domingo, 19 de agosto de 2007

Soy loco por Ti, América.......

.......soy loco por ti de amores. A música composta por Gilberto Gil e imortalizada na voz de Caetano Veloso se encaixa perfeitamente quando o assunto é o amor que a torcida do América Mineiro tem pelo time.

Ontem à tarde o América Mineiro estreou na Taça Belo Horizonte. Depois de 4 meses de inatividade, o Coelho voltou a campo contra o mesmo adversário da última rodada do campeonato mineiro, o Democrata de Sete Lagoas.

1995 torcedores "lotaram" o estádio Independência para assistir ao jogo. Em jogos assim, o melhor não é o jogo em si, e sim os personangens que o rodeiam. Personagens como Raimundo Sá, 57 anos, 49 deles dedicados ao Coelho. Se você perguntar quem é Raimundo Sá para os fanáticos americanos que ficam no Bar du Magrelo, na rua São Felipe, no bairro da Sagrada Família, em frente ao estádio Independência, ninguém lhe dirá que é. Mas se você procurar por Cabelo Verde, todos, sem exceção, lhe dirão quem é.

Raimundo, ou melhor, cabelo verde, conta como virou americano em uma família composta só por atleticanos: "quando eu tinha 8 anos minha família me levou no Mineirão para assistir Atlético e América, o clássico da época. O Cruzeiro era o quarto time do estado, atrás até do Villa Nova. Todos da família me disseram que o Atlético era o preto-e-branco mas, foi o América subir pra o campo que eu me levantei. Tomei um pito da minha irmã, mas aí já não tinha mais jeito, ali escolhi o time que iria levar para a vida toda, o América."

Pelos 49 anos seguintes, cabelo verde se dedicou de corpo e alma ao time. Desistiu de empregos e de mulher só para ficar com o América. Conta que sua ex-esposa o mandou escolher entre ela e a devoção pelo América, - vai embora agora - foi a frase que ele usou para demonstrar que o amor pelo América é maior.

Acompanha treinos e jogos do time. Conhece todos que rodeiam o Coelho. Quando o ônibus do time passou pela rua São Felipe em direção ao estádio, foi prontamente parado pela "multidão". Cabelo verde foi comprimentar alguns jogadores americanos pela janela do ônibus. E cobrar raça de um time que só venceu um jogo no ano, no dia 24 de janeiro, 1 a 0 contra o Ituiutaba. Outros também agiram como cabelo verde, como se estivessem cobrando o Atlético ou o Cruzeiro. Exigiam a vitória a qualquer custo. Entre os cobrados estava Euler, o filho do vento. Ao avistar a torcida americana nas imediações do Independência, ele tratou de fechar janela e a cortina do ônibus.

O time saiu perdendo com um gol do zagueiro Neto, aos 18 minutos do primeiro tempo. O atacante Daniel Moraes virou o jogo com dois gols de cabeça aos 25 e 41 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo o atacante que a qualquer momento pode ir embora - representantes do Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal o observaram ontem - fez o seu terceiro gol em rápido contra-ataque aos 22 minutos.

O Democrata tentou reagiu no fim do jogo. Gilberto cobrou pênalti cometido por Carlão que evitou o gol com a mão. Com o placar adverso e um a mais, quase o Democrata empata. O jovem goleiro Daniel foi corajoso ao sair nos pés de gilberto, já aos 44 do segundo tempo para evitar o empate.

Pouco depois Euller marcou, de peito, o quarto gol, acabando assim com o martírio da torcida americana que já promete, vai lotar o estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora, no próximo domingo, contra o Tupi, às 10:30 da manhã. Cabelo verde estará lá.

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