domingo, 22 de novembro de 2009

Perigo real e imediato

Ao entrar no Engenhão esta tarde, o São Paulo queria, no mínimo, o empate. E esse espiríto tomou de assalto a equipe por 14 minutos. Foi o tempo necessário para o Botafogo pressionar o Tricolor e abrir o placar com um golaço: Jobson dominou. Pensou se iria para cima de Renato Silva, se passaria para Reinaldo no meio ou se chutaria. Jobson, um driblador contumaz e um finalizador medíocre, resolveu arriscar. Ajeitou para a perna direita e, de fora da área, disparou um chutaço no ângulo esquerdo de Rogério Ceni. 1 a 0 para o Botafogo.

Era o resultado dos sonhos para o Botafogo. Vencer o líder depois de ser atropelado pelo Barueri. E, até então, uma vitória sem contestações.

O São Paulo, um time experiente, acostumado a situações de pressão, vencedor dos últimos três campeonatos brasileiros, aos poucos, foi saindo para o jogo. Mas não era o suficiente. O Botafogo se defendia bem. Travava as alas tricolores, congestionava o meio, isolava Washington.

O São Paulo só conseguiu pressionar o Botafogo no fim do primeiro tempo. Primeiro com Marlos, que obrigou Jefferson a fazer boa defesa. Depois foi a vez de Miranda, que acertou a trave botafoguense. Na sequência, Júnior César subiu ao ataque pela esquerda e cruzou. Washington, que passou grande parte do primeiro tempo só assistindo o jogo tamanha era a incapacidade de seus companheiros em achá-lo, cabeceou sem chance para Jefferson. Era o empate. Era mais do que isso. Era o fio condutor para uma grande virada fora de casa.

No segundo tempo, os dois times estavam cautelosos. Nada do futebol envolvente do primeiro tempo. Mas isso estava prestes a mudar.

Em uma cobrança de lateral esperta feita por Júnior César, Washington escorou a bola e Jorge Wagner ultrapassou Lenadro Guerreiro e encheu o pé. Jefferson não teve nem tempo de reação. Era a virada Tricolor. 2 a 1.

Tudo se encaminhava então para uma vitória tranquila. Mas o Botafogo não pensava assim. E não podia pensar. O Fluminense, seu rival direto na luta contra o descenso para segunda divisão, já vencia o Sport na Ilha do Retiro e, assim, empurrava a Estrela Solitária para a zona de rebaixamento.

O Botafogo, valente, com brios, se lançou ao ataque. Desorganizado, sim. Mas com a garra característica das pessoas que, mesmo sabendo que são inferiores, não desistem. E o empate veio pouco após. A bola ficou "viva" na área do São Paulo. E Renato empatou.

O jogo pegou fogo. Cada ataque era perigoso. Richarlysson foi expulso pelo São Paulo. Juninho pelo Botafogo. Hernanes acertou o travessão carioca.

E, no fim do jogo, após pegar a defesa desprotegida, Jobson, o nome do jogo, recebeu a bola dentro da área. De novo ele, o driblador contumaz. E ele mostrou sua maior virtude. Driblou Miranda e encheu o pé no meio do gol. Alto. Rogério já havia caído para o canto esquerdo e nadapode fazer. Era a segunda virada no mesmo jogo.

Com esse resultado o Flamengo só depende dele mesmo para ser campeão. Basta vencer o Goiás no jogo que está começando agora e o Mengão será o novo líder do Brasileirão. Um título que não vai para a Gávea desde 1992.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Palmeiras empaca e título fica mais difícil

O clima da torcida no Palestra Itália ontem era um misto de alegria, desconfiança e tensão. O que os palmeirenses queriam era a vitória, de maneira retumbante, se possível. Mas estavam desconfiados. Afinal, o time, nas 7 partidas anteriores havia perdido 4 vezes, empatado 2 e vencido só uma.

Com o começo do jogo e a inicial pressão alviverde, a torcida deixou a desconfiança de lado. Mas esse apoio incondicional durou pouco. Exatamente 16 minutos. Foi o tempo que o Sport precisou para fazer 2 a 0 com Arce e Wilson, em duas belas jogadas que deixou boquiabertos jogadores, torcedores e até os "secadores" de plantão, os torcedores de times rivais.

A tensão no estádio era enorme. A torcida já não sabia mais o que fazer. Uns xingavam Muricy e os jogadores. Outros pediam por Pierre, o ídolo que estava no banco. Mas a maioria, incrédula, não conseguia entender. Seria a quarta derrota em menos de um mês para times que estavam na zona de rebaixamento (Náutico, Santo André e Fluminense, pela ordem).

Mesmo assim o time foi para a pressão. E passou a se movimentar. Armero flutuava pelo campo inteiro, Diego Souza se esforçava, Ortigoza lutava e conseguia concluir. Mas sem perigo para o Sport.

A defesa do Sport se mostrou vulnerável pelo alto. Foi a senha para o Palmeiras bombardear a área pernambucana com cruzamentos. De onde fosse possível. Mas, apesar da generosidade dos marcadores, o Palmeiras encontrou o goleiro Magrão. Seguro, o goleiro ainda fez uma defesa brilhante e contou com a sorte após espalmar a cabeçada de Obina e a bola resvalar no travessão e sair.

No segundo tempo Muricy resolveu mudar o meio de campo para ver se conseguia suprir a ausência de Cleiton Xavier, o armador que tanto faz falta ao time. Saíram Souza e Sandro Silva para as entradas de Pierre e Deyvid Sacconi.

A bola até passava mais pelo meio de campo. Mas as melhores chances ainda aconteciam nos cruzamentos.

Até que em uma escapada de Ortigoza pela direita, o zagueiro Durval, que já havia recebido cartão amarelo, puxou o meia palmeirense. Falta. Segundo cartão amarelo. Durval estava expulso. O Sport perdia mais do que um zagueiro, mais do que seu capitão. O Sport perdia a chance de prolongar a esperança de permanecer na primeira divisão. A expulsão de Durval foi o rastilho de pólvora para explodir o Palestra. Que aconteceu 5 minutos depois. Diego Souza tocou para Ortigoza, que rolou para Deyvid Sacconi dentro da área. O meia encheu o pé e diminuiu o placar. O Palmeiras teria mais 22 minutos aproximadamente para marcar mais 2 gols e virar o jogo.

O gol de empate veio aos 40 minutos. Depois de escanteio, a bola sobrou na entrada da área para Armero. O lateral tocou de primeira, por cima da zaga nordestina. A bola encontrou o Danilo, livre de marcação. O zagueiro palmeirense teve tempo de matar a bola no peito, deixar cair e tocar no canto do gol de Magrão, que ficou estático na jogada. A defesa do Sport parou, apesar da posição legal do Danilo, porque ouviu o juiz Elmo Resende apitar paralisando o lance, como vocês podem ouvir no vídeo abaixo:



Porque ele apitou? Não se sabe. Até porque o gol foi legal e o bandeirinha correu para o meio logo após o gol. Foi um erro do juiz. Mais um em um campeonato marcado por arbitragens pífias.

Após o empate, o Palmeiras esperava conseguir a virada. Mas não fez o suficiente para isso. O empate, pelo que a equipe vem apresentando, foi ótimo. Agora, nos últimos 8 jogos, o Palmeiras venceu 1, empatou três e perdeu 4, conquistando 6 pontos em 24 disputados, aproveitamento de 25%.

O campeonato está aberto e o Palmeiras, mesmo com um jogo a mais, é o líder. Mas nem os próprios palmeirenses acreditam mais no título. O desânimo que tomou conta dos torcedores, jogadores e diretoria é tão grande que até a vaga na Libertadores pode estar ameaçada. E isso fica claro nas palavras do goleiro Marcos. Após o jogo ele desabafou dizendo que o resultado foi péssimo. "Não adianta achar que, por estar perdendo por 2 a 0, foi um bom resultado. Nossa obrigação era vencer o Sport. No segundo tempo, o time correu bastante, mas nosso primeiro tempo foi vergonhoso", disse o goleiro. Ainda segundo ele, as condições de o time ser campeão brasileiro "ficaram muito difíceis".

terça-feira, 10 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Simon afastado. Não podia ser banido?

Está no site da CBF:

Carlos Eugênio Simon está afastado do Campeonato Brasileiro
Árbitro não atua mais em 2009
(CBF.com.br) 09/11/2009 15h53

CBF
Em virtude da repetição de erros cometidos durante a competição, o árbitro Carlos Eugênio Simon (RS), que apitou o jogo Fluminense x Palmeiras, domingo, no Maracanã, está afastado até o final do Campeonato Brasileiro 2009.
Já o árbitro Nielson Dias, que apitou o jogo Vasco x Juventude sábado, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, está fora do próximo sorteio, marcado para esta quarta-feira.

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Nielson Dias validou um gol do Vasco em que o Elton usou a mão para dar o passe que resultou no gol.

Agora, porque depois de tantos erros, ele (Simon), não abandona a carreira? E como pode um árbitro que erra tanto, ir para a Copa do Mundo. Mais uma vez?

Inexplicável.

Carlos "péssimo" Simon

Em seu livro "Grêmio: Nada pode ser maior", o escritor Eduardo Bueno, o Peninha, escreveu, no tom jocoso que caracteriza quase todo o livro, que tem até uma homenagem aos brucutus, em sua primeira linha, que "Futebol-arte, todo mundo sabe, é coisa de veado".

Escreveu, também, que o assoprador de apito Carlos Eugênio Simon fazia parte da "infame estirpe dos juízes que surrupiaram o Grêmio".

Por isso foi processado. E perdeu.

O que o levou a distribuir o texto abaixo:

Por EDUARDO "PENINHA" BUENO

Depois de quase dois anos de trâmites, o processo que o apitador Carlos Simon moveu contra mim encerrou-se, em primeira instância, nessa última "quinta-feira santa".

Fomos, a editora Ediouro, que publicou o livro "Grêmio: Nada pode ser maior", de minha autoria, e eu próprio, condenados a pagar cerca de R$ 15 mil ao referido apitador.

Não sei ainda qual a opinião da editora, mas estou enviando esse email para revelar, de público, que, embora ainda caiba recurso, faço questão de "desembolsar" a supracitada quantia, já que considero quase um galhardão, um prêmio, um presente ser processado por alguém da estatura e do currículo de Carlos Simon.

Por vários motivos:

1) Porque tenho a esperança de que o referido profissional use o dinheiro para fazer cursinhos de atualização em arbitragem, de forma que passe a errar menos, em especial contra o Grêmio;

2) Porque me inspirou para escrever o livro "Os erros de Carlos Simon", que será lançado em breve, com a disposição altruísta de que a rememoração do extenso rol de suas falhas o leve aprimorar-se em sua profissão e não marcar mais impedimento em cobrança de lateral;

3) Porque descobri que Ricardo Teixeira e a Comissão de Arbitragem da CBF– que eu desconhecia serem letrados – leram (oh, espanto!) meu livro "Grêmio: Nada pode ser maior".

Como costumo tratar bem meus leitores, vou enviar-lhes um exemplar da nova obra . Enviarei um também para a Confederação de Futebol de Gana, onde Simon é muito admirado;

4) Porque o caso me inspirou a criar um site, errosdesimon.com. aberto à atualizações do público em geral, já que o livro não conseguirá acompanhar a rapidez com que o panorama se modifica;

5) Porque vou reescrever o livro "Grêmio: Nada pode ser maior", extraindo a frase capada pela justiça e, no lugar dela, acrescentar um apêndice com todos os erros do supracitado árbitro contra o Grêmio – sempre na tentativa de que ele se aprimore.

O livro já vendeu 23 mil exemplares, mas sei que a torcida do Grêmio comprará muito mais da nova edição,

6) Porque disposto a ajudá-lo a se aprimorar também na profissão de jornalista – que diz exercer, embora eu nunca tenha lido nem mesmo a frase "Ivo viu a uva" escrita por ele -, venho lançar de público um desafio: ele escreve um livro e eu apito um Grenal e veremos quem erra menos.

(Desde criança, meu sonho sempre foi apitar um Grenal...).

Se o desafio for considerado despropositado, sugiro então um debate público sobre o tema: "O que leva uma criança a decidir ser juiz de futebol?"

Ou então sobre a inquietante questão "Quem somos, de onde viemos e para onde vamos".

7) Por fim, porque tal processo com certeza unirá nossas trajetórias profissionais por um bom tempo e haverá de servir de estímulo para nos aprimorarmos mutuamente no exercício de nossas atividades – levando ainda mais longe o nome do nosso amado Rio Grande.

E, se, porventura, as obras que pretendo escrever sobre o referido árbitro – sempre, repito, no intuito de aprimorá-lo no exercício de sua dura faina – vierem, por algum motivo, a ser censuradas, os processos daí decorrentes certamente irão deflagrar estimulante debate sobre os limites da liberdade de expressão e de opinião.

Tenho certeza de que esse será um tema instigante, cujo desenrolar haverá de colaborar para amadurecimento da nação.

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O texto acima só mostra o que a maioria das pessoas que trabalham e acompanham futebol já sabem: O Simon é um juiz fraco. Sempre foi. E se deixa levar pelo entusiasmo da torcida da casa.

Seus erros são tantos que, em uma busca no YouTube, o que se vê é o apitador prejudicando muitos times, até os chamados "grandes" como Flamengo, Atlético Mineiro, Cruzeiro.

Quem não se lembra da final da Copa do Brasil de 2002, entre Corinthians e Brasiliense? Ou a semifinal da Copa do Brasil em 2007, Botafogo e Atlético Mineiro? E o pênalti fantasma na final do campeonato cearense deste ano, no jogo Ceará e Fortaleza? São tantos os erros.....

Agora, quem deveria ser cobrada por causa dos erros dele finge que não sabe de nada, não vê nada. Tanto a CBF, quanto a Comissão de Arbitragem deveria aposentá-lo. Isso seria um "controle de danos". Evitaria que ele fizesse mais lambanças.

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Sobre a partida. O Palmeiras, mais uma vez, não foi bem. A bola não para no meio. Toda vez que o time sai com a bola do campo de defesa, ela vai parar no pé do zagueiro-lateral Marcão. E ele, sem saber o que fazer com ela, chuta para frente. E aí os atacantes que se virem. O time está sentindo muita falta do Cleiton Xavier. E, enquanto ele não voltar, Muricy precisa arrumar alguém para distribuir o jogo e ajudar o Diego Souza que, soxzinho, não pode ajudar o time como vinha fazendo.

Mas a maior explicação para o Palmeiras ter perdido a liderança está no aproveitamento do time. O comentarista Paulo Calçade fez um levantamento de quanto foi o aproveitamento dos times nas últimas seis rodadas. E pasmem, o Palmeuras aparece na 18ª posição, com pífios 24% de aproveitamento. Na reta final do campeonato, o time que liderou o campeonato por 18 rodadas, está com um aproveitamento de time rebaixado.

Veja o rendimento de cada equipe a partir da 27ª. rodada:

Cruzeiro, 86%
Flamengo, 76%
Fluminense, 71%
Botafogo, 62%
Avaí, 57%
São Paulo, 52%
Corinthians, 52%
Atlético-MG, 43%
Internacional, 43%
Barueri, 43%
Santos, 43%
Atlético-PR, 43%
Náutico, 43%
Grêmio, 38%
Coritiba, 38%
Santo André, 33%
Sport, 28,5%
Palmeiras, 24%
Vitória, 24%
Goiás, 9,5%

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Censura em Minas


Quem conhece um pouco da imprensa mineira sabe como ninguém como ela é deveras permissiva com alguns assuntos e com algumas pessoas.

O beneficiado mais recente dessa permissividade é o governador Aécio Neves, que deve estar fazendo seu avô Tancredo se revirar no túmulo.

Não é de hoje - aliás, é de 2006 -, que pululam na internet casos sobre a censura que paira sobre a imprensa nas Minas Gerais. Qualquer pessoa com um minímo conhecimento sabe como Aecinho controla o
Estado de Minas. Com trocadilho, por favor.

A história recomeçou por alguns motivos. O principal deles, Aécio é pré-candidato à presidência nas eleições do ano que vem. O segundo, uma nota dada por Juca Kfouri, em seu blog. Eis a nota:

Covardia de Aécio Neves

Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio.

Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral.

A imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos.

Nota: Às 15h18, o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa.

O blog a mantém inalterada.


Juca voltou ao tema hoje, dia 05 de novembro, na sua coluna no jornal Folha de S.Paulo:

Desmentidos

Rodapé de minha coluna de hoje, na Folha de S.Paulo:

Aécio Neves e sua namorada negam que tenha havido um incidente entre eles numa festa da Calvin Klein, no Rio, no domingo retrasado.

É possível mesmo que não tenha havido.

A nota que dei em meu blog, no UOL, no domingo passado, uma semana portanto depois da tal festa, diz claramente que ele deu um tapa e um empurrão em sua acompanhante.

Repito: acompanhante.

A fonte que ouvi, testemunha do incidente, disse com todas as letras:

"Ele deu um tapa, um empurrão, ela caiu e depois cada um foi para um canto, diante de constrangimento geral."

Então, perguntei: "Era a namorada dele?".

E a fonte respondeu:

"Isso não sei, porque não a conheço. Era uma loira bonita e que estava inconveniente".

O fato grave, é claro, permanece: a agressão.


O vídeo que ilustra esse post é do filmmaker Daniel Florêncio, e conta a relação de medo que existe entre os jornalistas mineiros e o governo de Aécio.

Para quem quiser saber mais, os vídeos abaixo, produzidos pelo jornalista Marcelo Baêta, foram o estopim para a repercussão de como a imprensa é tratada em Minas.




Uma vez ouvi de um promotor público de Minas que ele não tinha sequer um problema com "pedidos especiais" vindo de Brasília, do governo federal. Em compensação, com o governo local.

As atitudes do Aécio só surpreendem quem nunca ouviu o Mineirão gritar "Ô Maradona, vai se fuder, o nosso Aécio **** mais do que você". Ou então quem não sabe que Aécio, conselheiro do Cruzeiro Esporte Clube, sempre era "convocado" pelos seus amigos Perrella a comparecer ao clube nos dias de aprovação dos balanços cruzeirenses.



Em entrevista coletiva concedida no último dia 03, quando perguntado sobre o que estão falando dele na internet, Aécio respondeu:

" Isso é uma aleivosia tão grande. Eu me sinto, claro, pessoalmente ofendido por isso, mas prefiro até nem comentar para não validar algo tão distante da minha prática cotidiana. Sempre fiz política e vou continuar fazendo no patamar muito superior a esse. E o que eu posso dizer é que é uma calúnia vergonhosa".

Empate amargo

O São Paulo foi até Porto Alegre pensando em voltar de lá como líder do campeonato brasileiro. Tarefa difícil, já que o adversário, o Grêmio, não perde no estádio Olímpico desde o ano passado. Ainda mais depois de ter três jogadores expulsos.

No início do jogo, o São Paulo - decidido a ser líder, contra um Grêmio abatido após mais uma derrota fora de casa -, tentou encurralar o Grêmio no seu campo de defesa. Até conseguiu, mas a estratégia do técnico gremista Paulo Autuori, de travar as laterais, dava resultados. Isso forçava o São Paulo a trocar passes de um lado para o outro sem sucesso e o pior, sem penetração na área gaúcha. Com Hernanes e Jorge Wagner vigiados por Adílson e Túlio, o time não criava chances, apesar de ter 61% de posse de bola.

O Grêmio, mesmo mostrando um abatimento incomum jogando no Olímpico, saiu na frente, com um gol de Rafael Marques de cabeça (o quinto gol seguido que o São Paulo leva em jogadas aéreas).

Quando o São Paulo fez algo diferente - André Dias carregou a bola até o ataque e passou para Hernanes -, conseguiu empatar. Hernanes, deposi de receber a bola, cruzou para Dagoberto matar a bola no peito e chutar. A bola ainda desviou em Rafael Marques antes de entrar.

Apesar dos dois gols, o jogo estava travado no meio do campo.

O segundo tempo foi diferente. Paulo Autuori trocou Lúcio por Fábio Santos e resolveu que, enfim, o Grêmio faria as honras da casa. Rogério aos poucos foi aparecendo.

Em outra jogada aérea, ele evitou o gol em cima da linha. Mas o jogo, modorrento no primeiro tempo, teria a reviravolta aos 33 minutos. Borges, que havia entrado no lugar de Washington, agrediu Túlio e foi expulso. Tão logo o jogo recomeçou, Dagoberto deu um carrinho violento no mesmo Túlio e também foi expulso. Era a senha para torcida gremista, até então cética com o time, gritar e apoiar o Grêmio para a vitória.

O São Paulo tratou de se fechar atrás e não sofreu grandes riscos. Os maiores continuaram a ser os cruzamentos gremistas para a área. Já aos 49 minutos, Jean, após fazer falta em Souza, recebeu o terceiro cartão vermelho do São Paulo. Mas não havia muito tempo para o Grêmio se aproveitar da enorme vantagem e os são-paulinos respiraram aliviados com o fim do jogo.

«Um empate fora de casa é normals, ainda mais nessas cisrcunstâncias. Continuamos na briga, até porque os adversários terão que vencer e são jogos difíceis », disse Rogério Ceni, após a partida.

Para se manter na liderança ao final da rodada, os tricolores terão que torcer por uma vitória do Fluminense sobre o Palmeiras e por um empate entre Atlético e Flamengo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Disputa afunilando

A estrada que leva ao título de campeão brasileiro é peculiar. Como grande parte das estradas brasileiras, diga-se.

Esburacada, tortuosa, cheia de percalços. Perigosa até para quem está preparado. Alguns campeonatos nacionais são Grande Prêmios em circuito oval, de tão previsíveis que são. Outros são em circuitos mistos, até de rua. O Brasileirão não.

O Campeonato Brasileiro é um Rally. A melhor comparação seria com o Rally dos Sertões. Mas o brasileirão está mais para o Dakar (antigo Paris-Dakar, hoje disputado na América do Sul).

Explica-se: você (os times) pode ser abatido por um pequeno contratempo e abandonar a disputa.

Segundo o site Chance de Gol, o Palmeirasé o time que tem ainda as maiores possibilidades para ser campeão, com 42%; o São Paulo aparece em segundo, com 34,7; e o Atlético aparece em terceiro, com 15,5.

Mais importante que o percentual que eles têm para ser campeão é o rendimento deles nos últimos 6 jogos. Vamos a ele.

1 – Palmeiras: 28 %
2 – São Paulo: 55,5%
3 – Atlético-MG: 50%
4 – Flamengo: 72%
5 – Internacional: 44%
6 – Cruzeiro: 83%


Notem que nenhum dos três primeiros colocados teve rendimento perto ao de um campeão brasileiro (algo em torno de 65%).

Faltando 5 rodadas, quem conseguir elevar o rendimento, provavelmente será o campeão. Vamos ao caminho dos três concorrentes:

Palmeiras:

Fluminense (F)

Sport (C)

Grêmio (F)

Atlético Mineiro (C)

Botafogo (F)

São Paulo:

Grêmio (F)

Vitória (C)

Botafogo (F)

Goiás (F)

Sport (C)

Atlético Mineiro:

Flamengo (C)

Coritiba (F)

Internacional (C)

Palmeiras (F)

Corinthians (C)

Dos três times, o que mais joga em casa é o Atlético (faz três partidas no Mineirão). Palmeiras e São Paulo terão três adversários em comum (Grêmio, Botafogo e Sport).

O São Paulo, se repetir o desempenho do primeiro turno contra esses mesmos adversários, certamente será campeão, pois venceu todos os jogos. Para ser campeão, o Tricolor terá que descontar a diferença do saldo de gols do Palmeiras (3).

Esses três times não etão apresentando futebol para ser campeão. O que mais se aproxima disso é o Atlético. Com uma equipe rápida, faz o jogo fluir, atacando pelos lados, abrindo espaços para os meias que chegam de trás.

O Palmeiras está pressionado. Por não ganhar um título de expressão há 10 anos, sente o peso de ser campeão após liderar o torneio por 18 rodadas seguidas. E já começaram a colocar a culpa no Muricy e na bola parada. O time não faz a bola passar pelo meio campo. Depois da contusão de Cleiton Xavier, Diego Souza perdeu o parceiro com quem dividia a responsabilidade de levar o time ao ataque. E os adversários não precisam mais se dividir para marcar o meio campo do Palmeiras. Basta marcar bem o Diego.

O São Paulo tampouco está jogando bem. Mas dá a impressão de estar mais focado no título. De saber o que tem, e o que não tem que fazer para ser campeão.

Mas o time está no limite. Há muito não víamos os tricampeões tão cansados, com tantas contusões musculares.

A cada rodada que termina, fica mais claro que o campeonato será disputado até o fim. E, com sorte, chegará na última rodada com três times postulando o título.