerda e cruzou e a zaga do Arsenal colocou para escanteio. Na cobrança, Gerrard colocou na cabeça de Hyppia, que acertou bela cabeçada e empatou o jogo.

O segundo tempo começou com o Liverpool marcando sobre pressão o Arsenal. Mas o gol não saiu e, quando o time já começava a dar espaços para o Arsenal, Reina lançou a bola da sua área, a bola viajou o campo inteiro e encontrou Fernando Torres dentro da área do Arsenal. Ele dominou, fez o giro, e chutou, no ângulo, indefensável para Almunia. A partir desse gol, estava decidido que não haveria mais prorrogação.

O técnico Arsène Wenger colocou Van Persie e Walcott em campo, para tentar o empate, resultado que lhe daria a classificação.

Pouco depois, Walcott fez uma jogada de gênio, partiu da sua área, atravessou o campo driblando quatro adversários e serviu Adebayor que, livre no meio da área, só deslocou Reina para empatar o jogo.

Tudo parecia definido. Porém, enquanto as câmeras de transmissão mostravam a alegria de Wenger, dos jogadores e dos torcedores do Arsenal, o Liverpool saiu jogando, abola foi tocada para Babel, que invadiu a área e foi tocado por Touré. Pênalti para o Liverpool que Gerrard cobrou com maestria e precisão.

O Arsenal foi para cima com tudo e, no fim, tomou o quarto após um chutão de Kuyt para a frente, aproveitado por Babel.

O Liverpool mostrou que, assim como no jogo entre o Chelsea e o Fenerbahçe, a Champions à partir de agora é só para adultos.

domingo, 6 de abril de 2008

A lógica

Desde o começo do campeonato todas as "previsões" levavam a crer que, dos grandes, só São Paulo e Palmeiras se classificariam.

Guará e Ponte largaram muito bem. Tiveram uma instabilidade no meio da fase de classificação, mas retornaram ao rumo. E se juntam aos grandes.

Mesmo assim, foi mais difícil do que se esperava, para São Paulo e Palmeiras, a classificação.

Tão mais difícil que se classificaram em 2º (Palmeiras) e 3º (São Paulo). E por isso se enfrentam na semifinal.

A lógica agora é não ter lógica.

Durante a semana os pontos fortes de cada um dos dois será mostrado aqui no blog.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A matéria

Como alguns devem ter notado, fiz uma matéria para a Edição de Abril da revista Placar falando que a Polícia Federal está de olho no Cruzeiro. Escaneei a matéria e a coloco abaixo.

Espero que gostem.