sábado, 20 de junho de 2009

Muricy se foi. Chega Ricardo Gomes

Ao final da partida contra o Cruzeiro, os torcedores chegaram a gritar o nome de Muricy Ramalho, que não bateu com a mão direita freneticamente no braço esquerdo, uma de suas marcas registradas, demonstrando que ali corria sangue e que raça, vontade e gana não faltavam nem a ele, nem ao time.

Quando chegou para a entrevista coletiva após a eliminação contra o Cruzeiro cabisbaixo, sem a "energia" que lhe é costumeira, foi o sinal de que as coisas seriam diferentes neste ano.

Após perder a Libertadores pela quarta vez consecutiva para times brasileiros, o São Paulo resolveu não mais "prestigiá-lo" e o demitiu. Demitiu o técnico que conseguiu 64% de aproveitamento enquanto comandou o time. Demitiu o técnico que conseguiu, até agora, ser tricampeão (legítimo, três vezes seguidas) de algum campeonato. Demitiu o técnico que fez o time ressurgir das cinzas para o título brasileiro nos dois últimos anos, quando ninguém, nem diretoria, nem torcedores, acreditavam mais nisso. Demitiu o técnico que tem fortes ligações com o São Paulo, é sócio desde a tenra idade, e começou a jogar no time com 9 anos.

Só que também tem o outro lado. Com Muricy, o São Paulo passou por maus momentos naquela que é a principal competição para a sua coletividade, como gosta de dizer o assessor da presidência do clube, João Paulo de Jesus Lopes.

O time, que não perdia em seu estádio havia 19 anos, caiu com Muricy. Em 2006, foi derrotado pelo Chivas por 2 x 1 na primeira fase. No mesmo ano, foi derrotado na final pelo Internacional - o São Paulo, até então, nunca havia perdido um mata-mata para outro time brasileiro.

No ano seguinte, péssima campanha na primeira fase e eliminação diante do Grêmio. O time, sempre que passava para a segunda fase, sempre chegava, no mínimo, à semifinal. Caiu nas oitavas.

Em 2007, com Adriano comandando o ataque, as esperanças se renovaram. O time mudou seu esquema, passou a depender do atacante e foi eliminado pelo Fluminense, no Maracanã, nas quartas, após perder excelente oportunidade de garantir a classificação no primeiro jogo.

Este seria o ano para, pelo menos, apresentar um bom futebol. O time trouxe jogadores leves, ágeis, com características para fazer a bola chegar com mais qualidade ao ataque.

Mas em nenhum momento isso passou perto do Morumbi. Que pese também as inúmeras contusões e desfalques, todos ao mesmo tempo, no fim da primeira fase da Libertadores.

Agora a diretoria opta por uma mudança, que parecia ser necessária mesmo. A única lembrança que a maioria das pessoas terá sobre o Ricardo Gomes foi o fiasco no pré-olímpico de 2003, quando a seleção, treinada por ele, e que tinha Robinho, Diego, Elano e Dagoberto, foi eliminada pelo Paraguai. Ele também foi vice-campeão francês com o Bordeaux na temporada 2005/2006. Na última temporada, treinando o Monaco, ficou em 11º lugar.

Desta história toda, só uma coisa incomoda, e muito, esse blogueiro: a velocidade na contratação do novo técnico.

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