quarta-feira, 7 de maio de 2008

Brigas são mais comuns do que pensamos

Quem acha que é só no Brasil que jogador discute com dirigente e que só aqui o jogador é influenciado pelos empresários, se engana. É só ver essa notícia retirada do Terra Magazine.

Gomes "por um fio" no PSV, diz imprensa holandesa


Arnild Van de Velde
De Amsterdã, Holanda

O noticiário esportivo da Holanda, nesta terça-feira, destaca o possível desligamento do goleiro Heurelho da Silva Gomes de seu time, o PSV de Eindhoven. Em meados de abril, falando à revista Voetbal International, a maior do gênero no país (mais de um milhão de leitores) o jogador deu um ultimato ao clube: ou ele ou o dirigente Jan Reker. Na época, Gomes aceitou a condenação a uma multa, mas se recusou a retirar o que havia dito - atitude que chateou mais ainda a diretoria do time da Phillips.

Na segunda, 5, o PSV mandou avisar: Reker fica. Na seqüência, o clube admitiu "erros administrativos" e se comprometeu a melhorar a "comunicação interna". A tentativa de envolver o diretor em questões técnicas, "mais pertinentes ao treinador", foi especialmente desagradável. "Isso é ir longe demais com ele", diz a nota dos conselheiros. Com a entrevista, Gomes tornou-se o porta-voz dos que "peitam" o diretor dentro do PSV. Prata da casa (ele é de Eindhoven), o dirigente já tem experiência em queda-de-braço: quando era diretor do Coaches Betaald Voetbal (uma organização de treinadores de futebol profissional), ele teria sido responsável pela demissão do treinador Louis van Gaal, depois de este ter criticado a atuação do então técnico da seleção holandesa, Marco van Basten.

Ao recado seguiu-se um comunicado da Associação dos Torcedores do PSV, divulgado hoje. Seguindo uma linha já adotada por setores do time, a entidade acusa o goleiro de estar "mal influenciado" por seu empresário Vlado Lemic. Para a associação, "95% das declarações" do brasileiro são baseadas em "mal-entendidos, traduções equivocadas e suposições" a partir das quais Gomes teria criado sua "versão dos fatos". No comunicado, a liderança da torcida enfatiza: há "uma fresta" (da porta do PSV )aberta ao jogador. "A chave está nas mãos dele" - neste caso, a chave é o pedido público de desculpas e a retirada das declarações, coisa que Gomes se recusa a fazer.

Na geladeira

De acordo com o jornal "AD", Gomes já estaria no Brasil de onde o PSV "não faz o menor esforço" para chamá-lo de volta, embora as partidas do momento não exijam a presença do goleiro na Holanda. O jornal arriscou dizer que Gomes já teria feito seu último jogo no time, que conquistou o campeonato holandês pela 21a. vez e comemora o terceiro ano consecutivo de lucros. Na briga com Reker, Gomes não está sozinho: outros seis nomes ligados a Vlado Lemic também estão metidos na confusão. O motivo, especula-se, é dinheiro. Com as manobras de Lemic, o PSV já teria gasto "muito mais com empresários" do que o Manchester United, time europeu de despesas astronômicas, disse o presidente da liga de torcedores.

Terra Magazine

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