terça-feira, 27 de maio de 2008

E agora Juvenal?

Juvenal Juvêncio não se mostra disposto a trocar de técnico. Segundo fontes de dentro do Tricolor, o presidente não vê, no Brasil, nenhum técnico melhor do que Muricy para assumir o São Paulo. O único é Luxemburgo, que tem suas portas fechadas no Morumbi. Dos outros nomes ventilados (Paulo Autuori, Leão e Cuca), nenhum empolga Juvenal. Ele tem restrições a todos eles. Contra Autuori, ainda que ele tenha sido campeão da Libertadores e Mundial, pesa um episódio ocorrido na véspera do jogo contra o Liverpool. Ele decidiu que tiraria Edcarlos do time e promoveria a entrada de Souza, para surpreender os ingleses. Juvenal respondeu que “o São Paulo era como um castelo de cartas, que tirando uma das cartas, o time poderia desmoronar.” Autuori seguiu o conselho, manteve Edcarlos e o time foi campeão. Contra Leão pesa o fato da diretoria não gostar do estilo do técnico, que quer ter controle sobre tudo. Eles avaliam que Leão e Muricy estão no mesmo nível. Mas o Muricy já tem uma rotina, todos conhecem e têm um bom relacionamento com ele. Contra Cuca, um técnico que Juvenal gosta bastante, pesa o fato de ele pilhar muito o time, passar muita emoção nas horas decisivas.

Uma coisa é certa: é tempo de mudança. E isso o Juvenal sabe. E, no fundo, ele também sabe que errou na montagem do time neste ano. Que deixou escapar por entre os dedos o Rodrigo para o Flamengo e Henrique para o Palmeiras. Isso porque resolveu esperar o fechamento da janela de transferências em janeiro para ver se os preços abaixavam. A mesma coisa aconteceu com Conca e Macnelly Torres, que fez ótima Libertadores ano passado pelo Cúcuta e assinou com o Colo-Colo. Muricy não queria Juninho. Para ele, era melhor trazer Chicão, mais rápido e melhor no jogo aéreo. Juvenal preferiu Juninho. Vitor Birner revela agora que o time poderia ter trazido Dudu Cearense ao invés de Fábio Santos. Grande diferença. Se o time seria campeão da Libertadores com esses nomes, é impossível dizer. Mas melhor que apostar em Carlos Alberto seria.

A oposição não engole Muricy e a recíproca é a mesma. A novidade agora é a oposição do São Paulo culpar Rogério Ceni pela a eliminação. Chegaram a dizer, não se sabe se em tom de deboche ou seriamente, que cobrariam dele a premiação que o time deixou de arrecadar como campeão da Libertadores. A coisa é séria.

Alguns nomes aparecem como possíveis reforços. Rodrigo, Mineiro, Danilo, Filipe (do La Coruña), e um meia misterioso, de fora do Brasil, que só o Juvenal, o Muricy e o João Paulo de Jesus Lopes sabem quem é. Mas é feita a ressalva que, eles só virão em agosto e se ninguém no exterior quiser que eles fiquem por lá. No caso do meia misterioso, pode ser Cleber Santana. Ele está mal no Atlético de Madrid e é empresariado por Juan Figer, que tem ótimo relacionamento com essa atual direção Tricolor. E o São Paulo já queria ter contado com ele, antes da passagem dele pelo Santos.

A situação agora é de mudança. Como o São Paulo vive um regime muito presidencialista, as mudanças vão acontecer pontualmente. Primeiro com jogadores. Depois, se necessário, com a comissão técnica. Muricy é cascudo e agüenta o tranco. Se ficar, levará o time de novo para brigar pelo título. Mas, mesmo que ganhe, é muito difícil que ele fique no ano que vem.

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